O primeiro turno do Campeonato Brasileiro vai chegando ao fim. E o Fluminense, na terceira posição, tem desempenho de campeão (nos números). Mas a campanha também impressionante de Atlético-MG e Vasco não permite ao time tricolor assumir a ponta. De toda forma, o Flu não vacila e não desgarra da briga.
Jogando em São Januário, o time tinha um jogo difícil pela frente contra o São Paulo. No jogo que tecnicamente mais se esperava na rodada, o que se viu foi decepcionante. Dois times presos, lentos e pouco criativos. O controle do jogo alternou entre Fluminense e São Paulo por várias vezes. E o jogo acabou decidido em gols de cabeça.
O São Paulo começou melhor. O 4-2-3-1 tinha João Filipe como lateral direito/zagueiro e Douglas solto para armar pela direita. Mas Ademílson ficou isolado já que o trio de meias se aproximava muito e tanto Cícero quanto Douglas se comprometiam muito com a marcação. Aos pouco, o Fluminense percebeu os espaços e cresceu no jogo quando Wágner passou a participar mais já que Thiago Neves fez mais uma partida apagada.
O primeiro gol, marcado por Leandro Euzébio após cobrança de falta, contou com falha grotesca de Rogério Ceni que saiu vendido do gol. Mas a festa durou pouco já que a defesa do Flu também vacilou e Cícero ficou sozinho para empatar. Leandro Euzébio demorou para sair na linha do impedimento e deu condição.
Na etapa final, boa jogada de Jean e lançamento preciso para Fred marcar mudou o panorama do jogo logo no início. Ney Franco foi obrigado a se mexer e melhorou o time com Paulo Assunção e William José. Mas enquanto os paulistas esbarravam na marcação forte imposta pelo time de Abel Braga, o Fluminense não tinha velocidade para contra-atacar sem Wellington Nem e Marcos Júnior.
O jogo terminou sem grandes sustos para nenhum dos lados. O São Paulo até criou mais, mas não exigiu uma grande defesa de Diego Cavalieri. E mais uma vez deixou o campo com a impressão de que podia mais, com mais esforço.
O Fluminense assiste de camarote a "final antecipada" entre Atlético-MG e Vasco no domingo. Com um empate, pode se aproximar ainda mais da briga. A impressão é que mesmo sem jogar bem, pode decidir jogos com Deco e Fred. Por enquanto, tem sido suficiente para se manter na briga.
Na quarta-feira o texto neste blog dizia que o trio de arbitragem esteve mais perto de parar o líder Atlético-MG que o Santos. Não conseguiu, mesmo anulando dois gols legais dos mineiros. As reclamações eram justas, embora sempre soem exageradas por motivo que explicarei no fim deste post. Hoje, o erro crucial mudou de lado. Eram 42 minutos do segundo tempo quando Fred recebeu em condição legal e teve gol mal anulado pelo árbitro no Engenhão.
O jogo era entre o líder e o terceiro colocado. O primeiro grande desafio do Galo, fora de casa diante de um adversário forte. O Fluminense com Deco e Fred também sabia que o jogo seria complicado. E a postura dos dois times foi digna de uma das várias decisões que o Campeonato Brasileiro proporciona neste formato.
O início nervoso do Atlético deu espaços para o Fluminense trabalhar no meio-campo com Thiago Neves circulando sem marcação do lado esquerdo, nas costas de Marcos Rocha. Os mineiros reclamavam demais da arbitragem, não se concentravam no jogo e não jogavam. Aos poucos, porém, Cuca deslocou Leandro Donizete para fazer a marcação no setor, o time encaixou e melhorou. Tinha menos a bola, mas não corria riscos e conseguia chegar bem mais uma vez nas bolas longas para Jô, que costumeiramente levava vantagem.
O panorama do jogo só mudava quando a bola chegava à Wellington Nem. No mano a mano com Júnior César, o atacante ganhou todos os lances. Mas não conseguia dar sequência por não encontrar companheiros na mesma sintonia. Deco foi muito bem marcado, Thiago Neves jogou mal e Fred levou vantagem poucas vezes sobre a dura e boa marcação de Leonardo Silva.
Equilibrado, o jogo mudou quando os técnicos precisaram mudar. Cuca trocou Danilinho e Bernard por Guilherme e Escudero. Não ficou com um time pior em campo. Mas perdeu características fundamentais para o sucesso do líder até aqui: a rápida recomposição e a bola longa pelos lados para contra-atacar. O Atlético não chegava mais e permitiu a Abel Braga ousar com Marcos Júnior e Wágner no time. A pressão era grande quando o lance decisivo foi mal interpretado pela arbitragem.
O empate foi bom para o Atlético que manteve a liderança e a vantagem para o segundo colocado. Mais do que isto, mostrou que pode enfrentar qualquer adversário na competição. Mostrou força, conjunto, qualidade. E "sorte", pois o erro a favor veio num jogo em que era fundamental somar pontos. O Fluminense deixa escapar a chance de encostar na briga pela primeira posição em jogo em que foi melhor, mas que sofreu com a partida apagada de peças importantes.
Sobre a reclamação, é sempre a mesma coisa. Quem tem o erro contra, chora. Quem tem a favor, se cala. Enquanto a postura não mudar, a arbitragem seguirá errando. Cada hora para um. Cada hora contra um. O silêncio de hoje, é o "mimimi" de amanhã. Serve como muleta e parece ser mais simples do que cobrar uma solução definitiva e a melhora na preparação dos árbitros. Enquanto a postura do favorecido não mudar, nada vai mudar.
Quem gosta e acompanha futebol tem seus sonhos. Vários. Nesta semana, realizei um dos meus. E foi fantástico. Normalmente não uso este espaço como "diário" e a análise costuma ser baseada no que acontece em campo. Desta vez, é impossível repetir a fórmula, por vários motivos.
