Ironia e título

Com desempenho decepcionante na estreia da Libertadores e derrapando no Campeonato Carioca, o Fluminense sofreu para chegar à decisão da Taça Guanabara. Só conseguiu porque o Vasco levou a competição a sério mesmo quando estava classificado e venceu os dois últimos compromissos na primeira fase. 100% na competição, era impossível não achar o Vasco favorito contra um time que só se classificou graças ao seu desempenho.

Mas em clássicos e decisões, tudo costuma se nivelar. E os dois adversários fizeram um jogo equilibrado e cheio de mudanças no Engenhão.

A partida que começou igual tinha os dois times usando frequentemente uma alternativa que encontraram há poucas rodadas: a velocidade. O Vasco pela direita com Bárbio (que invertia frequentemente o lado com Diego Souza confundindo a marcação) num 4-3-3 interessante proposto por Cristóvão Borges mas que acabou pecando pela pouca qualidade no meio graças à atuação apagada de Felipe Bastos. O Fluminense pela esquerda com Wellington Nem, segurando as subidas de Fágner e ajudando na marcação e no apoio no 4-2-3-1 que finalmente parece próximo do encaixe ideal.

E muito deste encaixe deve-se à Deco. Adaptado ao futebol brasileiro e aparentemente longe das lesões, o "maestro" assume cada vez mais o papel de protagonismo que lhe era guardado. Seja recuando para qualificar a saída de bola, seja atacando para surpreender Fernando Prass em jogada de quem enxerga tudo que acontece ao redor.

O equilíbrio do confronto começava a pender para o Vasco que ameaçava adiantar as linhas para atrapalhar a saída de bola do Flu quando Diego Souza recebeu bola que mudaria o jogo. Para o cruzmaltino, se tivesse entrado. Mas caprichosamente a bola acertou a trave e voltou para o rival puxar contra-ataque e Nem sofrer penalti bobo de Fágner. Fred fez o primeiro, pouco depois Deco ampliou e o Vasco sentiu o golpe. Thiago Neves poderia ter feito o terceiro ainda no primeiro tempo. Fred não perdeu no início do segundo tempo. E contra um adversário batido o Fluminense colocou em campo sua qualidade ofensiva e empilhou chances perdidas, deixando escapar a chance de golear o rival.

Já na base do abafa e com o adversário sem a mesma velocidade após as saídas de Wellington Nem e Thiago Neves, com Dedé atuando como centro-avante e um ousado 4-2-4, o Vasco diminuiu com Eduardo Costa, acertou a trave e exigiu defesas de Cavalieri deixando a impressão que estava pronto para reagir. Tarde demais, não conseguiu ameaçar o resultado que o Fluminense não conseguiu ampliar.

O título foi justo pela grande atuação coletiva e individual do Fluminense. Que jogou no limite quando precisou. A entrada de Valência fortalecendo a marcação no meio e o espaço para Wellington Nem dar velocidade dão o caminho para Abel trabalhar na Libertadores. Ao lado de Deco. Maestro do título e jogador fundamental para a organização tática funcional do tricolor.

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Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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