Sofrimento e vitória. Ambos necessários

Durante a semana, Vágner Mancini deu entrevista e disse que já havia percebido o principal defeito do time do Cruzeiro (citado inúmeras vezes neste espaço): a falta de combatividade do meio-campo. Tentou acertar contra o Corinthians usando três volantes. Mas sem Charles, mostrou não confiar no jovem Sandro Manoel e resolveu fortalecer a defesa com três zagueiros diante do Atlético-PR.

A princípio, parecia um caminho interessante. A chuva incessante deixou pesado o gramado da Arena do Jacaré, e também por isto, Farías ganhou a vaga de Ortigoza no ataque.

Mas no 3-5-2 de Mancini contra um esforçado e muito organizado Atlético-GO, o Cruzeiro só experimentou o que o esquema tem de ruim. O Cruzeiro durante os 90 minutos não teve transição ofensiva e abusou da bola longa, quase sempre em desvantagem para seus atacantes. Além disso, teve dificuldades nos rebotes ofensivos e defensivos, deixando o adversário ficar mais tempo com a bola e constantemente passando por momentos de dificuldade.

Assim, com tantas dificuldades, o Cruzeiro começou mal. Nervoso no ataque, tinha dificuldades para ter a bola. E na defesa, apesar de ter muitos jogadores, manteve o defeito: observava de longe e dava espaços de sobra para o trio de frente do Atlético se movimentar e receber o passe em boas condições. No Cruzeiro, todos voltam, todos ocupam espaços, mas ninguém morde. Fabrício até tenta, mas o volante celeste corre muito, se entrega muito, mas se posiciona mal e invariavelmente chega tarde demais, fazendo pouquíssimos desarmes.

O Cruzeiro saiu atrás e ficou ainda mais nervoso. Estava claro que o time precisava de mais um volante, mas Mancini preferiu tirar Vitor (de primeiros 20 minutos abaixo da crítica) para colocar Roger. Não melhorou a saída de bola, não melhorou a posse ofensiva e principalmente, não melhorou a marcação.

Em meio a uma partida tão ruim, o Cruzeiro jogava bem quando chegava trocando passes ao ataque. Criava, embora finalizasse pouco. Bastava colocar a bola no chão que o Cruzeiro mostrava que ainda conhecia o caminho e que a situação em que está se deve a outros fatores, não ao fato de "não saber jogar futebol".

O empate veio com Farías (um absurdo ter ficado tanto tempo fora quando o Cruzeiro sofria sem atacantes) e Mancini teve a chance de organizar o time no intervalo. Mas repetiu o erro, trocando Fabrício por Élber, abrindo ainda mais o seu time e dificultando ainda mais os desarmes no meio. Levou o segundo gol e na base da entrega e do sucesso pessoal do limitado Anselmo Ramón, achou a virada. Sofreu, teve que jogar na base da superação até o fim, mas saiu com o resultado.

O Cruzeiro tinha que vencer. Mais do que a série de 12 jogos sem vencer, pesaria demais o fato de passar a semana na zona de rebaixamento. O sofrimento, foi bom para o time perceber que ainda tem problemas demais para resolver. O principal deles, Mancini já mostrou enxergar mas parece estar perdido para resolver. Com os três pontos e o fim do jejum, poderá ter mais tranquilidade para achar o ponto certo nos dois desafios difíceis que o time terá fora de casa nas próximas rodadas.

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Um comentário:

O autor disse...

Muito bom o post!

Mas não vejo muita solução para resolver essa falta de combatividade no meio-campo. Não só pela falta de peças no elenco, mas pela má fase que atravessam essas peças. É difícil achar, hoje, um volante jogando bem no Cruzeiro. Menos mal que, na base da raça e do coração, a vitória veio.

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Abraços

Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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