A noite era especial. O Engenhão lotado, fato raro, comprovava a força da contratação de Seedorf. E a festa estava armada para a estreia do holandês com a camisa do Botafogo. Só não se lembraram que do outro lado havia um Grêmio forte e em crescimento. Com nova formação tática, os gaúchos surpreenderam, jogaram bem e venceram.
Andrezinho perdeu a vaga no time do Botafogo para a entrada de Seedorf. Que começou como meia central no 4-2-3-1 padrão de Oswaldo de Oliveira mas que usou a experiência para encontrar seu melhor espaço em campo depois de 20 minutos praticamente sem tocar na bola. Mais recuado, vindo de trás e se aproximando de Fellype Gabriel pelo lado esquerdo, viveu seus melhores momentos em campo. Em um deles, a boa arrancada e o cruzamento preciso que Elkesson desperdiçou.
O Grêmio foi melhor no primeiro tempo porque era mais organizado. No surpreendente 4-4-2 em duas linhas, Luxemburgo soube aproveitar o que tem de melhor: a força e qualidade do meio-campo. Elano e Zé Roberto pelos lados fugiam da marcação de Lucas Zen e achavam espaços para trabalhar a bola. Souza e Fernando fizeram partida impecável, marcando e jogando. Esquema moderno que tinha ainda Leandro se movimentando muito bem à frente além de ajudar a marcação recuando com um dos laterais botafoguenses.
O gol do Grêmio saiu com participação de todos os jogadores do meio-campo e finalização precisa de Marcelo Moreno, quando o time era melhor. Depois, o ritmo caiu e faltaram pernas para manter o ritmo. Os volantes já não conseguiam chegar tanto ao ataque, Elano e Zé Roberto tiveram que ser substituídos e Leandro ficou no sacrifício após se machucar. O Botafogo, já sem Seedorf, se soltou num ousado 4-3-3 e pressionou mas esbarrou em mais uma grande atuação de Marcelo Grohe. Não chegou ao empate mas recebeu os aplausos da torcida que percebeu a luta do time até o último instante.
Seedorf mostrou que pode ser útil mas mostrou também que o Botafogo precisará rever a forma de jogar. Tanto ele como Renato vão precisar marcar mais se quiserem jogar juntos ou o volante ficará sempre sobrecarregado. Em forma, o holandês tem muito a dar para o time carioca. Uma boa inspiração pode ser o Grêmio, de Luxemburgo. Moderno, inteligente, maduro e qualificado. Com Kléber, se torna ainda mais forte. E parece a cada rodada mais perto de brigar pelo título.
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