O dia que a bola azul teimou em não entrar

O duelo entre a melhor defesa e o melhor ataque da Libertadores de 2010 mostrou o quanto o futebol é fascinante. O São Paulo se classificou sob vaias da torcida no Morumbi. O Cruzeiro se classificou com vitória imponente sobre o tradicional Nacional, no Uruguai. Era honesto considerar os mineiros favoritos para o confronto. Mas há dias em que as coisas simplesmente não dão certo. E ontem, quando o Cruzeiro mais precisou de seu poderoso ataque, a bola resolveu não entrar.

Desde o início do jogo via-se um Cruzeiro com mais posse de bola e um São Paulo apostando muito em seu trio ofensivo. Ricardo Gomes armou o time de maneira perfeita, num 5-1-3-1 quando não tinha a bola. E no 3-4-3 quando saía em velocidade. Anulou pelos lados a melhor jogada do Cruzeiro e obrigou os mineiros a jogar muito pela congestionada faixa central.

Fernandão parecia peça nula no ataque mas não demorou para encontrar seus espaços. Os zagueiros do Cruzeiro davam espaço demais para ele quando a bola não vinha pelo alto. Erro fatal. Tabela rápida de Fernandão com Marlos e gol de Dagoberto. Tudo que o São Paulo queria.

Os mineiros nervosos seguiam com mais posse de bola mas não ameaçavam o gol de Rogério Ceni. Jonathan, Gilberto e Diego Renan não faziam boa partida. Thiago Ribeiro não estava em uma de suas noites iluminadas. Cabia a Kléber, praticamente sozinho, tentar alguma coisa.

Na volta do segundo tempo, o cenário permaneceu o mesmo. Adilson percebeu o São Paulo fechado e ousou com a entrada de Guerrón no lugar de Diego Renan. Deu o meio-campo e o contra-ataque para os paulistas. Mas tentou abrir espaços na defesa e, principalmente, tentou forçar a expulsão de Richarlysson pelo lado esquerdo.

O feitiço virou contra o feitiçeiro quando Fernandão aproveitou-se de uma pataquada da defesa cruzeirense e deixou Hernanes na cara do gol para ampliar. O reforço ofensivo contratado pelo São Paulo fez a diferença. Fez valer sua contratação.

Com 2 a 0 coube ao Cruzeiro tentar o abafa. A torcida acordou e percebeu que o time precisava de ajuda. Adilson tentou dar mobilidade a um meio-campo cansado com Roger e Fábio Santos. As jogadas surgiram. Rogério Ceni fez pelo menos duas boas defesas. Thiago Ribeiro teve um gol mal anulado (compensando erro parecido em lance de Fernandão). Júnior César tirou em cima da linha um gol de Guerrón. A bola de Roger, que acertou as duas traves e não entrou, foi o tiro de misericórdia para fazer o time azul desistir.

O São Paulo poderia ter aproveitado ainda mais os espaços e ter saído com uma goleada. Preferiu se defender e garantir o resultado que lhe dá muita tranquilidade para o jogo de volta. A missão do Cruzeiro parece difícil, mas é quase impossível. Em 9 jogos, o São Paulo levou apenas dois gols na Libertadores. Em oito deles, a defesa não foi vazada.

A classificação parece encaminhada e o favoritismo mudou de lado. Mas no improvável e fascinante futebol é melhor utilizar a famosa frase do técnico Adilson Batista: "vamos aguardar".

3 comentários:

Gremista Fanático disse...

E que resultado esse do São Paulo, e bota tranquilidade nisso, mas eu não diria que esta definido porque futebol é mesmo improvável, abraço.

Saudações do Gremista Fanático

Leandro disse...

Ôôô o Mineirão calou!! Belo resultado do São Paulo. Se o time continuar jogando essa bola que jogou ontem, eu aposto no tetracampeonato. Mas claro, ainda tem o jogo de volta no Morumbi, a situação é delicada pro Cruzeiro, mas futebol é futebol.
O São Paulo jogou como deve jogar sempre, com 3 zagueiros, explorando bem os contra-ataques. Foi assim em 2005 nas campanhas dos Tris.

Net Esportes disse...

Esse é o São Paulo que eu tinha saudades, o São Paulo que ganhou três títulos brasileiros, que ganhou a Libertadores de 2005 e o Mundial ..... o São Paulo tem que continuar jogando assim, desse jeito tem tudo para ser campeão novamente.

Quadro Negro

Quadro Negro
O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

Marcação no Facebook

Marcadores Online

Marcação Arquivada

Desde Ago/2007

Marcação no Twitter