Um jogo ruim e um bom resultado

Ser a Seleção Brasileira tem seus lados bons e ruins, como quase tudo nesta vida. Se por um lado a pressão e exigência por vitórias e futebol vistoso ocorre mesmo quando do lado oposto há um grande adversário, do outro temos um respeito por parte dos nossos rivais que ajuda muito. Hoje, estas características ficaram claras no 0 a 0 contra Portugal, que classificou o Brasil como primeiro em sua chave.

É preciso relativizar jogo e resultado. O Brasil não tinha seus dois melhores jogadores. Kaká e Robinho fazem falta para qualquer seleção do planeta. A Holanda ainda não brilhou sem Robben. A Espanha perdeu sem Fernando Torres. A Alemanha perdeu sem Podolski. É natural. Além disso, é preciso lembrar que o Brasil já estava classificado. E mais do que isto, que Portugal é um grande time, que não perde há 19 jogos (contando o de hoje) e que neste período sofreu apenas três gols.

O jogo teve dois tempos distintos. No primeiro, muita marcação e lances duros. O árbitro precisou ficar atento e distribuir muitos cartões. Poderia até ter pegado mais pesado, expulsando Juan e Pepe. O Brasil tinha muita dificuldade para penetrar na defesa portuguesa, que jogava com 9 jogadores atrás da linha da bola, deixando apenas Cristiano Ronaldo à frente. Mas não corria riscos. Tentava rodar a bola e era melhor no jogo.

Dunga foi obrigado a mexer no time aos 44 minutos. Felipe Melo, nervoso e machucado, deu lugar a Josué pouco depois de tomar cartão amarelo. Não por coincidência, o rendimento brasileiro caiu vertiginosamente após a substituição. Felipe Melo além de ocupar bem os espaços, dá mais velocidade e qualidade ao passe na saída de bola. Com Gilberto Silva e Josué, o Brasil ficou acuado no início do segundo tempo.

E Portugal passou a gostar do jogo. Não fosse o respeito excessivo pela camisa brasileira, a nossa pátria mãe poderia ter vencido. Cristiano Ronaldo chamou a responsabilidade e fez grande jogo (fazendo um duelo incrível com Lúcio) mas faltou quem dialogasse melhor com o astro, já que Tiago não repetiu a ótima atuação diante dos coreanos.

Dunga demorou para mexer e quando o fez errou. Mostrou que trouxe para a África um banco com poucas alternativas. E que não confia em alguns jogadores, como Kléberson. Grafite entrou num momento onde era óbvio que ele não tocaria nenhuma vez na bola.

No fim das contas, o empate acabou sendo um bom resultado. Num dia em que o Brasil não teve seus principais jogadores e não fez boa partida, não perder é fundamental. E é isto que faz do time de Dunga tão forte. A pressão é enorme e não tem nada a ver com Dunga. Seria, com qualquer outro técnico. De fato, acredito que o Brasil está entre os grandes favoritos da Copa e acho cedo para tanto desespero. Não temos brilho, mas temos uma seleção extremamente competitiva. Quem está acompanhando a Copa sabe que envolver por lá, é segundo plano, e quem não entra para vencer fica pelo caminho.

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Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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