O blog já alerta desde o ano passado: o estigma de "time de guerreiros" faz muito mal ao Fluminense. Deste que tomou para si o papel, o Flu sofre quando não precisa, abusa da vontade e evita a tranquilidade. Na Libertadores, então, o problema parece se agravar. Para os guerreiros tricolores, a impressão é que vencer com suor e lágrimas é preferível a jogar futebol.
Na bola, o time precisou de menos de 2 minutos para abrir o placar. Atacando com os dois laterais, marcando no campo ofensivo e chegando com muita gente à área adversária, o Fluminense começou sufocando. E logo abriu o placar em jogada que teve ótimo passe de Deco (o único lúcido do time), participação dos dois alas e finalização de Fred após bate-rebate. Sóbis e Wágner também se apresentavam próximo ao gol argentino no lance.
Depois de sair na frente e deixar a impressão de que golearia com tranquilidade como fez em 2008 (quando venceu o Arsenal por 6 a 0), o time de Abel foi reduzindo o ritmo até parar. A linha defensiva seguiu adiantada, porém exposta. E os argentinos acharam brechas para atacar e jogar. Com mais posse de bola, controlaram os 70 ou 75 minutos restantes e com um pouco mais de qualidade teriam, no mínimo, empatado o jogo. Carbonero e Leguizamón, os dois melhores do Arsenal, tiveram pelo menos três ótimas chances para marcar. Esbarraram em erros do bandeira e também em boas defesas de Diego Cavalieri.
Como se não bastasse, o time ainda exagerou na pilha. Fred discutiu com todo mundo. Wágner chutou um adversário em pé. Leandro Euzébio, um deitado. Dois justos cartões vermelhos para aumentar a angústia da torcida, o desgaste do time e o sofrimento de todos.
"Time de guerreiros" é o estigma que persegue o Flu. "Libertadores é guerra", o que persegue todos os times brasileiros. Juntos, são uma bomba-relógio próxima de explodir. Esquecê-los e usar o seu ótimo time para jogar futebol, é o caminho mais sadio para o tricolor na competição.
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