Quem são os técnicos da Libertadores?

Em conversa com o amigo Mário Marra, surgiu uma questão interessante. A sequência cada vez maior que os técnicos conseguem cumprir nos clubes sul-americanos. Uma mudança de mentalidade que acontece lentamente mas que é muito importante.

Decidimos fazer, em parceria, um Guia da Copa Libertadores a partir dos técnicos. E comprovamos que, de fato, foram raras as trocas de comando neste início de ano nas equipes que vão disputar a competição.

Claro que, chegar à Libertadores é um dos grandes objetivos dos clubes do continente. E se um técnico atingiu o objetivo, faltam motivos para tirá-lo do cargo. É aquela velha questão: Tostines é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho? Mas a indicação de trabalhos como o de Ricardo Gareca, no Vélez desde 2008, e Gustavo Costas, no Alianza Lima desde 2009, dão mostras que a continuidade é tendência e chave para o sucesso. Me chamou muito também o trabalho do Lanús.

Pesquisa longa, difícil, mas muito interessante. Conheça os times que vão disputar a Libertadores 2012 (que começou ontem) a partir de seus técnicos. Abaixo e também no Blog do Marra.

GRUPO 1

JUAN AURICH (PERU) – Técnico: Diego Umaña – COL

Chegada: Dezembro de 2010

Levou o time a final do Peruano depois de 43 anos e conquistou o título pela primeira vez na história do clube. Renovou o contrato por mais um ano em dezembro, até o fim de 2012. Já deu entrevistas falando que espera fazer ainda mais este ano e está empolgado com a chance de jogar contra o Santos, do Neymar. Foi especulado para assumir a seleção da Colômbia e recebeu uma proposta do futebol chinês, mas preferiu ficar no Juan Aurich. Trabalho mais longo dele foi entre 2007 e 2009 no América de Cali (campeão nacional em 2008). A conquista do título fez com que Umaña conquistasse enorme respeito no Peru.

SANTOS (BRASIL) – Técnico: Muricy Ramalho – BRA

Chegada: Abril de 2011

Chegou ao Santos em abril e ganhou a Libertadores. Em dezembro, antes do Mundial, renovou o contrato (que ia até abril de 2012) até o fim deste ano. O clube tinha interesse em fechar um vínculo mais longo, mas ele não aceitou. Recentemente sempre fez trabalhos mais longos, o maior no São Paulo de 2006 a 2009. Foi eleito o melhor técnico brasileiro em 2005, 06, 07, 08 e 2010. Foi três vezes campeão brasileiro pelo São Paulo e mais uma vez campeão dirigindo o Fluminense.

THE STRONGEST (BOLÍVIA) – Técnico: Mauricio Soria – BOL

Chegada: Junho de 2011

Chegou em momento curioso no Strongest. O clube tinha contratado o argentino Néstor Clausen mas ele foi demitido antes de ser apresentado à imprensa. Os dirigentes ficaram irritados porque ele adiou duas vezes a apresentação ao clube e não atendia ao telefone. Soria foi uma escolha do presidente sem consultar nenhum outro membro da diretoria. Levou o time ao título boliviano depois de sete anos. Ex-goleiro inclusive do próprio Strongest, tem só 45 anos e começou a carreira como treinador em 2006, pouco depois de se aposentar. Soria é um fenômeno na Bolívia, já tendo conquistado três títulos nacionais (Potosí, Wilsterman e agora pelo The Strongest). Desde que o Campeonato foi dividido em dois por ano (2003) é o maior vencedor, ao lado do argentino Gustavo Quinteros. É polêmico e teve atrito com a diretoria, imprensa e torcida no ano passado. Antes do fim do Boliviano chegou a falar que seria campeão e deixaria o clube no fim do ano. Com contrato até junho de 2012, foi convencido a permanecer com direito a “pedido de desculpa” do presidente.