Não sei exatamente quando nem porque comecei a gostar do Boca Júniors. Não sei se foram pelos títulos, pela camisa bonita e "pesada", pelos bons times da década de 90, pelos ídolos ou pela torcida. Comecei respeitando e rapidamente o respeito virou admiração.
Nesta quarta, finalmente pude ver um jogo do Boca. Na torcida do Boca. Realização de um sonho de criança estar no meio da "12", a temida e profissional torcida argentina. E tudo aquilo que sempre falaram a respeito da torcida azul y oro é verdade. É impressionante. É inesquecível.
O empate por 1 a 1 levou o Boca Júniors novamente à semifinal da competição mais importante do continente. Pouco para falar por jogo. Embriagado que estava pela sensação de estar me sentindo um deles. Cego pela ausência da lente de contato que ficou em Belo Horizonte. Pude ver um primeiro tempo com poucas emoções, com um Fluminense que dominava mas que chutou uma bola a gol além daquela falta de Carletto desviada logo no início e que estufou as rendes longe demais do que eu podia enxergar. Deu para notar um Boca com mais pegada e mais chegada no segundo tempo. Principalmente após a entrada de Mouché. Foi possível ver que a bola de Rivero acertou a trave, mas curiosamente logo depois dela todos já comemoravam na torcida argentina. Pareciam saber que Santiago Silva apareceria como um touro no meio da defesa para marcar o gol da classificação. Daí em diante eu não vi mais nada. E achei que ainda faltava muito jogo quando vi os jogadores correndo sem camisa na direção da torcida do Boca para agradecer o apoio.
A classificação foi justa. O Boca Júniors foi muito superior no primeiro jogo e só não abriu vantagem maior graças à atuação fantástica de Diego Cavalieri. Na segunda partida, embora os cariocas tenham tido maior controle, criaram poucas chances claras. O Boca de uma bola, foi o boca de uma bola. A de Riquelme, Erviti e Silva. A do gol e da classificação.
No dia em que fui um deles, o Boca Júniors "venceu". E a festa que entrou a madrugada no Engenhão enquanto a polícia dispersava a torcida adversária para que pudéssemos sair, não vai mais sair da memória.
Por todas as circunstâncias, a derrota por 1 a 0 pode ser considerada um bom resultado para o Fluminense. Desfalcado, com um jogador a menos desde os 33 minutos do primeiro tempo e em jornada pouco inspirada, o time poderia ter saído morto da Bombonera. Saiu vivo. Mas terá uma missão complicadíssima pela frente na próxima quarta-feira, no Engenhão.
O Boca Juniors também teve seus desfalques. Mas não se intimidou e depois de um início ruim controlou o jogo. Foi melhor que o Fluminense por pelo menos 75 minutos, jogando fora de suas características. Assumiu as rédeas do confronto e já era melhor quando Carlinhos foi bem expulso aos 33 minutos.
Embora criasse as melhores oportunidades, parando em mais uma grande atuação de Diego Cavalieri, o Boca Juniors mostrou mais uma vez na Bombonera o seu lado mais fraco. Quando controla o jogo, cria mais do que o normal. Desperdiça mais e deixa espaços assustadores na lenta defesa. Mesmo em desvantagem numérica e em campo, o Fluminense teve algumas chances que com mais capricho poderiam atrapalhar o sucesso argentino.
No segundo tempo, o Boca voltou com Blandi como centro-avante, fazendo um 4-3-3 que fez Riquelme praticamente desaparecer da partida. E apesar do gol de Mouché, o melhor em campo, criou menos que na etapa inicial. Mas foi melhor, venceu e carrega a vantagem para o segundo jogo.
Com sete vitórias seguidas na Libertadores, ainda há quem torça o nariz para o Boca Juniors. Que mais uma vez causou uma falsa impressão para quem não o conhece bem. O melhor do time não está mais na temida Bombonera. É fora de casa, com o adversário pressionado, que o time de Falcioni funciona melhor. Três vitórias, um empate e apenas três gols sofridos longe de seus domínios até aqui.
O Fluminense que até agora não brilhou na temporada, só se destacou quando precisou decidir. Foi assim nas finais dos estaduais e nos jogos mais cascudos da Libertadores. Terá outra chance de mostrar seu valor no Engenhão. Mas a tarefa será dura.
A quinta-feira deu a mostra do que vem pela frente na Copa Libertadores. Um dia de futebol de alto nível, com grandes times seguindo em frente na competição.
A começar pelo Santos. Com Neymar, Ganso e cia inspirados, não sobrou Bolívar para contar história. Com os bolivianos em linha e sem a altitude, ficou fácil para o Peixe. 8 a 0 com direito a show, golaços e muita empolgação para seguir em frente na competição. O atual campeão da Libertadores ainda é o melhor time do continente e tem Neymar. E como é bom vê-los escrever a história.
Assim como é bom ver a Universidad do Chile, que hoje infelizmente não acompanhei. Depois de apanhar por 4 a 1 na altitude, os chilenos de Jorge Sampaoli se recuperaram em grande estilo. 6 a 0 no Deportivo Quito e o time que mais empolga nos últimos dois anos na América do Sul segue em frente. Cada vez mais preparado para grandes conquistas.
No mesmo horário, Fluminense e Internacional decidiram o grande confronto desta fase. A vitória por 2 a 1 no Engenhão permitiu ao Flu seguir adiante, mesmo sem ser melhor. Assim como no confronto de Porto Alegre, os gaúchos controlaram o meio-campo e foram melhores na partida. Mas se faltou eficiência ao setor ofensivo de Dorival Júnior com noite pouco inspirada de Damião, Dátolo e Oscar, sobrou na bola parada do Flu. Duas cobranças de Thiago Neves e dois gols. Um com Leandro Euzébio e outro com Fred. Virada e classificação para um time que ainda não empolgou na temporada mas que vai seguindo em frente na competição continental além de ter praticamente garantido o título estadual.
