Dinâmica da bola

A dinâmica interessante do futebol fez da partida final do Campeonato Mineiro um jogo de prognóstico impossível. A decisão de ficar "em cima do muro" mostrou-se certeira no jogo que deu o título ao Cruzeiro, com gols marcados no fim da partida.

Durante praticamente todos os 90 minutos na Arena do Jacaré, o panorama foi o mesmo dos minutos finais da primeira partida decisiva: o Cruzeiro tentava atacar, não com a mesma desenvoltura de outras partidas. O Galo se defendia e esperava a chance para definir o jogo. E a chance veio, já no meio do segundo tempo quando Magno Alves saiu na cara do gol e hesitou à frente de Fábio. Naquele momento, o gol alvinegro seria fatal.

Antes disso, o Cruzeiro já martelava. Mas insistia nas bolas aéreas, que facilitavam para Leonardo Silva, e sentia falta de presença na área. O Cruzeiro tinha a bola porque melhorou a marcação em relação ao primeiro jogo. Leandro Guerreiro foi muito bem à frente da defesa. Marquinhos Paraná deu segurança ao lado direito, principalmente enquanto Mancini esteve em campo. Gil fez partida perfeita, ganhando na raça e no posicionamento a maioria das bolas.

O Atlético tinha a proposta do contra-ataque mas faltava o arco. A flecha, Magno Alves, só recebeu uma vez em condições de marcar (lance já citado). A proposta de fechar o time funcionou e deu ao adversário poucas chances de marcar. Mas embora Giovanni seja ótimo jogador e tenha futuro grandioso pela frente, não tem a bola longa que o time precisava para surpreender o Cruzeiro.

O jogo equilibrado só foi decidido quando Walyson (um dos piores em campo) mostrou estrela mais uma vez e acertou o canto de Renan Ribeiro. Àquela altura, os garotos de Dorival Júnior acusaram o golpe e já não restavam tempo nem alternativas para reverter a vitória cruzeirense. Pouco depois, Gilberto ainda deu o golpe de misericórdia, gol de quem provou novamente em campo sua qualidade.

Embora fique o sentimento de tristeza pela perda de um título que esteve tão perto, o Galo tem motivos para manter a cabeça erguida. Há um mês era inimaginável que o time pudesse bater de frente com seu principal rival como fez. Talvez por isto, tenha perdido a oportunidade de atacar o adversário e definir o confronto quando era mais forte tática e psicologicamente. Se precisa de mais para poder de fato brigar pelo título ou pelas primeiras posições no Brasileiro, fica o alento pela garotada que segurou a barra e deu padrão à equipe em momento de turbulência. O trabalho de recuperação de Dorival junto aos jovens é inquestionável.

O Cruzeiro comemora o título com gosto amargo. Sabe que poderia mais no semestre, especificamente na Libertadores. A dinâmica do futebol, citada no início do texto, faria do time que encantou o país um time esquecido e sem valor caso perdesse a decisão. Natural. Assim como é natural que o campeão mineiro entre com a base mantida, como forte candidato em mais um Brasileirão.

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