ONCE CALDAS (COLÔMBIA) – Técnico: Luis Pompilio Páez – COL

Chegada: Novembro de 2011

Era auxiliar do Once Caldas e assumiu o clube faltando seis jogos pro fim do Colombiano no lugar do Juan Carlos Osório, que foi pro Puebla-MEX (depois de 2 anos no clube). Quando perguntado sobre o estilo de jogo dele como treinador e de seu time, Pompilio Páez disse que o seu time gosta de atacar o tempo todo. Páez manteve a mesma filosofia de trabalho de Osório e teve seu contrato renovado até dezembro de 2012.

INTERNACIONAL (BRASIL) – Técnico: Dorival Júnior – BRA

Chegada: Agosto de 2011

Considerado um dos melhores técnicos da nova geração no Brasil, Dorival Júnior parece ter perdido um pouco de seu encanto quando deixou o Santos após discussão com Neymar, em 2010. Depois de início arrasador quando salvou o Atlético-MG do rebaixamento, não conseguiu remontar a equipe que voltou a figurar na zona do rebaixamento no ano passado. Demitido em Minas Gerais, assumiu o Inter em um momento conturbado. Sofreu com desfalques e lesões (principalmente a de Leandro Damião), não empolgou o torcedor, mas aos trancos e barrancos conseguiu levar o time à Pré-Libertadores. Com contrato até o fim de 2012, pode fazer no Colorado o trabalho mais longo da carreira. Até hoje, não durou mais que um ano e meio em nenhuma equipe.

GRUPO 2

EMELEC (EQUADOR) – Técnico: Marcelo Fleitas – URU

Chegada: Novembro de 2011

Outro que assumiu o posto recentemente. Fleitas foi contratado pelo Emelec em 2009 como zagueiro e encerrou a carreira para assumir o cargo de Juan Ramón Carrasco, demitido no final do ano passado. O contrato dele vai até dezembro deste ano. Ele tem 38 anos e o mais curioso é que vinha atuando como titular do time, mas não fez o papel de treinador-jogador. Dirigiu o time apenas 4 vezes. Ganhou uma e perdeu três sendo as duas últimas a decisão do Equatoriano contra o Deportivo Quito. Mesmo assim foi mantido pra esta temporada.

LANÚS (ARGENTINA) – Técnico: Gabriel Schürrer – ARG

Chegada: Novembro de 2010

Outro técnico jovem (40 anos). É ex-zagueiro do Lanús e antes de assumir o cargo de técnico (no lugar de Luís Zubeldía) trabalhava nas categorias de base do clube. O Lanús tem apostado em trabalhos longos. Quando o Zubeldía saiu, ele era o técnico há mais tempo no comando de um clube argentino da Primera (ficou de 2008 a 2010). “Chuco” é idolo do Lanús onde começou a carreira e ficou oito anos, fazendo 243 jogos. Renovou em dezembro até o fim deste ano.

OLÍMPIA (PARAGUAI) – Técnico: Gerardo Pelusso – URU

Chegada: Junho de 2011

O único clube paraguaio a conquistar a Libertadores (79, 90 e 2002) agora é dirigido pelo uruguaio Gerardo Pelusso. Logo no primeiro ano de Pelusso, o Olímpia foi campeão nacional, título que não conquistava desde 2000. Os últimos anos do maior campeão do país foram duros. O Olímpia não disputava uma Libertadores desde 2004. A experiência de Pelusso, que nos últimos quatro anos conquistou três títulos e foi eleito o técnico uruguaio do ano de 2006, parece ter contribuído para o resgate do nome e da confiança do Olímpia.

REAL POTOSÍ (BOLÍVIA) – Técnico: Victor Swenger – ARG

Chegada: Outubro de 2011

A condição financeira é o principal fator que prejudica trabalhos longos no Potosí. Antes do Victor Swenger, quem comandava a equipe era o também argentino Dalcio Giovagnolli, que ficou pouco mais de três meses no clube até receber uma proposta de um time da Série B argentina. Swenger assumiu e o time caiu de rendimento na reta final do Apertura, mesmo assim foi mantido no comando, já que haveria pouco tempo para um novo treinador preparar o time para os jogos contra o Flamengo. Uma eliminação na primeira fase para o Flamengo pode custar o cargo do treinador.