O que vem pela frente promete. A Libertadores chega às quartas de final com times fortes e tradicionais. Segue uma breve análise dos confrontos e meus palpites:
Boca Júniors x Fluminense - Os argentinos vivem momento melhor. Na primeira fase se enfrentaram e cada um venceu como visitante. Individualmente, o time do Fluminense é melhor. Se contar com Deco, Fred e cia em noite inspirada, podem vencer. Mas acredito que o Boca siga em frente.
Libertad x Universidad do Chile - O Libertad passou com tranquilidade pela última fase e tem bom time. É forte na bola parada e pode ser mortal. Mas os chilenos tem mais time e ganharam moral demais com a virada/goleada sobre o Deportivo Quito. La U avança.
Vélez x Santos - O Peixe é amplo favorito no confronto e é o principal candidato na competição. Mas terá um adversário forte. O pragmático Vélez não vai dar os espaços que o Bolívar deu. E pode ser mortal nos contra-ataques. Mas o Santos passa.
Vasco x Corinthians - O confronto mais equilibrado desta fase é entre os dois brasileiros. Nenhum dos dois empolga, mas ambos são corretos, tem experiência e muito talento individual. Tite parece ter o elenco mais nas mãos do que Cristóvão e esta diferença pode decidir. Dá Corinthians.
O confronto brasileiro nas oitavas de final da Copa Libertadores decepcionou. Jogo morno entre Internacional e Fluminense no Beira-Rio, que terminou em empate sem gols. Pesaram, para os dois lados, a ausência de jogadores importantes que fizeram de um duelo de dois times que tem condições de brigar pelo título, times comuns.
O Internacional tentou desde o início ocupar o campo ofensivo. A linha de volantes no 4-2-3-1 jogava muito próxima dos meias. Mas nem Dátolo, nem Tinga, nem Dagoberto, conseguiam criar. Faltava ao time tranquilidade para rodar a bola para encontrar a melhor opção. Faltava Oscar. Faltava D'Alessandro. Só no segundo tempo, após a entrada de Jajá, mais no volume do que na qualidade, o Colorado ameaçou. Perdeu penalti, acertou a trave. Mas criou pouco.
O Fluminense fez partida correta. Fora de casa, contra um adversário forte, se defendeu bem. Exceto por Thiago Neves, que não ajudou ofensiva nem defensivamente, todos participavam da marcação. Inclusive Rafael Sóbis, o melhor do time. Faltava no entanto, poder para surpreender o adversário em velocidade. Faltava Wellington Nem.
O confronto fica em aberto para ser decidido no Engenhão. Nem deve seguir fora. Oscar e D'Alessandro também. O panorama deve mudar pouco, infelizmente. Bom para o Inter que a tola regra do gol qualificado faz o empate sem gols tornar-se um bom resultado. Com um pouco mais de inspiração, espera-se pelo menos que os gols apareçam no Rio de Janeiro.
A falta de respeito e a soberba seguem sendo os principais adversários dos brasileiros na Libertadores. Principalmente porque eles não conseguem enxergar os bons times dos países vizinhos. Subvalorizar a Universidad de Chile, o Vélez e tantos outros é comum por aqui.
O mesmo aconteceu com o Boca Júniors. Campeão do Apertura invicto, o time voltou à Libertadores e bastou uma derrota para o Fluminense na Bombonera para boa parte da mídia cravar que "o time argentino não é mais o mesmo".
Sem Schiavi, o time teve atuação defensiva atípica no primeiro confronto contra os cariocas. Perdeu o que tem de mais forte: a consistência e a segurança.
Hoje no Engenhão, o Boca ficou mais à vontade. Pôde jogar dentro do seu estilo: marcação muito forte no meio, ocupação de espaços, controle do jogo e pouco poder ofensivo. Não foi brilhante porque não é, principalmente quando não tem Riquelme. Se o 10 não faz tanta falta assim já que Chavez tem jogado bem dentro de suas características, é dele que se pode esperar algo de diferente do time argentino.
Mesmo sem ele, porém, o Boca é um time vestido para matar. Não só pela bela e tradicional camisa, que impõe respeito por si só (ou deveria). Mas os xeneízes são um time fatal. Não empolgam, não atacam, parecem não jogar mas não perdem as chances. Hoje, o Fluminense falhou duas vezes na defes. Gols de Cvitanich e Miño que definiram a vitória.
O Fluminense que tem a melhor campanha da primeira fase não é um time ruim. Claro. Assim como não foi extraordinário por ter vencido na temida Bombonera.
O Boca não é o melhor time da Libertadores. Mas volto a alertar: é bom ter o olho bem aberto com o fatal time de Falcioni e companhia.
O Fluminense é o primeiro classificado para a próxima fase da Copa Libertadores. Passou sem sustos pelo grupo 4, com 100% de aproveitamento em quatro jogos. Vai jogar as últimas duas rodadas precisando de um ponto para garantir a liderança. Pode conseguir bem mais para ser o melhor classificado na fase inicial.
Embora tenha passado com certa tranquilidade, o Fluminense não empolgou. Viveu alguns bons momentos na sensacional vitória sobre o Boca na Bombonera. E só.
Hoje contra o fraco time do Zamora (que não fez um gol sequer em quatro partidas), não dá nem para dizer que o Fluminense jogou para o gasto. Ganhou por 1 a 0 com um gol de falta de Rafael Sóbis, com ajuda da barreira e do goleiro.
