Primeiramente gostaria de pedir desculpas aos leitores do Marcação Cerrada pela falta de postagens de hoje. A correria não me permitiu postar antes. Apesar do excesso de assuntos do dia, como não deu para postar, vou falar sobre o principal deles, ao meu ver, o início da Copa Libertadores deste ano para o Brasil.

Estive no Mineirão na noite de quarta-feira, para acompanhar o jogo entre Cruzeiro e Cerro Porteño. Confesso que não ia há algum tempo em um jogo de Libertadores. E a atmosfera no estádio de Belo Horizonte era realmente diferente. A competição mexe com os torcedores de uma maneira única. E ontem BH se vestiu de azul. E quem foi ao estádio esteve impecável. Pouco mais de 40 mil torcedores que gritaram durante toda a partida, mesmo debaixo de chuva, e com transmissão ao vivo pela TV aberta para a cidade. E que além disso, mesmo no intervalo da partida, proporcionaram um show à parte.

Porém, vamos analisar o que foi visto dentro de campo. Para os que não sabem, e querem compreender o título deste post, La Bestia Negra, foi como o Cruzeiro ficou conhecido na América do Sul na década de 70, graças ao futebol vistoso e de qualidade de Tostão e companhia, que encantaram os países rivais. Um time considerável imbatível, que por isto ganhou este apelido.

Ontem, em campo, os 14 jogadores do Cruzeiro que estiveram em campo, fizeram novamente por merecer tal chamado. Não que tenham feito uma partida brilhante tecnicamente, impecável em todos os sentidos. Muito pelo contrário. O adversário paraguaio é fraco. Ficou nervoso, sentiu a pressão. Errou passes em demasia, demorou para se organizar, e apenas fez faltas para parar o time mineiro. Mas quando faltou alguma coisa ao Cruzeiro, sobrou raça. Sobrou vontade de vencer e espírito de Libertadores. O time mordeu, lutou, batalhou e fez por merecer o placar vitorioso de 3 a 1.

É fato que o resultado poderia ter sido mais confortável. Ainda no primeiro tempo, o Cruzeiro perdeu algumas chances. Se tivesse sido mais incisivo, e em alguns momentos mais individualista, com os jogadores partindo para cima, poderia ter encontrado resultado melhor. Na segunda etapa melhorou. Teve um gol legítimo (porém muito complicado) anulado pela arbitragem, e marcou mais um. Mas se acomodou. Bobeou na marcação. Levou o primeiro gol e por pouco não sofreu o empate. Quando forçou novamente, encontrou o terceiro gol, e não fez o decisivo para a classificação porque Marcelo Moreno perdeu um gol feito aos 46 minutos.

Enfim, o Cruzeiro mostrou um time forte, bem treinado, e muito competitivo. Porém, ainda é fraco na defesa. Apesar da força e do futebol impressionante que tem jogado o volante Fabrício, os zagueiros celestes não são confiáveis. Ramires mostrou mais uma vez que é um jogador diferenciado, moderno, e que faz a diferença. Jadilson e Wágner formam um lado esquerdo impressionante. Mas o ataque não é o mesmo da temporada passada. Guilherme e Moreno são jogadores de potencial, mas ainda não capazes de suportar tamanha responsabilidade.

E assim começou a Libertadores para o Brasil. Na semana que vem, o Cruzeiro tem tudo para confirmar a classificação para a próxima fase. Tem um time muito superior, mas terá que encarar uma grande pressão para conquistar a vaga. Apenas uma mostra do que está por vir.