O momento mais bacana do futebol é o do gol. E por isto, nada mais justo que ele não aparecesse no duelo entre Tolima e Cruzeiro. O zero a zero foi mais que um retrato da partida. Foi o resultado justo para um jogo com pouquíssimas emoções.
Cuca manteve o Cruzeiro com a formação que havia conquistado duas goleadas em dois jogos até aqui na Libertadores. O 4-2-2-2 desta vez, porém, teve mudança de postura, fundamental para o resultado. Apesar de uma escalação aparentemente ofensiva, o Cruzeiro pecou (principalmente no primeiro tempo) pelo excesso de cautela. Pablo foi quase um zagueiro pelo lado direito, raramente passou do meio-campo. Marquinhos Paraná era líbero, jogando entre os dois zagueiros. Henrique raramente apareceu no ataque como vinha fazendo.
Desta forma, sobrava para os quatro homens de frente a missão de levar o Cruzeiro ao ataque. Mas com Montillo e Roger pouco inspirados e Wallyson muito bem marcado, o time mineiro foi anulado. Wellington Paulista nem precisou de muita marcação. Fez mais uma partida abaixo da crítica. Como pivô, no ataque, não consegue segurar uma bola sequer e raramente consegue bons passes de primeira.
Sem posse de bola, o Cruzeiro correu atrás do Tolima. E não teve muitas dificuldades para marcar o pouco inspirado time colombiano. Com o gramado horrível como agravante, o jogo foi chato e sem emoção.
O panorama mudou um pouco no segundo tempo. Marrugo e Santoya descobriram o enorme buraco que havia nas costas de Diego Renan (já que Marquinhos Paraná centralizava e deixava o jogador, limitado na defesa, sozinho na marcação). Por ali, o Tolima conseguia criar alguma coisa, enquanto o Cruzeiro seguia sem ter posse de bola.
Cuca tentou dar velocidade ao Cruzeiro com Thiago Ribeiro e Dudu. Não mudou quase nada e não melhorou nem um pouco. O técnico ainda foi o último a perceber a avenida pelo lado esquerdo. Só colocou Leandro Guerreiro em campo depois do penalti feito por Pablo em Medina, que bateu e Fábio defendeu. Para a sorte do técnico, embaixo das traves do Cruzeiro há um goleiro enorme e que parece melhor a cada dia.
O jogo decepcionante tecnicamente, acaba trazendo bons frutos ao Cruzeiro. Com 7 pontos em três jogos, o time tem a classificação encaminhada na Libertadores. Mas a partida serviu para mostrar o que venho dizendo desde o primeiro jogo na competição: o time de Cuca vive de lampejos de seus craques (Montillo e Roger) e da ótima fase de Wallyson, mas é desorganizado taticamente e mostra poucas alternativas. Para chegar longe, vai precisar de mais. E tem potencial para isto.
Um comentário:
O jogo não foi legal, mas o Cruzeiro vai consegui essa classificação e pode ir bem longe nesta Libertadores.
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