Rafael Sóbis que entrou quando Abel errou. O técnico do Fluminense demorou para mexer para tentar mudar o panorama de um time que enfrentava adversário muito inferior mas quase não ameaçava. Quando o fez, sacou Wellington Nem, o único que tentava (e podia) fazer alguma coisa diferente. Não fosse a falta e o gol, segundos após a substituição.
O Fluminense ainda foi pouco testado. E jogou pouco. Os 100% iludem mas não mostram o real potencial do time. Que certamente ainda terá testes mais complicados e precisará jogar muito mais para ir adiante na Libertadores.
Quem acompanha futebol apenas por notícias ou comentários certamente se decepcionou com o que viu hoje do Boca Júniors. A derrota para o Fluminense encerrou a incrível série de 36 jogos de invencibilidade do atual campeão argentino invicto. A atuação do Boca hoje só foi uma decepção para quem não sabia o que ia encontrar na Bombonera.
O Boca Juniors de Falcioni é um time bem armado, correto e pobre tecnicamente. Na defesa e no ataque. Principalmente sem Schiavi e Cvitanich que fazem muita falta aos setores. O experiente zagueiro pois não tem substituto à altura no elenco e que organiza bem o sistema defensivo. E o atacante pois obriga Falcioni a escalar Mouché, que definitivamente não conseguiu como profissional desenvolver o que se esperava dele.
Para melhorar a situação do Fluminense, Fred marcou um gol logo no início após falta cobrada por Deco e cochilada da defesa argentina (justamente onde estaria Schiavi). Com a desvantagem no placar, o Boca deixou ainda mais óbvia sua pouca criatividade e o baixo poder ofensivo, embora Riquelme estivesse afim de jogo e tenha feito grande partida.
Durante toda a partida, ficava a impressão de que os cariocas poderiam matar a qualquer momento um adversário que demonstrou a fragilidade defensiva quando teve que atacar. O Boca tinha a bola mas ameaçava apenas nas bolas paradas e ainda por cima esbarrava em grande atuação de Diego Cavalieri.
No início do segundo tempo, na bola parada de Riquelme, Somoza empatou o jogo. Mas o Fluminense fez valer os talentos individuais ofensivos quando passava pelo pior momento na partida. Grande jogada do ótimo Wellington Nem e gol de Deco, para voltar a dar tranquilidade. Que não foi tão grande assim pois cansado o Flu não conseguia mais sair para o ataque e a blitz dos donos da casa durou até o fim da partida, embora sem sucesso.
Embora seja preciso destacar as grandes atuações de Cavalieri, Digão e Diguinho, o que faz a diferença no Fluminense é o talento ofensivo. Hoje Thiago Neves não foi bem. Os outros três decidiram. Quando outro estiver mal, Thiago Neves pode definir. Muito talento, fundamental para uma competição equilibrada que pode ser decidida em detalhes.
Poder de decisão que o Boca não tem. Dependente de Riquelme, o Boca tem como forte a organização e não a capacidade técnica. Mas repito o que disse aqui mesmo quando os argentinos estrearam com um decepcionante empate: toda decepção com este time é perigosa. A longa invencibilidade não veio por acaso e o organizado time do Falcioni já mostrou-se capaz de superar seus problemas.
Com desempenho decepcionante na estreia da Libertadores e derrapando no Campeonato Carioca, o Fluminense sofreu para chegar à decisão da Taça Guanabara. Só conseguiu porque o Vasco levou a competição a sério mesmo quando estava classificado e venceu os dois últimos compromissos na primeira fase. 100% na competição, era impossível não achar o Vasco favorito contra um time que só se classificou graças ao seu desempenho.
Mas em clássicos e decisões, tudo costuma se nivelar. E os dois adversários fizeram um jogo equilibrado e cheio de mudanças no Engenhão.
A partida que começou igual tinha os dois times usando frequentemente uma alternativa que encontraram há poucas rodadas: a velocidade. O Vasco pela direita com Bárbio (que invertia frequentemente o lado com Diego Souza confundindo a marcação) num 4-3-3 interessante proposto por Cristóvão Borges mas que acabou pecando pela pouca qualidade no meio graças à atuação apagada de Felipe Bastos. O Fluminense pela esquerda com Wellington Nem, segurando as subidas de Fágner e ajudando na marcação e no apoio no 4-2-3-1 que finalmente parece próximo do encaixe ideal.
E muito deste encaixe deve-se à Deco. Adaptado ao futebol brasileiro e aparentemente longe das lesões, o "maestro" assume cada vez mais o papel de protagonismo que lhe era guardado. Seja recuando para qualificar a saída de bola, seja atacando para surpreender Fernando Prass em jogada de quem enxerga tudo que acontece ao redor.
O equilíbrio do confronto começava a pender para o Vasco que ameaçava adiantar as linhas para atrapalhar a saída de bola do Flu quando Diego Souza recebeu bola que mudaria o jogo. Para o cruzmaltino, se tivesse entrado. Mas caprichosamente a bola acertou a trave e voltou para o rival puxar contra-ataque e Nem sofrer penalti bobo de Fágner. Fred fez o primeiro, pouco depois Deco ampliou e o Vasco sentiu o golpe. Thiago Neves poderia ter feito o terceiro ainda no primeiro tempo. Fred não perdeu no início do segundo tempo. E contra um adversário batido o Fluminense colocou em campo sua qualidade ofensiva e empilhou chances perdidas, deixando escapar a chance de golear o rival.