FLAMENGO (BRASIL) – Técnico: Vanderlei Luxemburgo – BRA

Chegada: Outubro de 2010

Adepto de “projetos” e trabalhos de longo prazo, Luxemburgo deixou no passado seus melhores dias. O último grande título da carreira foi em 2004, quando conquistou o Campeonato Brasileiro pelo Santos. De volta ao Flamengo em outubro de 2010 (segunda passagem pelo clube onde também atuou como jogador) reencontrou o status e o poder que não teve em outros clubes. Indicou contratações, dispensas, teve o controle do futebol. Os resultados, porém, não apareceram. Embora tenha atingido a marca de 26 jogos sem perder, o Flamengo conquistou “apenas” o Carioca e conquistou a vaga para a pré-Libertadores no apagar das luzes no Brasileiro. Em rota de colisão com diretores e com o astro Ronaldinho Gaúcho, especula-se que pode deixar o Flamengo após os jogos contra o Real Potosí.

GRUPO 3

BOLÍVAR (BOLÍVIA) – Técnico: Guillermo Ángel Hoyos – ARG

Chegada: Dezembro de 2010

Começou a carreira como técnico em 2001, no Barcelona B e ficou lá por 5 anos. É considerado um dos responsáveis pela descoberta e amadurecimento de Messi. Depois disso rodou por clubes pequenos da Europa, principalmente Grécia, até chegar ao Bolívar no fim de 2010. No fim do ano passado recebeu sondagens de alguns clubes do Chile, mas preferiu ficar no Bolívar.

JÚNIOR BARRANQUILLA (COLÔMBIA) – José Eugênio “Cheché” Hernández – COL

Chegada: Agosto de 2011

Chegou ao clube indicado pelo ex-técnico Jorge Luís Pinto, que foi treinar a seleção da Costa Rica (foi auxiliar de Pinto na seleção da Colômbia). Desde o início sofre muita pressão da torcida, mas conseguiu ficar com o título. Neste ano, as coisas não parecem que vão ser diferentes pra ele. A torcida não está satisfeita com os reforços que ele indicou e acha que o time está fraco. Cheché já pediu tempo e falou que a equipe vai provar em campo. Depois do título, renovou contrato até dezembro de 2012.

UNIVERSIDAD CATÓLICA (CHILE) – Mário Lepe – CHI

Chegada: Junho de 2011

“Es um orgullo dirigir la equipo de mi vida”, assim falou o atual treinador de Los Cruzados, que conhece muito bem o clube. Mário Lepe chegou aos 13 anos e, como jogador sempre defendeu a Universidad Católica . Em 2000, Mário Lepe Gonzales passou a fazer parte da direção técnica da equipe, tendo sido campeão juvenil e eleito o melhor técnico de juvenis em 2009.

TIGRES (MÉXICO) – Técnico: Ricardo Ferretti – BRA

Chegada: Maio de 2010

O brasileiro conquistou seu espaço no México e é adepto de trabalhos longos. Deixou o Pumas em maio de 2010, após quatro anos no clube (foi a segunda vez que ele permaneceu no comando do Pumas por quatro anos). “Tuca” assumiu o Tigres pouco depois correndo risco de rebaixamento e fez grande trabalho, salvando o clube. Logo depois, renovou o contrato por três anos (vai até o fim de 2013). No ano passado, ganhou o prêmio de melhor técnico do país e levou o time ao título nacional.

