Imagine você receber uma proposta de trabalho imperdível. Com aquele salário que você sabe que não merece. Que você jamais encontrará em outro lugar. Não precisa amar o seu ambiente de trabalho para aceitar. Mas passa o tempo e você vê que a coisa não é bem assim. O salário não chega, você não rende, a cobrança aumenta. Dos dois lados. Decepção.
Imagine conseguir trazer para a sua empresa um profissional disputado. Atenção da mídia, rebuliço dos fãs. Com algo tão positivo, vai ser fácil pagar a conta. Todos vão querer investir neste negócio de sucesso. Mas passa o tempo e você vê que a coisa não é bem assim. O rendimento do funcionário é abaixo do esperado, a renda não chega, a cobrança aumenta. Dos dois lados. Decepção.
A relação Ronaldinho x Flamengo deve ser vista assim. Da maneira mais profissional possível. Sempre foi assim, embora muito tenha se falado de amor. Profissionalismo que faltou desde o início na história do meia com o rubro-negro.
Ronaldinho tinha a obrigação de se esforçar ao máximo. Não de suprir todas as expectativas ao seu redor. O Flamengo sabia desde o início que a contratação era um risco.
O Flamengo tinha obrigações financeiras com Ronaldinho. O contrato não previa que ele jogasse como no Barcelona em 2006. Aquele Ronaldinho não existe mais. Se a proposta era de um milhão de reais por mês, o clube tinha a obrigação de pagar.
A decepção mútua não exclui o Flamengo de suas obrigações. Faltou profissionalismo e vontade de resolver um problema que já vinha se arrastando há meses. O clube empurrou com a barriga até ser "humilhado" com a decisão judicial de um jogador que parecia não ter direito algum pelo que (não) vinha jogando. Mas tinha e sabia deles desde o dia em que assinou o contrato.
O Gaúcho não deve demorar para acertar com outro clube, talvez em cifras tão astronômicas quanto. Para o clube, fica a conta para pagar. Enorme.
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