Já na base do abafa e com o adversário sem a mesma velocidade após as saídas de Wellington Nem e Thiago Neves, com Dedé atuando como centro-avante e um ousado 4-2-4, o Vasco diminuiu com Eduardo Costa, acertou a trave e exigiu defesas de Cavalieri deixando a impressão que estava pronto para reagir. Tarde demais, não conseguiu ameaçar o resultado que o Fluminense não conseguiu ampliar.
O título foi justo pela grande atuação coletiva e individual do Fluminense. Que jogou no limite quando precisou. A entrada de Valência fortalecendo a marcação no meio e o espaço para Wellington Nem dar velocidade dão o caminho para Abel trabalhar na Libertadores. Ao lado de Deco. Maestro do título e jogador fundamental para a organização tática funcional do tricolor.
O Fluminense sofreu mais do que poderia. Mas confirmou sua vaga na decisão da Taça Guanabara após vencer o Botafogo por 4 a 3 nos penaltis. No jogo, o time de Abel Braga foi superior, saiu atrás, mas acabou conseguindo o empate por 1 a 1 que deixou a história ser decidida da marca da cal.
A partida no Engenhão foi equilibrada e de poucas emoções. Armado no 4-2-3-1 tradicional com Herrera espetado pela direita na vaga de Maicosuel, o Botafogo abria espaço para Lucas no corredor direito e fazia desta sua principal alternativa ofensiva. No 4-2-2-2 também tradicional, o Fluminense tinha no mesmo lado sua força ofensiva. Por ali, Bruno apoiava constantemente com o apoio de Deco, Wellington Nem e às vezes Thiago Neves.
Embora tivesse mais a bola durante a etapa inicial e ocupasse mais o campo ofensivo, o Botafogo não conseguiu ser melhor que o Fluminense. Que tocava a bola com inteligência no ataque e criava as melhores chances. Vantagem que ficou maior na volta do intervalo, quando acertou a marcação no meio-campo e não pressionou um Botafogo com setores isolados e dificuldade para trabalhar a bola.
O Fluminense empilhava chances perdidas e o nervosismo aumentava. O Botafogo se aproveitou dos espaços para criar em velocidade. E depois de perder uma chance, a defesa do Flu errou na linha do impedimento e Herrera achou Elkeson em condição para abrir o placar. Em desvantagem, Abel Braga trocou Bruno por Rafael Moura e o Botafogo respondeu com Lucas Zen na vaga de Maicosuel. Antes mesmo que as mexidas surtissem efeito, porém, Leandro Euzébio recebeu lançamento longo de Deco e contou com posicionamento também errado da defesa do Bota para empatar o jogo. Com o empate, os treinadores reorganizaram seus times nos sistemas iniciais: Oswaldo de Oliveira com Caio no lugar de Marcelo Mattos, Abel Braga com Jean na vaga de Deco.
No fim, um empate justo por 1 a 1 num jogo que o Fluminense podia ter decidido mas que não foi tão melhor que seu adversário. Nos penaltis, Jean perdeu para o Flu. Mas Lucas e Loco Abreu perderam para o Botafogo, o último sem a tradicional cavadinha. 4 a 3 e Fluminense classificado.
O Fluminense chega à decisão como franco atirador. Depois de quase ser eliminado na primeira fase e sair atrás na semifinal, ainda procura seu rumo sob o comando de Abel Braga. Dispensa comentários pela qualidade na frente mas tem problemas graves no sistema defensivo que impedem o time de se soltar. O Vasco, mais bem montado, é favorito. Tanto é que já venceu o adversário na primeira fase. Mas não é bom duvidar de um time com tanto talento individual como o Fluminense na decisão.
O blog já alerta desde o ano passado: o estigma de "time de guerreiros" faz muito mal ao Fluminense. Deste que tomou para si o papel, o Flu sofre quando não precisa, abusa da vontade e evita a tranquilidade. Na Libertadores, então, o problema parece se agravar. Para os guerreiros tricolores, a impressão é que vencer com suor e lágrimas é preferível a jogar futebol.
Na bola, o time precisou de menos de 2 minutos para abrir o placar. Atacando com os dois laterais, marcando no campo ofensivo e chegando com muita gente à área adversária, o Fluminense começou sufocando. E logo abriu o placar em jogada que teve ótimo passe de Deco (o único lúcido do time), participação dos dois alas e finalização de Fred após bate-rebate. Sóbis e Wágner também se apresentavam próximo ao gol argentino no lance.
Depois de sair na frente e deixar a impressão de que golearia com tranquilidade como fez em 2008 (quando venceu o Arsenal por 6 a 0), o time de Abel foi reduzindo o ritmo até parar. A linha defensiva seguiu adiantada, porém exposta. E os argentinos acharam brechas para atacar e jogar. Com mais posse de bola, controlaram os 70 ou 75 minutos restantes e com um pouco mais de qualidade teriam, no mínimo, empatado o jogo. Carbonero e Leguizamón, os dois melhores do Arsenal, tiveram pelo menos três ótimas chances para marcar. Esbarraram em erros do bandeira e também em boas defesas de Diego Cavalieri.
Como se não bastasse, o time ainda exagerou na pilha. Fred discutiu com todo mundo. Wágner chutou um adversário em pé. Leandro Euzébio, um deitado. Dois justos cartões vermelhos para aumentar a angústia da torcida, o desgaste do time e o sofrimento de todos.
"Time de guerreiros" é o estigma que persegue o Flu. "Libertadores é guerra", o que persegue todos os times brasileiros. Juntos, são uma bomba-relógio próxima de explodir. Esquecê-los e usar o seu ótimo time para jogar futebol, é o caminho mais sadio para o tricolor na competição.
O Fluminense foi forte ao mercado neste início de ano. Pagou caro para contar com os meias Wágner e Thiago Neves. Mas não resolveu o problema do miolo de zaga, calcanhar de aquiles em 2011.