UNIÓN ESPAÑOLA (CHILE) – Técnico: José Luis Sierra – CHI

Chegada: Outubro de 2010

Outro ex-jogador que assumiu o clube. Sierra jogou no São Paulo em 94 e 95; foi titular da seleção chilena e jogador identificado com o Unión Española, tendo jogado quase oito anos na equipe. Encerrou a carreira como meia do Unión em outubro de 2009 e trabalhou como técnico do time por algumas semanas no período de transição entre a saída de Luis Hernán Carvallo e a chegada de Rubén Israel. Seguiu trabalhando no clube, foi técnico das categorias de base e assumiu em definitivo o comando quando Rubén Israel saiu em outubro de 2010. Em dezembro, Sierra renovou até o fim deste ano.

GRUPO 4

BOCA JUNIORS (ARGENTINA) – Técnico: Júlio César Falcioni – ARG

Chegada: Dezembro de 2010

Falcioni assumiu o Boca no fim de 2010 após duas temporadas de destaque no Banfield e não teve vida fácil no início. Entrou em atrito com Riquelme, chegou a deixar a maior estrela da companhia fora do time e sofreu enorme pressão da torcida. Mas deu a volta por cima com resultados. No Apertura de 2011 fez campanha quase perfeita: invicto e com apenas quatro gols sofridos garantiu o título com duas rodadas de antecipação (o Boca não vencia o Apertura desde 2008). Em dezembro, renovou seu contrato até o fim deste ano.

ZAMORA (VENEZUELA) – Técnico: Óscar Gil – VEN

Chegada: Junho de 2011

Óscar Gil trabalhou nas categorias de base do Boca e assumiu o Zamora em um dos grandes momentos da história do clube, que havia acabado de vencer o Clausura-2011. Ele entrou no lugar de Jesús “Chuy” Vera, que deixou o clube por falta de acordo financeiro após a conquista. A crise financeira delicada do clube venezuelano é o principal impedimento para trabalhos longos. Óscar tem contrato até o meio do ano e foi mantido mesmo tendo chegado apenas no oitavo lugar no Apertura-2011.

FLUMINENSE (BRASIL) – Técnico: Abel Braga – BRA

Chegada: Junho de 2011

Vice-campeão da Copa do Brasil em 2005 e ex-zagueiro do clube, Abel Braga retornou para o comando do Fluminense com muita moral. Tanto é que o clube esperou mais de dois meses para poder contar com ele. Contratado no início de abril, semanas após o pedido de demissão de Muricy Ramalho, o técnico só se apresentou no princípio de junho. Antes disso, a equipe foi comandada pelo interino Enderson Moreira e pelo auxiliar de Abel, Leomir. Depois de um começo com muitas cobranças, Abel conseguiu campanha de recuperação no Brasileiro e a vaga na Libertadores o garantiu no comando para 2012. Abel Braga dirigiu mais de 20 times de muitos países e conquistou títulos importantes como a Libertadores e o Mundial de 2006, pelo Internacional.

ARSENAL DE SARANDÍ (ARGENTINA) – Técnico: Gustavo Alfaro – ARG

Chegada: Maio de 2010

Considerado um dos grandes técnicos da história do Arsenal, Alfaro retornou ao clube em 2010. Foi ele que conduziu a equipe ao histórico título da Sul-Americana em 2007, antes de deixar o clube no ano seguinte para assumir o San Lorenzo. Mesmo com a campanha modesta no último Apertura (13ª posição), segue intacto no comando do clube que vai disputar a Libertadores pela segunda vez consecutiva. Alfaro também comemorou a conquista da Primera B de 2003, à frente do Quilmes.

SPORT HUANCAYO (PERU) - Técnico: Miguel Company – PER

Chegada: Dezembro de 2011

O experiente treinador já dirigiu as seleções do Peru, Honduras e Cuba, assume o Sport Huancayo em um grande momento. O clube, de apenas cinco anos de história, vai jogar a Libertadores pela primeira vez em 2012. No entanto, não conseguiu manter o treinador para esta temporada. Roberto Mosquera, responsável pelo terceiro lugar no Campeonato Peruano, trocou o Huancayo pelo Sporting Cristal.

