O Campeonato agradece

A pergunta que se fazia há algumas rodadas no Campeonato Brasileiro era: quem vai parar o Corinthians. O Cruzeiro, de Joel Santana respondeu a pergunta neste domingo. E embora São Paulo, Flamengo e Palmeiras não tenham aproveitado a rodada para encostar no líder como poderiam, a vitória do time mineiro no Pacaembu fez bem a um Campeonato que parecia ser de um time só.

Assim como nas rodadas finais do último Campeonato Brasileiro, no mesmo Pacaembu, Corinthians e Cruzeiro fizeram um grande jogo de xadrez. Que só poderia ser decidido no detalhe. Em um grande erro ou grande acerto. Em 2010, Sandro Meira Ricci errou ao marcar penalti de Gil em Ronaldo. Em 2011, Walyson acertou chute quase do meio-campo.

Joel Santana surpreendeu ao escalar Roger ao invés do esperado Ortigoza. Mudou bastante a formatação do Cruzeiro, que vinha atuando no 4-3-3 com três volantes no meio. Com Éverton na lateral esquerda e Gilberto no meio, espelhou seu time no 4-2-3-1 do adversário e fez uso de prática corriqueira em sua carreira: marcação individual.

A ordem era clara: Gil marcava Emerson com Naldo na sobra (depois inverteram, quando Gil levou cartão amarelo); Éverton marcava William, Vitor (com mais liberdade) pegava Ramón, Fabrício era responsável por Jorge Henrique, Marquinhos Paraná por Danilo. Como se não bastasse, Gilberto acompanhava as subidas de Weldinho e Roger seguia Paulinho o campo todo. Montillo tinha um pouco mais de liberdade, embora incomodasse Ralf na saída de bola.

O jogo de encaixe perfeito na marcação, brecou o jogo do Corinthians. As dificuldades eram enormes para chegar ao campo adversário. Mas não era privilégio dos paulistas. O Cruzeiro se preocupava mais com a marcação do que com o ataque e embora tivesse mais a bola (chegou a ter 66% de posse no primeiro tempo) não ameaçava o estreante Renan.

O jogo era brigado no meio-campo, com poucas chances de gol mas era bom. Disputado. Os dois times sabiam que a partida seria decidida em detalhe. Detalhe que veio com Walyson brigando pela bola após tiro-de-meta de Fábio e acertando chute daqueles inesquecíveis, quase do meio-campo, no angulo de Renan.

Com a derrota parcial, o Corinthians se abriu com a entrada de Alex. Joel foi corajoso, e respondeu trocando Vítor por Ortigoza com a intenção de aproveitar o espaço nas costas do "lateral" que entrou para apoiar.

E era pelo lado direito do ataque que o Cruzeiro chegava contra um adversário exposto. E só não fez o segundo gol pois Vuaden ignorou penalti claro de Weldinho que abriu os braços para cortar cruzamento de Ortigoza. Pouco depois, Gilberto fez falta boba e acabou justamente expulso.

O Corinthians se abriu de vez e partiu para cima. Joel Santana fechou o Cruzeiro como pôde. Bravamente, o time mineiro conseguiu (com poucos sustos) segurar o ótimo resultado.

O Corinthians ainda é líder isolado (sete pontos de vantagem) e o grande favorito ao título. Perder é natural e a primeira derrota viria cedo ou tarde. No caso, veio tarde, apenas na 11ª rodada. O ainda impressionante aproveitamento de quase 85% dá as credenciais que o time precisa para querer o troféu.

Quanto ao Cruzeiro, segue crescendo nas mãos de Joel. A vitória que pôs fogo no Campeonato, deve dar ainda mais moral ao time que mostrou hoje experiência suficiente para jogar se defendendo quando necessário.

Hoje para o Cruzeiro, a defesa foi o melhor ataque. E o Campeonato, agradece.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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