As mudanças que provam que nada mudou

Esperei até hoje para postar sobre a classificação do Flamengo na Libertadores. Como esperado, passou pelo Potosí sem muitos sustos, embora tenha se exposto além da conta ao não forçar para definir o jogo no primeiro tempo. Mais uma vez a equipe mostrou suas limitações, não encantou e viveu dos cada vez mais raros lampejos de Ronaldinho Gaúcho (nesta quarta, auxiliado por ótima partida de Léo Moura). A grande novidade no dia da confirmação da vaga, porém, aconteceu fora de campo.

O Globoesporte.com antecipou que o Flamengo demitiria Luxemburgo logo após o jogo e já tinha acertado o retorno de Joel Santana antes mesmo da partida. A presidente do Flamengo Patrícia Amorim negou. Luxemburgo em entrevista coletiva depois do jogo disse que não sabia de nada. Joel comandou normalmente o Bahia e disse que não havia nada.

Hoje o desenrolar da história. Patrícia Amorim confirmou a demissão de Luxemburgo e de quase todo o departamento de futebol do clube, mas se disse surpresa com a história (!) e voltou a afirmar que a decisão de mandar o treinador embora só veio hoje. Negou ainda que já tivesse contatado Joel Santana. Ao mesmo tempo que dava ela dava coletiva, no entanto, o treinador pediu demissão do Bahia. Deve ser coisa de sexto sentido...

Joel Santana chegará amanhã ao Flamengo em momento conturbado. Pode (e deve) melhorar o clima no vestiário mas não tem o costume de trabalhar com jovens jogadores (que são o que o Fla tem de melhor no momento) e assim como Luxemburgo deve sentir falta de material humano. Pode dar certo embora pareça para mim uma aposta sem muito sentido.

Luxemburgo deixa de vez o hall de treinadores de ponta do país. Seguidos trabalhos sem sucesso deixam desvalorizado de vez um técnico que se perdeu completamente na carreira quando quis controlar demais e passou a participar de menos. É hora de repensar a carreira e os métodos para não se deixar fritar novamente como aconteceu no rubro-negro. Seu currículo não precisa disto.

Por fim, quem se saiu pior na história foi Patrícia Amorim. Perdeu o comando do clube, cedeu às pressões e não conseguiu ir bem em nenhum dos problemas que teve este ano. Perdeu Thiago Neves, perdeu o treinador que bancava, perdeu Alex Silva, vê Deivid na justiça e ainda não resolveu a questão dos salários de Ronaldinho. Ainda terá que se virar para pagar a multa de Luxemburgo, que especula-se seja de 4 milhões de reais. O Flamengo que sempre foi uma bomba prestes a explodir, não para de colocar pólvora ao seu redor.

O Flamengo que mudou tudo hoje deu provas claras de que nada mudou no futebol brasileiro. Patrícia que disse chegar com nova mentalidade está tão perdida como outros dirigentes do país. Não mostra palavra, convicção, responsabilidade, planejamento. Joel Santana, pai da ética, se acertou com um clube que tinha treinador embora vá encher a boca para falar que não.

Infelizmente, a irresponsabilidade e falta de ética de quem trabalha com futebol no país cresce na mesma medida que as rendas de TV, patrocínios e etc.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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