GRUPO 5


VASCO (BRASIL) – Técnico: Cristovão Borges – BRA

Chegada: Agosto de 2011

Auxiliar de Ricardo Gomes, Cristovão assumiu o Vasco em agosto após o treinador principal sofrer um AVC grave. Superou as especulações de que poderia ser substituído por outro treinador com humildade e bom trabalho, aproveitando-se do legado do antecessor (que chegou ao Vasco em fevereiro) e dando também o seu toque na equipe. O segundo lugar no Campeonato Brasileiro garantiu a ele o comando neste início de temporada, embora ainda não se saiba o que vai acontecer quando Ricardo Gomes estiver disposto (e em condições) a retomar o posto. Ainda não havia trabalhado como treinador na carreira. Como jogador, Cristovão chegou a jogar pela seleção brasileira em 1989, quando ainda defendia o Grêmio.

NACIONAL (URUGUAI) – Técnico: Marcelo Gallardo – ARG

Chegada: Junho de 2011

Marcelo Gallardo foi campeão da Libertadores como jogador pelo River Plate em 96. Depois de um bom tempo atuando na Europa e Estados Unidos, Gallardo voltou ao River e se transferiu para o Nacional. Após um longo período de inatividade por contusões, Gallardo encerrou a carreira de jogador e assumiu o comando técnico da equipe. O título de campeão do Apertura veio logo no primeiro semestre de trabalho.

ALIANZA LIMA (PERU) – Técnico: José Soto – PERU

Chegada: Auxiliar desde 2009. Assumiu como técnico principal em dezembro de 2011

O segundo maior campeão peruano investe na manutenção do longo trabalho da dupla Gustavo Costas e José Soto. Gustavo Costas já havia treinado Los Grones nas temporadas 2003 e 2004. Uma curiosidade na carreira de Gustavo é que ele treinou os dois maiores rivais do futebol paraguaio. Em 2005 e 2006, trabalhou no Cerro Porteño e por lá foi campeão local de 2006; e em 2008, foi treinador do Olímpia. José Soto, atual treinador, foi jogador de sucesso no futebol peruano. Disputou 75 jogos pela seleção. Atuou no futebol mexicano e defendeu o Alianza Lima de 2001 a 2006 – marcou 36 gols em 199 jogos. Em 2006, aos 36 anos, Soto parou de jogar. Aceitou o convite de treinar o time principal em 2008 e se tornou auxiliar técnico de Gustavo Costas em 2009. Com Costas, José Soto trabalhou até o meio do ano passado. Em dezembro, Pepe Soto assumiu o comando da equipe com a ordem de iniciar um processo de renovação do elenco e valorizar jovens jogadores.

EL NACIONAL (EQUADOR) – Técnico: Mário Saralegui – URU

Chegada: Agosto de 2010

2010 foi o ano em que o uruguaio Mário Saralegui saiu de seu país para treinar o time de Quito. Após passar duas vezes pelo Peñarol, Saralegui, que foi jogador titular da Celeste na Copa de 86 e defendeu o Barcelona de Guayaquil em 96, passou ainda pelo Central Español antes de chegar ao Nacional. O desafio de Saralegui é eliminar o Libertad na primeira fase. Caso o El Nacional se classifique, Mário Saralegui deverá reviver a rivalidade de seus sete anos como jogador do Peñarol, encarando o Nacional do Uruguai.

LIBERTAD (PARARAGUAI) – Técnico: Jorge Burruchaga – ARG

Chegada: Outubro de 2011

O Libertad pode se orgulhar de dizer que tem em seu quadro um autor de gol de título em final de Copa do Mundo. Entretanto, o autor da façanha não está entre os jogadores do atual elenco. Jorge Burruchaga, campeão do mundo pela Argentina em 86, é o técnico do time do presidente da Conmebol. Dirigir o Libertad foi a primeira experiência internacional de Burru. Como jogador, Burruchaga defendeu a seleção da Argentina 59 vezes e marcou 13 gols.

