A idéia de trazer medalhões e craques consagrados como Thiago Neves e Ronaldinho Gaúcho é válida. Fortalecem a equipe, dão experiência, dividem a responsabilidade. Com eles, certamente, o Flamengo fica mais forte. O que não pode fazer, é fechar os olhos para a extraordinária geração que ganhou na manhã de hoje o título da Copa São Paulo, vencendo o Bahia por 2 a 1.
Antes de mais nada, é preciso destacar um ponto sensacional da decisão: a presença das torcidas. Tricolores e flamenguistas encararam sol escaldante, encheram o Pacaembu, surpreenderam a todos e fizeram da final um espetáculo ainda melhor.
Pelo nervosismo da decisão, pela temperatura alta, o jogo teve momentos de ritmo desacelerado. Mas foi bom, no geral. Movimentado, interessante e mostrou porque as duas equipes chegaram à decisão.
Mais solto e com mais qualidade individual, o Flamengo começou melhor. Não demorou para abrir o marcador com o capitão Frauches. Seguia melhor, aproveitando principalmente o corredor enorme que Anderson aproveitava pelo lado esquerdo. Aos poucos, porém, o Bahia se ajeitou em campo. Muito mais organizado taticamente, o time passou a dar trabalho. E depois de pequena pressão, empatou o jogo em penalti bobo, muito bem batido por Rafael.
Veio o segundo tempo e o jogo seguia equilibrado. O Bahia criava as melhores chances, mas parava em atuação magistral do ótimo César. Até que o jogo mudou aos 23, quando Dudu fez penalti, foi expulso e Negueba fez o gol que daria o título ao rubro-negro. Não sem antes ver César fazer pelo menos mais duas ótimas defesas para garantir o 2 a 1.
Apesar da derrota, fica para o Bahia o sentimento de bom trabalho realizado. Alguns jogadores do bom time vice-campeão podem ser aproveitados no time profissional. E em meio a algumas boas promessas, uma jóia no meio-campo: Igor merece ser muito bem trabalhado.
O Flamengo de campanha irretocável, eliminando os bons times do São Paulo e do Cruzeiro (campeão brasileiro sub-20 no fim de 2010) venceu porque tinha o melhor time. Ou os melhores valores individuais. Conhecido pela famosa frase "craque a gente faz em casa", o rubro-negro tem uma ótima geração para se aproveitar. César, Marllon, Anderson, Muralha, Lorran, Adryan e Lucas não serão solução. Mas merecem minutos de jogo e crescimento paulatino entre os profissionais.
Que o Flamengo saiba aproveitar dentro de sua casa os craques que criou. Diferente do que fez com a também ótima geração de 1992.
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