Um gol faz toda a diferença

O que separou Internacional e São Paulo e acabou levando o time gaúcho à final da Libertadores (e consequentemente ao Mundial Interclubes) foi a postura. Não a diferença entre a postura dos dois no jogo de ontem, no Morumbi. Mas a forma como cada um optou por jogar fora de casa. No fim, a igualdade de gols e resultados só se fez diferente pelo gol que o Inter encontrou no estádio adversário, que o São Paulo deu de ombros quando jogou no Beira-Rio.

Mais um grande capítulo da história do futebol brasileiro foi escrito ontem a noite em São Paulo. Não foi um jogo brilhante tecnicamente, brigado, cheio de alternativas táticas. Mas foi um daqueles duelos que vai demorar para sair da cabeça. Do ganhador e do perdedor, principalmente. Mas também de todos que assistiram.

O São Paulo fez o que tinha que ser feito. Ricardo Gomes foi corajoso ao colocar a equipe com três atacantes desde o início. Celso Roth, manteve a postura e a escalação que vinha mandando a campo desde que assumiu o Colorado.

A partida foi corrida, disputada e com duas equipes afim de jogo. O São Paulo jogava no campo de ataque, mas o Inter conseguia levar perigo, principalmente nos chutes de fora da área. Aliás, havia espaço demais na entrada da área tricolor, já que o time tinha uma postura mais ofensiva.

O primeiro gol saiu ainda no primeiro tempo. Falha grotesca de Renan, que vinha perfeito desde a volta ao Inter. Gol de Alex Silva e abatimento geral. O Inter demorou para absorver o golpe, mas foi para o intervalo com a derrota por 1 a 0 que deixava a semifinal empatada.

Mas logo no início do segundo tempo, D'Alessandro bateu falta e o sempre decisivo Alecsandro desviou para empatar. Ali, os gaúchos estariam muito perto da decisão. Estariam, se o São Paulo não tivesse reagido na sequência e marcado o segundo com Ricardo Oliveira.

Dali em diante, com o São Paulo precisando de mais um gol, o jogo tornou-se daqueles épicos. Em que um lance, podia transformar heróis e vilões. Tudo poderia acontecer. Tinga, é um grande exemplo. Quase foi herói, mas Jean salvou a bola em cima da linha. Quase foi vilão, pela expulsão.

Mas mesmo com um a mais e muita pressão, o terceiro gol do São Paulo não saiu e o Inter ficou com a merecida vaga.

Pelo quinto ano seguido, o São Paulo esbarra em um adversário brasileiro na Libertadores. Sai de cabeça erguida com a boa partida de ontem. Mas consciente de que poderia ter jogado mais no Beira-Rio. Deve ser o fim (injusto, diga-se) do ciclo de Ricardo Gomes. O tricolor deveria dar mais uma oportunidade ao treinador, até pela falta de opções no mercado.

Quanto ao Inter: vai ter a oportunidade de fechar com chave de ouro uma década gloriosa. Mas precisa se atentar a uma coisa. Ainda há um capítulo na Libertadores. Apesar da alegria fazer sentido, ainda é cedo para pensar em Mundial. Celso Roth merece esta conquista, mesmo tendo chegado com mais de meio caminho andado. E o Colorado tem tudo para ser campeão, apesar do forte adversário que terá pela frente.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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