GRUPO 6

CORINTHIANS (BRASIL) – Técnico: Tite – BRA

Chegada: Outubro de 2010

Tite assumiu um Corinthians em crise após seis jogos sem vencer e a demissão de Adilson Batista, embora estivesse ainda na terceira posição no Campeonato Brasileiro. Conseguiu controlar os ânimos e chegou a assumir a liderança faltando três rodadas para o fim, mas terminou a competição na mesma posição em que chegou. No início de 2011, enfrentou enorme pressão após a eliminação na Pré-Libertadores para o modesto Tolima mas foi bancado pelo presidente Andrés Sanchez. Ajudou o presidente com trabalho consciente de remontagem do elenco que perdeu peças importantes como Roberto Carlos, Elias e Ronaldo. Coroou a volta por cima com o título nacional e entrou 2012 com moral, embora ainda sofra com a desconfiança por parte da torcida. Tite tem contrato até o fim do ano.

CRUZ AZUL (MÉXICO) – Enrique Meza – MEX

Chegada: Junho de 2009

O ano de 2009 marcou o início da quarta passagem de Enrique Meza como técnico do Cruz Azul. Após três anos dirigindo o Pachuca e conquistando os títulos do Clausura 2007, Copa Sul-americana de 2006 e duas Ligas dos Campeões da Concacaf, Meza voltou e não conseguiu dar o nono título aos Cementeros.

TÁCHIRA (VENEZUELA) – Jaime De La Pava – COL

Chegada: Novembro de 2011

Jaime de La Pava assumiu ainda no final de 2011 o comando técnico do Deportivo Táchira. De La Pava entrou no lugar do também colombiano Jorge Luiz Pinto, que havia vencido o Apertura e o Clausura 2010/11, mas terminou o Clausura 2011 em décimo quarto lugar e saiu da equipe. De La Pava, em 2007, teve uma passagem pelo futebol venezuelano dirigindo o Guaros de Lara. Outra experiência internacional foi em Honduras, pelo Motagua, de 2008 a 2010. Após três títulos com o América de Cali (2000, 01 e 02), De La Pava chegou a comandar a seleção sub-23 da Colômbia.

NACIONAL (PARAGUAI) – Javier Torrente – ARG

Chegada: Janeiro de 2012.

Javier Torrente assumiu em janeiro. Juan Manuel Battaglia, o antigo treinador, saiu sendo apontado como o melhor treinador de 2011 e após comandar a equipe por duas temporadas. Torrente tem em seu currículo uma década trabalhando ao lado de Marcelo Bielsa. É a quarta passagem de Torrente no futebol paraguaio e a primeira dirigindo o Nacional. Nas outras oportunidades, Javier Torrente dirigiu o Cerro Porteño duas vezes e o Libertad.

GRUPO 7

DEPORTIVO QUITO (EQUADOR) - Técnico: Carlos Ischia – ARG

Chegada: Maio de 2011

Campeão do Apertura e da Recopa com o Boca Juniors em 2008, Carlos Ischia começou a se aventurar fora da argentina em 2009, quando assumiu o Atlas-MEX. No Deportivo Quito, ele substituiu o compatriota Fabián Bustos, que começou muito mal a temporada e não decepcionou. Tanto é que teve o contrato renovado pela diretoria até o fim de 2012 em novembro, antes mesmo de conquistar o título nacional diante do Emelec.

DEFENSOR (URUGUAI) – Técnico: Pablo Repetto – URU

Chegada: Maio de 2010

A grande conquista da carreira do treinador Pablo Repetto foi o título da segunda divisão uruguaia em 2006, ano de sua estréia, dirigindo o Fênix. Repetto ainda teve passagens pelo Cerro do Uruguai (duas vezes) e Blooming, Bolívia, em 2009.

