Roberto Fernandes assumiu o Náutico antes da nona rodada do Campeonato Brasileiro. Naquele momento, o time se encontrava na vice lanterna, e é fato que dali, demorou a sair. O Timbu só chegou a respirar na décima oitava rodada, quando dormiu em décimo sexto. Durou pouco. Desde a vigésima sexta, porém, respira com ajuda de aparelhos, mas não sabe o que é visitar a zona do rebaixamento. Hoje, é o décimo quarto, com apenas dois pontos além da degola.

Mas é fato que, de uns tempos pra cá, o time vem impressionando. Desde a derrota para o Vasco, no dia 30 de agosto, por 4 a 1 em São Januário, foram seis vitórias, um empate e apenas uma derrota. Isto, para uma equipe que chegou a ser considerada praticamente rebaixada. E o Náutico cresceu. Hoje, chega a assustar, principalmente seus concorrentes diretos para o rebaixamento, que veêm um antigo candidatíssimo, tornar-se um time para a Sul-Americana no ano que vem.

A subida do Náutico se deve não somente à grande fase do meia Acosta, jogando constantemente como atacante. Nem só ao bom futebol de Sidny, Elicarlos, Geraldo, Felipe e cia. Mas, principalmente, à estratégia de guerra adotada pelo técnico Roberto Fernandes para deixar a zona de rebaixamento. Como funciona? Para o Timbu agora, o campeonato tem os chamados "jogos importantes", que são encarados como finais. São os famosos duelos de seis pontos. E tem aqueles jogos nada essenciais, contra times que tem outros planos. Estes, são os momentos para se poupar, e já pensar no próximo adversário.

Tem dado certo. Na única derrota desde então, para o Palmeiras, o Náutico poupou titulares que tinham dois cartões amarelos. Perdeu, de forma apertada. Mas valeu a pena. Na rodada seguinte, o time estava completo contra o concorrente Juventude, e o resultado foi uma goleada tranquila, por 4 a 1. Ainda no meio deste caminho, os pernambucanos venceram Paraná, Sport, Atlético-PR e Goiás, todos hoje lutando contra a queda.

Mas o estrategista Roberto Fernandes não parou por aí. Na última partida, pediu a seus jogadores pendurados para levar o terceiro cartão, deixando o time com cinco desfalques para a partida contra o Cruzeiro. O Náutico vem desfigurado enfrentar uma equipe que, segundo o técnico do Timbu, ainda briga pelo título. Uma derrota nesta partida, é considerada normal, e já é esperada. Tudo isto, porque na sequência o time encara o Corinthians, rival fortíssimo na briga pelo rebaixamento, e aí o Náutico terá força máxima.

Se é certa ou não, a estratégia de Roberto Fernandes é inteligentíssima e tem dado certo. Somando pontos nas horas certas, o Náutico vai se aproximando da zona de classificação para a Sul-Americana, tornando-se uma pedra no sapato dos candidatos ao rebaixamento e botando medo nos adversários. Então: palmas pra ele.