Um tropeço em boa hora

O empate decepcionante, mas que garantiu a classificação da seleção brasileira sub-20 para o hexagonal final no Sul-Americano, veio em boa hora. Basta ver o que os próprios jogadores disseram ao fim dos 90 minutos, para perceber que é bem provável que uma lição importante tenha sido tirada da partida contra a esforçada Bolívia: a de que por melhor que um time seja, ele não ganhará a partida quando quiser.

Mais uma vez, o Brasil apresentou as mesmas falhas. Apesar de muito bem postado taticamente (o 4-2-3-1 de Ney Franco é claro e todos os jogadores mostram saber exatamente sua função em campo), o time voltou a pecar pela pouca mobilidade e troca de posições. Parece faltar liberdade, termo fundamental para o sucesso do "esquema da moda".

Neymar muito preso pelo lado esquerdo tornou-se presa fácil para a marcação forte dos bolivianos (também muito bem armados num 5-4-1 que variava para o 3-6-1). Henrique movimentou-se mais como meia pelo lado direito, mas fez poucas incursões em diagonal. Sobrou para Lucas toda a responsabilidade de armar o time.

Mesmo com tantos defeitos, o Brasil foi superior, porque é muito melhor tecnicamente do que todos os adversários da competição. Na individualidade, algumas jogadas foram criadas. Principalmente depois dos 30 minutos iniciais, quando Henrique e Neymar passaram a jogar mais em diagonal abrindo espaço para os volantes e laterais aproveitarem o corredor lateral. Foi assim que saiu o primeiro gol, de Henrique.

Na etapa final, talvez pelo calor, talvez pela vitória parcial, o time se acomodou. Indolente, se poupava de correr. Mesmo assim, criava, sempre na qualidade individual. A Bolívia parecia morta, e Ney Franco acreditou nisto, tirando Zé Eduardo para colocar Oscar, recuando Lucas. A marcação se foi e o time brasileiro ficou completamente exposto.

E enquanto os brasileiros desperdiçavam gols no ataque, a Bolívia empatou o jogo em escorregão do ótimo Bruno Uvini e gol de Rios. Quase virou em contra-ataque puxado por Torrico. Assustou. E espera-se, tenha deixado lições.

O Brasil tem um baita time. Tem um baita técnico. Teve tempo de sobra para treinar e parece ter organização tática suficiente para brilhar. Precisa se soltar mais. E assim, chegar com a facilidade esperada a uma das vagas para os Jogos Olímpicos.

Nenhum comentário:

Quadro Negro

Quadro Negro
O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

Marcação no Facebook

Marcadores Online

Marcação Arquivada

Desde Ago/2007

Marcação no Twitter