Nem tudo é resultado

Quem daqui em diante disser que no Brasil, um técnico vive de resultados, definitivamente não conhece a história de Ricardo Gomes no São Paulo. Contratado para substituir o tri-campeão nacional Muricy Ramalho, o técnico já chegou derrotado ao tricolor paulista.

A impressão desde a chegada de Ricardo era de que, independente do que acontecesse, ele seria demitido na primeira oportunidade. Viveu na corda bamba por 14 meses. Muito tempo, tendo em vista a pressão que sofreu desde o início.

Com seu estilo calmo e bastante trabalho, Gomes superou os problemas. Levou um time em crise, na 16ª posição a brigar pelo título do Brasileirão, ficando "apenas" com a vaga na Libertadores. No início da temporada, mais uma vez, a diretoria contratou em baciada. O time demorou demais para acertar. Fez um Campeonato Paulista irregular e uma Libertadores no limite. Isto até as quartas-de-final.

O ótimo desempenho nos dois jogos contra o Cruzeiro seguraram Ricardo Gomes, que tinha tudo para cair durante a Copa. Finalmente o time parecia ter encontrado uma cara e um jeito de jogar. O período do Mundial, porém, foi nulo. O trabalho não evoluiu, pelo contrário. E o São Paulo voltou em crise ao Brasileirão.

Eliminado pelo Inter, todos sabiam que Gomes cairia. Não acredito que tenha sido pelos resultados. Apesar de não ter conquistado nenhum título (e o torcedor do São Paulo está acostumado a vencê-los), Ricardo fez um ótimo Brasileirão e uma Libertadores mais do que digna. Ficar entre os quatro melhores times do continente, é um bom desempenho, por mais que alguns queiram desvalorizar até mesmo o vice.

O São Paulo vai ter dificuldade para encontrar um treinador. Pode investir alto no certo: Paulo Autuori ou Abel Braga. Apostar em uma novidade em crescimento, como Sérgio Soares (que seria minha escolha). Ou partir para nomes fortes que não vivem grande momento. Fato é que o mercado anda escasso. O elenco tricolor é bom, mas cheio de deficiências. Não é hora para errar.

Quanto à Ricardo Gomes, vai se candidatando para ser um novo Celso Roth: um técnico cheio de bons trabalhos no currículo, mas lotado de preconceitos. Precisa reoxigenar a carreira e dar um tiro certo. Um trabalho ruim a esta altura do Campeonato pode condená-lo eternamente a um injusto fracasso.

Um comentário:

André Augusto disse...

A verdade é que ele nunca foi unanimidade entre diretores e torcedores. Na partida contra o Inter, pecou por deixar o time excessivamente defensivo, o que teve influência direta no resultado do confronto.

Vai ser difícil o Sâo Paulo achar algum técnico top no Brasil e a chance de se fazer uma aposta pode ser grande.

Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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