Onde foi parar a paciência?

Dois meses de planejamento. Ótimas contratações e promessa de um time forte. Apenas 11 jogos, uma derrota, e o trabalho foi dado como finalizado. A passagem de Adilson Batista pelo Santos durou muito menos do que se imaginava. E muito menos do que deveria.

Os motivos que levaram à demissão de Adilson nos Santos são os mesmos que o fizeram viver em constante pressão nas passagens por Cruzeiro e Corinthians. Estudioso, trabalhador e sério, o técnico tem suas convicções e não se afeta por pressões externas. Abraça suas certezas e é capaz de morrer com elas. E acabou "morrendo", mais uma vez.

Empates contra Deportivo Táchira e São Bernardo e a derrota para o Corinthians acabaram com a curta paciência da torcida santista. A diretoria, não deu respaldo, e preferiu transferir toda a responsabilidade para o técnico. Alivia a pressão agora, mas não pensa no futuro que está por vir.

Fica, de fato, a impressão de que o time poderia ter jogado mais. Com um ótimo time à disposição, Adilson conseguiu apenas cinco vitórias em 11 jogos. Mas ainda não tinha o time pronto. Jonathan praticamente não jogou, assim como Arouca. Charles e Ganso ainda se recuperam de problemas físicos. Com eles, o time ganharia corpo. E tinha tudo para encaixar.

O Santos erra por não ter paciência. E mais do que isto, por não ter um plano. Depois de perder o ótimo Dorival Júnior em uma crise que poderia ser resolvida, dispensa Adilson sem que aja no mercado opções viáveis. Os investimentos foram ótimos e deixaram o time em condições de brigar pelo título da Libertadores. Cortar o planejamento no meio, não me parece uma opção sensata.

Adilson Batista para mim está entre os três melhores técnicos do Brasil. Mas o desgaste na carreira nos últimos 12 meses é evidente. É hora de colocar a cabeça no lugar e repensar algumas questões. Deixar um pouco a "teimosia" de lado, pode permitir que ele consiga novamente mostrar como são corretas suas convicções. No impaciente mundo do futebol, é preciso ser um pouco mais maleável. Infelizmente, esta é a realidade.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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