O talento individual e a perigosa decepção

Quem acompanha futebol apenas por notícias ou comentários certamente se decepcionou com o que viu hoje do Boca Júniors. A derrota para o Fluminense encerrou a incrível série de 36 jogos de invencibilidade do atual campeão argentino invicto. A atuação do Boca hoje só foi uma decepção para quem não sabia o que ia encontrar na Bombonera.

O Boca Juniors de Falcioni é um time bem armado, correto e pobre tecnicamente. Na defesa e no ataque. Principalmente sem Schiavi e Cvitanich que fazem muita falta aos setores. O experiente zagueiro pois não tem substituto à altura no elenco e que organiza bem o sistema defensivo. E o atacante pois obriga Falcioni a escalar Mouché, que definitivamente não conseguiu como profissional desenvolver o que se esperava dele.

Para melhorar a situação do Fluminense, Fred marcou um gol logo no início após falta cobrada por Deco e cochilada da defesa argentina (justamente onde estaria Schiavi). Com a desvantagem no placar, o Boca deixou ainda mais óbvia sua pouca criatividade e o baixo poder ofensivo, embora Riquelme estivesse afim de jogo e tenha feito grande partida.

Durante toda a partida, ficava a impressão de que os cariocas poderiam matar a qualquer momento um adversário que demonstrou a fragilidade defensiva quando teve que atacar. O Boca tinha a bola mas ameaçava apenas nas bolas paradas e ainda por cima esbarrava em grande atuação de Diego Cavalieri.

No início do segundo tempo, na bola parada de Riquelme, Somoza empatou o jogo. Mas o Fluminense fez valer os talentos individuais ofensivos quando passava pelo pior momento na partida. Grande jogada do ótimo Wellington Nem e gol de Deco, para voltar a dar tranquilidade. Que não foi tão grande assim pois cansado o Flu não conseguia mais sair para o ataque e a blitz dos donos da casa durou até o fim da partida, embora sem sucesso.

Embora seja preciso destacar as grandes atuações de Cavalieri, Digão e Diguinho, o que faz a diferença no Fluminense é o talento ofensivo. Hoje Thiago Neves não foi bem. Os outros três decidiram. Quando outro estiver mal, Thiago Neves pode definir. Muito talento, fundamental para uma competição equilibrada que pode ser decidida em detalhes.

Poder de decisão que o Boca não tem. Dependente de Riquelme, o Boca tem como forte a organização e não a capacidade técnica. Mas repito o que disse aqui mesmo quando os argentinos estrearam com um decepcionante empate: toda decepção com este time é perigosa. A longa invencibilidade não veio por acaso e o organizado time do Falcioni já mostrou-se capaz de superar seus problemas.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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