Vencendo, convencendo e espantando fantasmas

Se o Brasil precisava vencer jogando bem um forte adversário para mostrar para todos que é mesmo o principal candidato ao título mundial, não precisa mais. Não quero dizer aqui que o time foi perfeito e fez uma atuação fantástica contra a Costa do Marfim. De forma alguma. Mas mais uma vez, Dunga e sua equipe provaram que estão prontos para todo e qualquer desafio que pintar pela frente.

Os primeiros 24 minutos mostraram equipes reduzindo espaços, muitos passes errados e nenhuma chance real de gol. A Costa do Marfim adiantou suas linhas e dificultava a saída de bola brasileira, que fica lenta e previsível nos pés de Gilberto Silva e Felipe Melo. Até que o primeiro fantasma foi exorcizado com a jogada de Robinho, Kaká e Luís Fabiano, que resultou na bomba do atacante do Sevilla que estufou as redes de Barry. Um gol com raiva. Um gol de alívio. E uma mostra de que quem duvidava que faltava ao Brasil qualidade individual para definir um jogo complicado estava profundamente enganado.

Enquanto os brasileiros se soltavam e Kaká passava a encontrar seu espaço no campo, os marfinenses se assustaram. Sabiam que furar a zaga mais eficiente do planeta seria difícil. Ainda mais com Drogba isolado na frente e com Dindane não conseguindo aproveitar a fraqueza no setor esquerdo da defesa brasileira.

A volta para o segundo tempo e o gol espetacular de Luís Fabiano (apesar da ajuda do braço direito) afundaram de vez as chances da Costa do Marfim. Que passou a usar de sua exuberante força física para abusar das faltas sem advertências por parte de uma arbitragem ruim. Elano, um dos melhores em campo, ainda fez o terceiro após jogada de Kaká (que nesta altura, havia trocado de posição com Robinho em campo). 3 a 0. Uma goleada incontestável.

Outra vez, a zaga cochilou no fim e Drogba diminuiu. Sem sustos. E não me parece motivo para se assustar. De fato, a defesa brasileira só deu espaços na África do Sul quando as partidas estavam, de fato, definidas.

No fim, a expulsão de Kaká obrigará Dunga a testar a equipe sem seu principal jogador. O que, certamente, vem em ótima hora, já que não há obrigação diante de Portugal.

O Brasil mostrou o equilíbrio defensivo de sempre e mais uma vez deu provas da qualidade de seus jogadores de frente. Felipe Melo fez ótima partida (apesar de alguns ranzinzas da imprensa preferirem não dar o braço a torcer). Kaká errou muito, mas buscou o jogo e foi decisivo em duas jogadas. Luís Fabiano reencontrou o gol e provou que dá para confiar nele (mais uma vez).

Resta saber em qual lugar nos classificaremos. Acredito que seremos os primeiros. Apesar da espantosa goleada de Portugal (da qual falarei no próximo post), não acho que a pátria-mãe tenha futebol para nos bater. E só quem quer procurar pelo em ovo de toda maneira, não percebe que o Brasil está no rumo de uma bela campanha (lembrando sempre que uma derrota incomum em um jogo mata-mata, sempre pode acontecer).

Não vou entrar no assunto Dunga x Imprensa. Não há santos na história. Dunga errou feio e precisa se portar como alguém que ocupa um cargo tão importante. Este tipo de ação é inaceitável. Mas a imprensa (e aqui a generalização é péssima e injusta da minha parte) também precisa tratá-lo com mais respeito e profissionalismo. É muito fácil se colocar como o mocinho quando se tem espaço de sobra para atacar pelas costas do outro.

Um comentário:

Unknown disse...

ótimo texto, Vini!

Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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