Dois tempos, um time

Bastou 25 minutos de bom futebol para que um time se sobressaísse no Engenhão. E não foi o Atlético-MG, que chegou a 7 derrotas em 7 jogos no estádio. O sábado foi de "renascimento" do Flamengo, que goleou e afastou, mesmo que provisoriamente, a crise que rondava a Gávea.

Luxemburgo tinha problemas para armar o meio-campo. Fez a aposta certa no jovem Luiz Antônio e colocou mais um zagueiro no time. A idéia era interessante: dar liberdade aos bons alas para atacar. Na frente, manteve o rodízio, dando mais uma oportunidade para Wanderley.

No Galo, Dorival Júnior voltou a errar na avaliação, e outra vez foi obrigado a acertar e melhorar o time no intervalo. A opção por Dudu Cearense e Serginho como volantes e dois meias (Giovanni Augusto e Daniel Carvalho) deixou o time desprotegido na defesa e com pouco poder de marcação. Tomar a bola, só com o erro do adversário.

E no primeiro tempo não faltaram erros. Dos dois lados. Os passes errados apareceram em profusão e impediram que os dois times ameaçassem o gol adversário. A etapa inicial foi sonolenta e cansativa. Para quem assistia, inclusive os goleiros, que mal participaram do jogo.

No segundo tempo, o panorama parecia seguir o mesmo. Dorival mexeu no Galo, mas só mudou peças, não alterando a estrutura. E a partida seguia cheia de passes errados e com quase nenhuma chance de gol. Até que numa falta boba na entrada da área, Serginho bateu e a defesa do Flamengo não saiu. Na frente do gol, Dudu Cearense desviou e matou Felipe.

A vitória àquela altura não era justa para o Galo. Mas era melhor que a encomenda. Com Neto Berola, o time podia matar o jogo no contra-ataque, pois o Flamengo teria que sair. E teve a oportunidade, em falha de Júnior César que deixou o atacante sozinho, mas faltou ter paciência e procurar a melhor jogada. Na tentativa individual, foi desarmado e desperdiçou grande chance.

Luxemburgo fez o que tinha que fazer. Abriu Negueba do lado esquerdo, onde Guilherme Santos sentia cãimbras e não conseguia marcar. Armou o 4-2-3-1 e partiu para sufocar o adversário. Faltava acerto no último passe, faltava movimentação, faltava tudo. Até que uma bola desviada pela defesa atleticana caiu nos pés de Ronaldinho Gaúcho, que em lance de Ronaldinho Gaúcho empatou o jogo.

O empate era o resultado justo, mas a virada parecia o mais provável. O Atlético perdia o meio-campo e não conseguia marcar. O gol empolgou Ronaldinho e o Flamengo. E assustou os mineiros. A pressão cresceu e o gol era questão de tempo.

Dorival tentou corrigir o curso com a entrada de Toró para fortalecer a marcação. Mas já era tarde. Os gols foram saindo de forma natural, com Thiago Neves e Deivid (duas vezes). 25 minutos de bom futebol do Flamengo bastaram para deixar o adversário na lona.

O resultado é empolgante mas ainda falta muito ao Flamengo. Craque que é, Ronaldinho não pode viver de lampejos ou de alguns minutos de bom futebol. O time tem para onde crescer, mas precisa de reforços e de paz. E de tempo, que parecia um grande inimigo, mas que agora deve voltar a aparecer graças à goleada.

O Atlético-MG precisa de um caminho. Que Dorival parece longe de encontrar. A desculpa dos reforços que ainda vão entrar no time não existe mais. O que tem de melhor está à disposição do técnico. A cada jogo, o time tem uns jogadores, um esquema. E sempre muda durante o jogo. É preciso saber o que quer, antes que não tenha mais tempo para escolher.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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