Sonho coxa, pesadelo celeste

Quem viu Coritiba e Cruzeiro jogar por volta de março ou abril deste ano, teria dificuldade para acreditar que eram os dois times em campo hoje a noite no Couto Pereira. Na verdade, não são mesmo os mesmos times. O Coritiba perdeu a empolgação e entrou no ritmo "normal" quando passou a enfrentar adversários mais fortes. E o Cruzeiro, irreconhecível, perdeu peças importantes e se perde cada vez mais no Brasileirão.

O Coritiba sabia que precisava vencer para seguir sonhando. Somar pontos em casa é obrigação. Por isto, tomou a iniciativa do jogo, com Tcheco qualificando a saída de bola e com os laterais chegando bem ao ataque. O Cruzeiro, com Élber como titular e 4-3-2-1 isolando Ortigoza, tinha a proposta óbvia de jogar no contra-ataque, mas não conseguiu colocá-la em prática.

No primeiro tempo, só um time jogou. O Cruzeiro jogava com todos os jogadores atrás da linha da bola, mas marcava mal, de longe. O Coritiba empilhava chances, principalmente nas bolas paradas. Os donos da casa ganhavam todas pelo alto e obrigavam Fábio a se virar. E ele se virava, até que um rebote sobrou para Marcos Aurélio acertar o gol, sem goleiro.

Só com a desvantagem no placar, o Cruzeiro entrou no jogo. Adiantou um pouco as linhas e ocupava mais o campo ofensivo. Mas não oferecia riscos. O goleiro Vanderlei assistia ao jogo e sequer sujou o uniforme. Panorama mantido inclusive, após a entrada de Bobô no intervalo.

Mesmo sem jogar bem, o Coxa era mais perigoso nos contra-ataques. Fez o segundo com Bill, passando como quis por Léo, irreconhecível como zagueiro central. Depois de abrir dois gols, o Coritiba parou. E o Cruzeiro ganhou campo pra jogar, ainda sem ser perigoso. Na única finalização na direção do gol, Bobô descontou de cabeça. Pouco, para quem precisava de pontos para sair da zona de desconforto.

Não acho que o Coritiba vá se classificar para a Libertadores. Mas pelo que já fez no ano e pela posição na tabela, o time tem todo o direito de sonhar. Hoje, cochilou cedo e poderia ter perdido pontos para um adversário batido. Não pode deixar que aconteça em outras rodadas.

O Cruzeiro melhora. Muito devagar para quem precisa de pontos com urgência. A crise aumenta e a zona de rebaixamento se aproxima. O próximo jogo, é contra o líder. Trocar o técnico não me parece a saída agora. Dar força aos que lá estão parece o único caminho para que o pesadelo não se torne realidade.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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