Antes de a bola rolar em Saint Denis o que chamava a atenção não era o futebol. Eram as novas camisas de Brasil e França. Um açoite. Um desrespeito. Ambas de um mal gosto tremendo (principalmente a brasileira).
Mas foi só o jogo começar para os uniformes ficarem em segundo plano, deixando a atenção para o que realmente importava: Brasil e França, em processo de renovação, e com um teste importante e altamente útil pela frente.
Mano Menezes alterou a maneira de jogar do Brasil, muito pelas peças que tinha à disposição para o confronto. Elias alternava o papel de segundo volante com o de meia. Robinho foi mais atacante, próximo de Pato. Assim, o time variava entre o 4-1-3-2 e o 4-2-3-1 tradicional da maioria das partidas até aqui.
E apesar de alguma dificuldade de entrosamento, o Brasil era superior à França. Marcação adiantada, bom toque de bola e movimentação interessante. Faltava capricho no último passe e na conclusão.
Foram 38 minutos de um bom teste, que deixou boa impressão da seleção brasileira apesar do 0 a 0. Só 38. Hernanes errou, em lance muito distante de suas características. Não combina com o "Profeta" o chute estilo Anderson Silva que acertou o peito de Benzema, causando o justíssimo cartão vermelho.
Daí em diante, não houve teste. Afinal, não há como experimentar um time com 10 jogadores. Só coube ao Brasil recuar as linhas e se defender. A França se soltou no jogo e achou espaços, principalmente pelo lado direito onde Ménez e Gourcuff se aproveitavam do pouco poder de marcação de André Santos. Por ali saiu o gol, marcado por Benzema. Que ainda perdeu outros dois no segundo tempo, atrapalhado pelo seguro retorno de Júlio César ao gol do Brasil. Até o fim do jogo, ficou o fantasma da "freguesia" para os franceses, exceto em um lance ofensivo, desperdiçado por Hulk.
Ficam boas impressões. Elias jogou muito bem enquanto o Brasil teve 11 jogadores. David Luiz e Thiago Silva formam uma das melhores duplas de zaga do planeta (se não a melhor). Júlio César ainda merece vida longa debaixo das traves.
Experimentar um período sem jogos "oficiais" será uma novidade difícil para os brasileiros. A avaliação do time fica comprometida. Mas é preciso seguir enfrentando adversários fortes e tradicionais sempre que possíveis. E que isto não mine o trabalho de Mano Menezes. Caso contrário, enfrentaremos adversários fracos e chegaremos à 2014 sem o real conhecimento do nosso "poder de fogo".
Um comentário:
Se enfrentarmos só adversários fortes e sempre perder de 1 a 0 também não vai adiantar nada para 2014 ...
Duas derrotas seguidas (ainda mais para Argentina e França) não é normal .... ambos os jogos decididos por um detalhe, um gol, foi assim diante da França em 2006 e até da Holanda em 2010 ....
Mas uma coisa tenho que concordar com você: Uniforme mais ridículo da história, o número nas costas então foi um absrudo ..... e o uniforme da França terrível também.
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