O cobertor curto que ficou à disposição de Abel Braga, você confere clicando aqui.
Aproveite para ver os outros times que já passaram pelo quadro:
E os 11 titulares da Seleção Marcação Cerrada do Campeonato Brasileiro 2011 estão escalados. Pela primeira vez o ataque tem um "bi-campeão".
Neymar brilhou com a camisa do Santos. Não jogou todos os jogos mas brindou o público com jogadas e gols espetaculares. Se mantém no time depois de ser um dos melhores atacantes em 2010. E parece disposto a ter vida longa na Seleção do Marcação.
Fred também brilhou. Carregou nas costas o Fluminense na parte mais importante do Campeonato e arrecadou votos deixando até o artilheiro Borges para trás.
Quem foram os dois melhores atacantes do Campeonato Brasileiro?
Borges (Santos)
12,50% (4 votos)
Deivid (Flamengo)
3,13% (1 voto)
Fred (Fluminense)
18,75% (6 votos)
Júlio César (Figueirense)
6,25% (2 votos)
Leandro Damião (Internacional)
9,38% (3 votos)
Liédson (Corinthians)
9,38% (3 votos)
Loco Abreu (Botafogo)
3,13% (1 voto)
Neymar (Santos)
21,88% (7 votos)
Ronaldinho Gaúcho (Flamengo)
9,38% (3 votos)
William (Avaí)
6,25% (2 votos)
Total: 32 votos
Estes são os 11 escolhidos para a Seleção Marcação Cerrada do Campeonato Brasileiro de 2011:
E Fred chegou! A arrancada na reta final do atacante do Fluminense o coloca como um dos três destaques do Brasileirão até aqui. E a briga vai até a rodada final. Veja:
Bernardo (Vasco) - 1ª rodada Leonardo Silva (Atlético-MG) - 2ª rodada Anderson Aquino (Coritiba) - 3ª rodada William (Corinthians) - 4ª rodada Rogério Ceni (São Paulo) - 5ª rodada Liédson (Corinthians) - 6ª e 22ª rodadas Oscar (Internacional) - 7ª rodada Montillo (Cruzeiro) - 8ª, 16ª e 19ª rodadas Marcelo Grohe (Grêmio) - 9ª rodada Paulinho (Corinthians) - 10ª rodada Diego Souza (Vasco) - 11ª, 24ª e 26ª rodadas Ronaldinho Gaúcho (Flamengo) - 12ª rodada Dedé (Vasco) - 13ª rodada Dagoberto (São Paulo) - 14ª rodada Cícero (São Paulo) - 15ª rodada Émerson (Corinthians) - 17ª rodada Leandro Damião (Internacional) - 18ª e 23ª rodadas Borges (Santos) - 20ª rodada André Lima (Grêmio) - 21ª rodada Fernando Prass (Vasco) - 25ª rodada Fernando Henrique (Ceará) - 27ª rodada Bottinelli (Flamengo) - 28ª rodada Élton (Vasco) - 29ª rodada Fred (Fluminense) - 30ª, 35ª e 36ª rodadas Wellington Nem (Figueirense) - 31ª rodada Neymar (Santos) - 32ª e 33ª rodadas Luis Fabiano (São Paulo) - 34ª rodada
Quem foi o destaque da 36ª rodada do Brasileirão?
Felipe Azevedo (Ceará)
18,75%
Luis Fabiano (São Paulo)
37,50%
Fred (Fluminense)
43,75%
Hora de escolher um destaque para a penultima rodada. Vejam os concorrentes:
Bernardo (Vasco) - Entrou no segundo e tempo e mais uma vez marcou gol decisivo. Manteve o Vasco na briga pelo título. Foi destaque na 1ª rodada.
Felipe (Flamengo) - Fechou o gol contra o Internacional e deixou o Flamengo perto de uma vaga na Libertadores.
Liédson (Corinthians) - Por minutos, não marcou o gol do título. Foi dele o tento da vitória sobre o Figueirense. Destaque nas rodadas 6 e 22.
Faltando duas rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, três times ainda brigam pelo título. A briga quente pode ser resolvida com uma rodada de antecedência já que Vasco e Fluminense se enfrentam nesta rodada e podem acabar se matando.
O Corinthians é favorito. Mas não terá vida fácil já que tem pela frente confrontos complicados. Vasco e Fluminense dependem de tropeços dos paulistas para poder sonhar.
Serão 5 jogos decisivos na conquista do título. Outros tantos já foram decisivos. Mas há quem prefira um jogo final, no mata-mata. Vai entender...
Veja quem são os candidatos, seus jogos e o que precisam para ficar com o troféu.
Corinthians - 1º colocado - 67 pontos Jogos: Figueirense (fora) e Palmeiras (casa)
Matematicamente, o Corinthians precisa de 4 pontos para garantir o título. Ou seja: basta vencer um jogo e empatar outro. Mas a tarefa não é fácil. Primeiro o time encara o Figueirense, brigando por vaga na Libertadores e mordido pela goleada sofrida para o Fluminense, fora de casa. E depois decide em clássico contra o Palmeiras, que tem como única motivação tirar o título do rival.
Se vencer um jogo e perder o outro, o Corinthians elimina o Flu da disputa e só perde o título se o Vasco vencer os dois jogos. Ou seja: se vencer o Figueirense, comemora o título por antecipação desde que o Vasco não vença o Fluminense.
Com dois empates, o Corinthians também tira o Fluminense da briga. Mas depende de uma derrota (ou dois empates) do Vasco para poder comemorar o título.
Com um empate, além de torcer para que o Vasco perca pelo menos um dos jogos ou não ganhe nenhum, o Corinthians precisa torcer para que o Fluminense não vença seus dois compromissos.
