No quadro "Pré-Temporada", que comecei em janeiro deste ano, escrevi que o Corinthians precisava de reforços e alternativas. Hoje, depois da trágica eliminação na Libertadores, é fácil notar os problemas e as carências do elenco. Tarde demais.
Os erros que levaram o Corinthians a um vexame semelhante ao do Inter contra o Mazembe (é o primeiro eliminado na chamada "Pré-Libertadores") começaram bem antes de 2011. Começaram quando a diretoria cedeu a pressão e demitiu Adilson Batista, que sofria com desfalques para escalar o time. Passaram pelo final de ano ruim, já sob comando de Tite. Também pela falta de vontade de um time que tropeçou no Goiás porque parecia acreditar ser impossível uma derrota do Fluminense para o Guarani na rodada final. Tropeço que custou a vice-liderança e obrigou o time a começar mais cedo a competição continental.
Para 2011, os erros continuaram. Erros de planejamento. De um time que confia demais em algo que já demonstrou não ser tão digno de confiança assim. De uma diretoria que acreditou que poderia contratar com calma, pensando "apenas" na fase de grupos.
Ontem, o Corinthians foi mais uma vez um arremedo de time. Dominado pelo Tolima durante quase toda a partida (exceção feita aos últimos 10 minutos do primeiro tempo e aos primeiros 10 do segundo, onde não foi melhor, mas equilibrou o jogo). Num 4-3-3, com três volantes, forçando Paulinho como meia enquanto três jogadores da posição estavam no banco, o time não tinha ligação ofensiva. Jorge Henrique e Dentinho não encontravam espaços para jogar em velocidade e Ronaldo mais uma vez teve atuação abaixo da crítica e acima do peso.
Enquanto isto, do outro lado havia um adversário fraco tecnicamente, mas muito organizado e consciente de suas limitações. Com o bom Bolívar, que recuava para buscar a bola e fugir dos volantes corinthianos, encontrando espaço de sobra para organizar o jogo. E com o trabalhoso Medina, que lutou o tempo inteiro. Movimentação e garra que fizeram falta ao ataque brasileiro.
Por todos estes motivos, os gols eram questão de tempo e a derrota não é assim tão imprevisível como alguns quiseram mostrar. A empáfia brasileira de achar que nossos times são sempre favoritos absolutos ao título da Libertadores e que só equipes argentinas podem fazer frente a nossas equipes fez mais uma vítima.
E o vitimado da vez, tem ainda problemas de sobra para resolver. Como por exemplo, o altíssimo investimento para ter Liédson, que disputará apenas o pobre Campeonato Paulista nos próximos meses. Isto se não for reserva de Ronaldo (que pode e deve, encerrar a carreira).
Mais do que isto, precisa repensar estratégias e alternativas. Lembrar, que mais do que um clube de marketing, é um time de futebol e isto deve estar sempre acima do resto. E aprender a respeitar, para que os outros possam continuar o respeitando.
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