VÉLEZ SARSFIELD (ARGENTINA) – Técnico: Ricardo Gareca – ARG

Chegada: Dezembro de 2008

El Flaco iniciou a carreira de treinador em 1995. Do San Martín para o Vélez, Gareca passou por vários times da Argentina, além do Santa Fé (Colômbia) e Universitário do Peru. Como jogador, Gareca foi atleta do Vélez por três temporadas – mesmo número de temporadas no comando técnico do Fortín (Vélez).

CHIVAS GUADALAJARA (MÉXICO) – Técnico: Sem treinador

O treinador Fernando Quirarte era o técnico do Chivas e após a derrota em casa para o Tijuana, por 2 x 0, Quirarte se desligou da equipe.

GRUPO 8

ATLÉTICO NACIONAL (COLÔMBIA) – Técnico: Santiago Escobar – COL

Chegada: Dezembro de 2010

Campeão do Apertura de 2005 com o Nacional, “El Sachi” retornou ao clube no fim de 2010 com a missão de reencontrar os títulos. E não fez feio, voltando a conquistar o Apertura e levando o time novamente à Copa Libertadores. Para 2012, provou estar em alta com a diretoria comandando uma grande revolução no elenco. Com a contratação de 15 reforços indicados por Escobar, o treinador promete que o Atlético brigará pelo título da Libertadores e voltará aos tempos de glória da década de 90.

UNIVERSIDAD DE CHILE (CHILE) – Técnico: Jorge Sampaoli – ARG

Chegada: Janeiro de 2011

O atual campeão da Sul-Americana entra como um dos favoritos para a conquista da Libertadores. O técnico Jorge Sampaoli vive seus melhores momentos como treinador. O argentino, que chegou a ser chamado de Bielsita, já trabalhou no futebol peruano e também no equatoriano. A quarta colocação na Libertadores de 2010 já era um sinal de que o trabalho estava no caminho certo. Em 2011, Sampaoli conquistou o que pode ser chamado de uma tríplice coroa: Apertura e clausura no Chile e a Sul-Americana.

GODOY CRUZ (ARGENTINA) – Técnico: Nery Pumpido – ARG

Chegada: Dezembro de 2011

A carreira do jogador Nery Pumpido merece muito respeito. Pumpido foi campeão da Libertadores e campeão do mundo, em 86. Como treinador, o ex-goleiro da seleção argentina também já conquistou a Libertadores quando dirigiu a equipe do Olímpia, em 2002. Mesmo tendo currículo de sobra, Pumpido deverá ter muito trabalho à frente do Godoy Cruz. O Tomba tem ocupado lugar de destaque nos últimos anos no futebol argentino, mas sofre ainda por não ter maior experiência internacional.

PEÑAROL (URUGUAI) – Técnico: Gregório Perez – URU

Chegada: Julho de 2011

O atual vice-campeão da Libertadores não tem mais Diego Aguirre como seu treinador. A opção foi pela experiência e Gregório Perez assumiu o comando da equipe. O início não foi dos melhores. O Nacional, grande rival dos Manyas, foi o campeão e o Peñarol se viu obrigado a disputar a primeira fase da Libertadores. Dom Gregório trabalhou com Oscar Tabárez, atual técnico da seleção uruguaia, e tem larga experiência dirigindo equipes do Uruguai, Argentina e até mesmo o Cagliari. Pelo Peñarol, Dom Gregório foi quatro vezes campeão uruguaio.

CARACAS (VENEZUELA) – Técnico: Ceferino Bencomo – VEN

Chegada: Maio de 2010

O treinador Ceferino Bencomo é ainda um jovem treinador, no entanto, com bastante identificação com o clube. Bencomo assumiu o comando da equipe principal na temporada 2010, mas já trabalhava como auxiliar técnico e também nas divisões inferiores do clube. Cefe tem 21 anos dedicados ao Caracas, seja como jogador ou treinador, e conquistou diversos títulos. Como jogador, foram 14 temporadas e quase 300 jogos.

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