Caso perca as duas partidas, o Corinthians só fica com o título se Vasco e Fluminense empatarem na próxima rodada e não vencerem seus jogos na partida derradeira.
Vasco - 2º colocado - 65 pontos Jogos: Fluminense (fora) e Flamengo (casa)
O Vasco tem dois clássicos pela frente. Um contra um adversário direto pelo título e outro com um que provavelmente ainda sonhará com uma vaga na Libertadores. Precisa tirar três pontos de vantagem em relação ao Corinthians, já que tem grande desvantagem no número de vitórias. Empatar com os paulistas no número de pontos não dará ao Vasco a conquista. Ou seja: se não vencer nenhum dos jogos finais o Vasco não ganhará o Campeonato Brasileiro.
Se vencer os dois jogos, o Vasco torce para que o Corinthians faça no máximo três pontos (perca uma ou empate as duas).
Caso ganhe um jogo e empate o outro, o Vasco só fica com o título se o Corinthians fizer no máximo um ponto (empate uma e perca a outra ou perca as duas).
Com uma vitória e uma derrota, o Vasco precisará que o Corinthians perca seus dois compromissos para ficar com o título. Se a única vitória não for sobre o Fluminense (perca para o Flu e vença o Flamengo), o Vasco precisará secar também o rival na última rodada para sonhar com a conquista.
Fluminense - 3º colocado - 62 pontos Jogos: Vasco (casa) e Botafogo (fora)
O Fluminense tem o panorama mais difícil entre os concorrentes, embora tenha vantagem sobre os dois no critério de desempate (com 20 vitórias, se ficar empatado com os rivais ganha o troféu). No entanto, apenas um cenário serve para o Fluminense no Brasileirão.
Para comemorar o título no dia 4 de dezembro, o Fluminense precisa ter vencido o Vasco e ganhar do Botafogo. Além disso, precisa que o Corinthians faça no máximo um ponto em dois jogos (um empate e uma derrota ou duas derrotas).
Fred resolveu brigar na reta final. Os quatro gols na vitória sobre o Grêmio renderam ao vice-artilheiro do Brasileirão o segundo destaque. E é bom Montillo e Diego Souza abrirem o olho com o 9 do Flu. Veja:
Bernardo (Vasco) - 1ª rodada Leonardo Silva (Atlético-MG) - 2ª rodada Anderson Aquino (Coritiba) - 3ª rodada William (Corinthians) - 4ª rodada Rogério Ceni (São Paulo) - 5ª rodada Liédson (Corinthians) - 6ª e 22ª rodadas Oscar (Internacional) - 7ª rodada Montillo (Cruzeiro) - 8ª, 16ª e 19ª rodadas Marcelo Grohe (Grêmio) - 9ª rodada Paulinho (Corinthians) - 10ª rodada Diego Souza (Vasco) - 11ª, 24ª e 26ª rodadas Ronaldinho Gaúcho (Flamengo) - 12ª rodada Dedé (Vasco) - 13ª rodada Dagoberto (São Paulo) - 14ª rodada Cícero (São Paulo) - 15ª rodada Émerson (Corinthians) - 17ª rodada Leandro Damião (Internacional) - 18ª e 23ª rodadas Borges (Santos) - 20ª rodada André Lima (Grêmio) - 21ª rodada Fernando Prass (Vasco) - 25ª rodada Fernando Henrique (Ceará) - 27ª rodada Bottinelli (Flamengo) - 28ª rodada Élton (Vasco) - 29ª rodada Fred (Fluminense) - 30ª e 35ª rodadas Wellington Nem (Figueirense) - 31ª rodada Neymar (Santos) - 32ª e 33ª rodadas Luis Fabiano (São Paulo) - 34ª rodada
Quem foi o destaque da 35ª rodada do Brasileirão?
Fred (Fluminense)
54,55%
Guerrón (Atlético-PR)
36,36%
Fábio (Cruzeiro)
9,09%
Hora de eleger o destaque da 36ª rodada. Veja os candidatos e vote:
Felipe Azevedo (Ceará) - Marcou os três gols da vitória do Ceará sobre o Grêmio por 3 a 1.
Luis Fabiano (São Paulo) - Marcou dois gols e deu o passe para outro na vitória do São Paulo por 3 a 1 sobre o América. Foi destaque na 34ª rodada.
Fred (Fluminense) - Está com cheiro de gol. Contra o Figueirense, foram mais três na conta. Destaque nas rodadas 30 e 35.
O Campeonato Brasileiro trouxe mais uma rodada improvável. Dos oito primeiros colocados, apenas três venceram (Flamengo, Figueirense e Fluminense). Dos sete últimos colocados, apenas dois não somaram três pontos (Cruzeiro e Avaí). O motivo? Equilíbrio. O Campeonato Brasileiro não é ótimo, mas não é nivelado por baixo. As equipes se equivalem, os trabalhos são parecidos e aos poucos todos aprenderam a lidar com a competição por pontos corridos.
E nesta reta final, o que pode fazer a diferença é o talento. Que pode decidir, mudar o jogo em um lance. Sorte do Fluminense...
No jogo de hoje contra o Internacional, o Fluminense não fez uma grande partida. Em boa parte do confronto, esteve em dificuldades perante um adversário inflamado pela torcida e encarando o jogo como decisão. O ofensivo time de Dorival Júnior tentou marcar no campo ofensivo e teve movimentação interessante de seus meias, principalmente Oscar.
O Fluminense não conseguia ter a bola. Abusava da bola longa e sofria com a falta de qualidade de seus volantes para fazer a transição. Mas tinha Deco e isto bastou. O meia que pouco participou do jogo (graças à falta de transição, já citada), definiu a partida em dois lances. Estava no lugar certo e deu o passe preciso para os gols de Moura Sóbis. Entre eles, Oscar marcou para o Colorado.
