No mundo industrializado do futebol, gosto quando dá para sentir saindo emoção dos poros dos jogadores. É legal ver sinceridade, discursos fora do padrão. Foi o que fez Ronaldo, um dia depois da eliminação do Corinthians na Copa Libertadores.

"É muito fácil quem está do lado de fora julgar o meu comprometimento. Nesta semana, o nosso preparador físico mostrou que estou entre os 10 jogadores que mais treinaram no ano. Tenho as maiores médias de carga horária e distância percorrida. Tenho 33 anos, oito operações no meu corpo, muitas dores e ainda preciso ouvir este tipo de coisa".

Ronaldo sabe que está mal. Sabe que está acima do peso. E quem conhece a história do jogador sabe que ele deve ser o menos satisfeito com isto. Se pudesse, estaria voando em campo.

Eu fui um dos que falei (aqui mesmo no blog) que Ronaldo deveria encerrar a carreira. Ontem, ele disse que ninguém vai pará-lo, pois fará isto antes. Sinceramente, a Copa do Mundo vem aí e seria uma boa hora.

Concordo com o atleta quando ele pede respeito. Ronaldo não é um jogador qualquer. O apelido de Fenômeno não veio por acaso. Humoristas fazerem piadas é uma coisa. Quando ela parte de jornalistas e comentaristas, é falta de respeito. E Ronaldo merece ser respeitado. Principalmente no Brasil, já que é no mundo inteiro.

Ronaldo é craque. Meu grande ídolo no futebol. O melhor que vi jogar nos meus 24 anos de vida, já que Maradona e Zico estavam em fim de carreira quando passei a "me entender por gente". Sua história é incontestável no futebol.

Para torcedores, jornalistas e comentaristas é preciso entender que Ronaldo não será mais o mesmo. Não porque ele não quer. Mas porque seu corpo não permite mais.

Para Ronaldo é preciso entender que quando ele será cobrado pelo que é hoje e não pelo que fez um dia. E que isto não é sinal de desrespeito. A hora de parar está chegando.