Prenúncio de dias melhores


Maltrataram a Jabulani, não souberam lidar com a tecnologia, não tiveram muito tempo para treinar e saber o que fazer com a nova bola de futebol usada na Copa do Mundo, colocar a culpa na pobre bola pela falta de gols que houve de maneira tão intensa na primeira rodada da Copa pode parecer exagero, mas quando se vê isso acontecendo com unanimidade então deve haver algum fundo de verdade nessa questão tão peculiar, aliada ainda a altitude e ao frio sul-africano. Porém, aos poucos os jogadores devem se acostumar com ela, e isso os uruguaios já fizeram, e foi justamente contra os anfitriões. Sobrou tristeza para a África do Sul.

O dia era mais uma vez de festa. O povo sofrido do país que viveu tantos anos de racismo durante o apartheid sorri e festeja como sempre vem fazendo nas arquibancadas. Era feriado na África do Sul, dia de lembrar que completaram 34 anos dos protestos dos estudantes negros de Soweto. Era dia de lembrar de Hector Pieterson. Dia de dizer não à desigualdade social, e claro, é dia de jogar bola também. O empate na estreia foi lamentável, mas trouxe esperança. Eles só não queriam ver Diego Forlán compreender tão bem a Jabulani em um chute fantástico, que ainda desvia em Mokoena, e vai parar no fundo do gol de Khune.

O técnico Carlos Alberto Parreira jamais ganhou um jogo de Copa do Mundo sem que fosse treinador da Seleção Brasileira, e olha que com os Canarinhos chegou ao título em 1994, mas ao contrário de Guus Hiddink por exemplo, não consegue ter sucesso comandando outras Seleções pelo mundo. A África do Sul ainda lutou com grande apoio da torcida pelo empate, mas acabou mesmo vendo Forlán se tornar o artilheiro isolado da competição ao marcar mais um cobrando penalti. A África dol Sul se desanimou completamente, desistiu antes da hora, e ainda sofreu o terceiro gol na partida. Álvaro Pereira fechou o caixão. Eles conseguiram compreender a Jabulani finalmente.

Três Seleções marcaram dois gols e só uma delas sofreu um. A Alemanha foi a grande excessão marcando quatro mas de resto apenas vitórias simples, empate com apenas um gol de cada lado ou sem nenhum, o que é muito pior, como no caso do Uruguai que havia ficado no zero a zero contra a França. Mas desta vez, os uruguaios enfim pararam de maltratar a bola. A trataram com carinho e balançaram as redes. As chances de classificação são enormes para a Celeste Olímpica, mas quase nulas para os donos da casa, que poderiam até sonhar mais se não tivessem tomado tantos gols, algo que para o amante do bom futebol foi ótimo, eles querem que continue assim, e este resultado elástico pode ter sido o tão aguardado prenuncio de dias melhores na Copa.

Nota do blog: Fiquei triste com a derrota (esperada) da África do Sul. No bom jogo que abriu a segunda rodada, de fato, melhoraram as expectativas para jogos mais animados daqui em diante. Fica a tristeza pela eliminação dos donos da casa (pela primeira vez a equipe anfitriã não passará à segunda fase). Mas fica a alegria por perceber que as coisas tendem mesmo a melhorar no país.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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