No segundo tempo, o Fluminense melhorou a posse de bola. Simplesmente porque Deco recuou e participou mais da transição. Deu a qualidade que o time precisava e teve experiência para ditar o ritmo do time, que correu menos riscos.
Com a excelente vitória fora de casa, o Fluminense entrou de vez na briga. Diferentemente do Inter, que quando parece ir tropeça, o Flu chega e cresce na hora certa.
Hoje não teve Fred, um dos melhores jogadores do segundo turno e que mais uma vez dá mostras de que gosta da reta final do Brasileirão. Mas teve Deco. Que demorou para jogar, que sofreu com problemas físicos mas que quando o Fluminense mais precisa, aparece para fazer a diferença.
O talento de Deco, o poder de decisão de Fred, o atual título brasileiro. As credenciais do Fluminense não são poucas. E hoje fica a certeza que para o torcedor carioca, valeu a pena esperar.
Outro empate na briga pelo Destaque da Rodada. Cabe a este que vos escreve o voto de minerva. E por isto, Fred se deu melhor na disputa. Os dois contra o Palmeiras o colocaram pela primeira vez nesta lista:
Bernardo (Vasco) - 1ª rodada Leonardo Silva (Atlético-MG) - 2ª rodada Anderson Aquino (Coritiba) - 3ª rodada William (Corinthians) - 4ª rodada Rogério Ceni (São Paulo) - 5ª rodada Liédson (Corinthians) - 6ª e 22ª rodadas Oscar (Internacional) - 7ª rodada Montillo (Cruzeiro) - 8ª, 16ª e 19ª rodadas Marcelo Grohe (Grêmio) - 9ª rodada Paulinho (Corinthians) - 10ª rodada Diego Souza (Vasco) - 11ª, 24ª e 26ª rodadas Ronaldinho Gaúcho (Flamengo) - 12ª rodada Dedé (Vasco) - 13ª rodada Dagoberto (São Paulo) - 14ª rodada Cícero (São Paulo) - 15ª rodada Émerson (Corinthians) - 17ª rodada Leandro Damião (Internacional) - 18ª e 23ª rodadas Borges (Santos) - 20ª rodada André Lima (Grêmio) - 21ª rodada Fernando Prass (Vasco) - 25ª rodada Fernando Henrique (Ceará) - 27ª rodada Bottinelli (Flamengo) - 28ª rodada Élton (Vasco) - 29ª rodada
Fred (Fluminense) - 30ª rodada
Quem foi o destaque da 30ª rodada do Brasileirão?
Júlio César (Figueirense)
42,86%
Fred (Fluminense)
42,86%
D'Alessandro (Internacional)
14,29%
Hora de eleger os destaques da 31ª rodada. Vejam os candidatos:
Wellington Nem (Figueirense) - Um golaço e uma assistência na vitória do Figueira sobre o Palmeiras por 2 a 1.
Diego Souza (Vasco) - Voltou a ser decisivo com um gol e uma assistência no 2 a 0 sobre o Bahia. Lidera a lista de destaques ao lado de Montillo.
Anselmo Ramón (Cruzeiro) - Um gol e um golaço na vitória sofrida do Cruzeiro por 3 a 2 contra o Atlético-GO.
Confesso que desliguei a televisão para aproveitar meu sábado aos 48 minutos do segundo tempo no Raulino de Oliveira. Me permiti relaxar achando que o resultado estava definido. Pelo rádio, fiquei sabendo alguns minutos depois, que o Fluminense conseguiu mais uma vitória épica. 3 a 2 justo em um grande jogo, onde venceu quem se interessou mais pelo resultado.
Por já ter "cumprido seu papel" na temporada e estar longe do título, é agradável ver o Santos. Principalmente por ter em seu time um jogador que se preocupa muito pouco com o que já passou e não se cansa de querer provar. Neymar é diferente. É interessado, se dedica, não tem a frescura do excesso de jogos. Joga e encanta.
E empurra o Santos, que começou melhor. Chegando com facilidade ao gol de Cavalieri, principalmente pela esquerda. Criou ótimas oportunidades e desperdiçou gols. E justamente quando o Fluminense crescia no jogo, abriu o placar com Neymar. O Flu já acertara a marcação e jogava no campo ofensivo. Marquinho e Fred se movimentavam bem pelo meio, incomodando a defesa santista e levando perigo. Tabela entre os dois no fim da etapa inicial, deu números justos ao placar.
Na volta para o intervalo, o jogo empolgante ficou no vestiário. O ritmo caiu graças ao gramado pesado. O Santos não parecia incomodado com isto e se acomodou no jogo. Enquanto o Fluminense fazia sua decisão, ainda esbarrando em suas deficiências. Mas tanto batalhou até que Rafael Sóbis acertou chutaço da entrada da área. Com o 2 a 1, o time ganhou a tranquilidade que precisava para trabalhar a bola e seguir sem riscos. Já que o Santos seguia sem demonstrar preocupação.
A tranquilidade que sobrava ao Flu, porém, faltou para Digão. Que exagerou na força contra o estreante Rentería e levou o cartão vermelho. Que obrigava o Santos a jogar novamente. O visitante o fez, até que o interessante reforço chamado Rentería empatou novamente o jogo.
O fim é o que eu já disse. Não vi, mas o Fluminense conquistou a vitória com Márcio Rosário de cabeça. Que permite ao time ainda sonhar com o título, apesar de estar longe de encantar. Do outro lado, o Santos encanta, mas não se permite subir na tabela pela falta de interesse. Que sobrou do outro lado. O justo vencedor!