Ontem recebi um pedido da TV Record de São Paulo que fizéssemos aqui em Belo Horizonte, entrevistas com jogadores dos times daqui com a seguinte pergunta: "Porque Robinho brilha na seleção mas não consegue se firmar no Real Madrid?". As respostas foram ecléticas. Houve quem dissesse que ele jogava mais solto aqui, e que ainda sentia a responsabilidade na Espanha. Diversas respostas diferentes. Uma, no entanto, foi unanimidade. Que Robinho era craque e fatalmente ocuparia seu lugar na Espanha.

Dito, e feito. Hoje o rei das pedaladas provou suas qualidades, mostrou que está em excepcional fase, e foi fundamental na bela vitória do Real Madrir, por 4 a 2, sobre o Olympiakos, pela Copa dos Campeões. O jargão "só faltou fazer chover", não é nenhum exagero pela partida que fez. E ele não demorou mais do que dois minutos para brilhar pela primeira vez. Roubou a bola no meio, e iniciou a jogada que terminou com gol de Raúl. Pouco depois, o time grego empatou a partida, com Galleti.

Ainda no primeiro terço da primeira etapa, o Olympiakos perdeu Torosidis, expulso por fazer falta quando era o último homem. Mas o Real não soube aproveitar a vantagem numérica. E logo aos dois minutos do segundo tempo, viu o zagueiro brasileiro Júlio César empatar a partida. Depois de pouco mais de 20 minutos de pouquissimo futebol, Robinho apareceu livre para marcar, de cabeça, o gol de empate. E aí foi só pressão. E a estrela de Robinho começou a brilhar definitivamente. Depois de uma série desconcertante de pedaladas, o atacante sofreu penalti, desperdiçado por Nilsterooy.

Mas o brasileiro estava mesmo infernal. Ainda encontrou tempo para marcar, de bico, o gol da virada. E em alta velocidade, puxar o contra-ataque que culminou no gol derradeiro, de Balboa. Partida de craque, e de afirmação para Robinho. Justa. Que demorou, mas veio.