Goleada psicológica

Tudo que o Flamengo precisava era de uma goleada cheia de propriedade em dia de derrota dos primeiros colocados no Campeonato Brasileiro. Tudo que o Cruzeiro não precisava era uma derrota traumática e o passaporte de entrada na zona do rebaixamento cinco rodadas antes do fim do Campeonato Brasileiro.

O largo resultado conquistado pelo time de Vanderlei Luxemburgo no Engenhão com ótimo público nesta tarde tem um momento marcante. Victorino desperdiçou penalti quando o Cruzeiro vencia por 1 a 0 e sobrava no Engenhão, com controle absoluto das ações após abrir o placar.

No 3-5-2 surpreendente escalado por Mancini, o Cruzeiro teve pontos positivos e um negativo. Mas foi este ponto negativo que o treinador ignorou durante os 90 minutos que custou o resultado. Com o Flamengo no tradicional 4-2-3-1 (desta vez com Ronaldinho na referência e Deivid como meia pelo lado esquerdo), sobravam zagueiros com apenas um atacante a marcar e faltava quem ajudasse a marcar os meias. Os cariocas tinham espaço para trabalhar a bola na entrada da area. E embora não conseguissem se aproximar do gol mineiro, podia finalizar com facilidade à distância.

Apesar desta falha, o Cruzeiro jogava bem. Insistia no jogo pelo lado direito com boa atuação de Montillo e Fabrício. E tinha Anselmo Ramón levando vantagem em todas as jogadas contra os zagueiros do Flamengo. Em uma delas, se antecipou após desvio de Farías e abriu o placar.

O Flamengo sentiu o gol. A pressão de quatro jogos sem vencer apareceu e por pouco não fez com que o time perdesse o jogo. Farías acertou a trave, Anselmo Ramón exigiu boa defesa de Paulo Victor e Alex Silva fez penalti em Montillo. Tudo isto em menos de 10 minutos.

A chance de definir o jogo, porém, virou contra o feiticeiro. Victorino perdeu e daí em diante o jogo foi outro. Quem sentiu o baque foi o Cruzeiro, ajudado pelo gol pouco depois de Deivid (não por acaso, em chute de fora da área) que bateu no travessão e nas costas de Fábio.

O gol da virada poderia ter saído ainda no primeiro tempo. Mancini teve sorte de levar para o vestiário o intervalo para arrumar o time. Não o fez, mantendo o 3-5-2 e os espaços para quem vinha de trás. Luxemburgo qualificou o passe com Muralha e definiu a partida em 15 minutos com gols em sequência (Deivid e Thiago Neves, três vezes). O Cruzeiro, absolutamente entregue, ainda perdeu Montillo machucado e Anselmo Ramón muito bem expulso.

O Flamengo volta a briga num Campeonato emocionante e de prognóstico impossível. A confiança volta a ficar alta justamente no momento que a equipe mais vai precisar dela. Mais do que de qualquer outra coisa.

O contrário pode ser dito para o Cruzeiro. Que conseguiu jogar bem durante quase todo o primeiro tempo, que esteve perto da vitória, mas que se acaba psicologicamente no primeiro erro. A tendência, é piorar com o time na incômoda zona do rebaixamento.

---
Curta o Marcação Cerrada no Facebook e fique por dentro das novidades do blog.

Nenhum comentário:

Quadro Negro

Quadro Negro
O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

Marcação no Facebook

Marcadores Online

Marcação Arquivada

Desde Ago/2007

Marcação no Twitter