Restavam apenas dois times invictos no Campeonato Inglês. Foi por pouco, mas ainda restam. Liverpool e Arsenal fizeram um jogo sensacional, que mais parecia uma decisão, onde em momento nenhum, alguma das equipes abriu mão de conquistar os três pontos. Resultado: empate justo, por 1 a 1, e muita emoção para quem assistiu à partida.

O Arsenal, que tem sido falado como o melhor da Europa neste início de temporada, realmente tem impressionado. Como fez bem a saída de Henry para o time. Abriu espaço para outros jogadores brilharem, e o time não joga mais em função de apenas um jogador. Não acho que seja um time para ser campeão nesta temporada, mas é uma equipe que vai dar trabalho, que vai encantar, e que vai brigar nas cabeças. E mais: o jovem time deve crescer muito em breve.

Já o Liverpool, abriu o cofre nesta temporada. Gastou muito e fez ótimas contratações. O time ficou forte, tem um bom treinador, e tudo para voltar a chegar longe na Champions. No Inglês, deve lutar com Manchester, Arsenal e Chelsea até o fim. Destaque para Gerrard, o maestro do time que vem brilhando até o momento.

O jogo começou equilibrado. Com muitos jogadores no meio-campo, o Arsenal não dava espaços. Mas sofreu um gol logo aos sete minutos, em cobrança de falta de Gerrard que passou no meio da barreira. Com o gol, o Liverpool se tranquilizou, passou a tocar a bola com cadência e inteligência. O Arsenal passou a sair um pouco mais para o jogo, e a partida ganhou em qualidade. Com os Reds ainda melhores, o resultado de 1 a 0 acabou sendo ótimo para os londrinos, que poderiam ter saído com resultado pior.

O segundo tempo começou, e o panorama da partida pouco se alterou. E o fantástico Arsene Wenger não demorou para notar que o Arsenal carecia de peças no ataque, e começou a mexer de forma inteligente e corajosa. O time se abriu. Teve Gilberto Silva jogando quase como zagueiro, Gallas como um ala, de forma ofensiva, e principal arma: o "miúdo maravilha" Fábregas como armador. Como joga o espanhol. Sabe sair para o jogo, é um leão na marcação, erra pouquissimos passes, é vistoso, bate bem de longe. Disparado, no momento, o melhor jogador do mundo, ao meu ver. E ainda é jovem, tem muito a evoluir.

O que se viu a partir da metade da segunda etapa, desta forma, foi uma pressão incrível do Arsenal pelo empate. Chances criadas a cada minuto, e um sufoco no Liverpool, que conseguia se defender muito bem. Vez ou outra, o contra-ataque dos Reds levava muito perigo, e o time chegou a perder chances de ampliar o marcador. Mas o tempo fez justiça, e em bela troca de passes, Fábregas recebeu sozinho e deu apenas um totózinho, para ver a bola morrer no fundo das redes.

Faltando ainda 10 minutos para o fim do jogo, pensei: agora os dois times vão ficar satisfeitos com o empate. Que nada. O que se viu daí em diante foi um verdadeiro "toma lá dá cá" dos dois times. Quando um pressionava, o outro dava um susto em rápido contra-ataque. E muita emoção até o fim. Futebol de primeiro mundo. Ou simplesmente, futebol! A melhor partida do fim-de-semana. Mesmo não tendo visto todas, tenho quase que absoluta certeza que posso afirmar isto.