Campeão absoluto deste ano

Teve tudo que uma final de Libertadores pede: emoção, disputa, lances ríspidos, discussão, briga. Mas teve também futebol. Bem jogado e qualificado de um Santos que não parece ter limites para parar. O glorioso alvinegro praiano soube jogar quando foi preciso, tendo a cara leve dos "meninos da Vila" e soube ser pragmático como reza a cartilha de seu treinador quando era o momento. Resultado: venceu o Peñarol e conquistou o tri-campeonato da Libertadores.

Com Ganso no time titular, o Santos ganhou o toque qualificado que faltou na primeira partida. Era o arco perfeito para acionar Neymar, a flecha decisiva durante a competição. Com ele, o Santos tomou a rédea do jogo desde o início e não deu brechas para o adversário. Muito disto graças a mais uma partida incansável e impecável de Adriano, destacado para marcar o melhor jogador do Peñarol e que engoliu Martinuccio mais uma vez.

Sem permitir que Martinuccio jogasse, o Santos não permitiu que o adversário jogasse. O Santos perdeu um jogador, o Peñarol parecia ter perdido onze.

No primeiro tempo, o domínio foi claro e absoluto embora o Santos não conseguisse levar perigo ao gol de Sosa. Faltava capricho no último passe e movimentação mais efetiva de Neymar à frente. Nas duas vezes que o atacante saiu da marcação forte imposta pelo lateral direito Gonzales, Ganso o achou com belos passes, faltando detalhes para o gol.

O primeiro tempo passou com apenas uma chance clara de gol para o Santos. Mas veio o segundo tempo e logo Arouca saiu do meio-campo para aproveitar espaço deixado pela defesa uruguaia, desmontar o sistema adversário e deixar Neymar sozinho para abrir o placar. Gol que dava tranquilidade. Gol de quem tinha que ser.

O gol desnorteou o Peñarol. Pela primeira vez na Libertadores, o time uruguaio ficou desorganizado em campo. Sem Martinuccio, faltava o toque que levaria o time ao ataque. E no desespero, todos queriam atacar. O espaço finalmente apareceu para o Santos, que só não matou o jogo porque Zé Eduardo voltou a viver noite para lá de infeliz. Quando a bola não passou pelos pés do atacante, Danilo fez jogada individual e bateu firme marcando o segundo gol do Peixe.

Com o 2 a 0, o Peñarol mostrou o nervosismo. Abusava das chegadas violentas e passou a tentar intimidar o time santista, principalmente Neymar e o nervoso Zé Love. O gol uruguaio saiu por acaso, em falha de marcação de Alex Sandro que acabara de entrar e infelicidade de Durval (que marcou seu segundo gol contra em finais de Libertadores).

O gol deu o toque de drama que faltava ao jogo nos minutos finais. Muito embora o Santos sempre tenha parecido mais perto do terceiro gol do que o Peñarol do empate. O descuido e a bobeira da defesa santista, não custou mais do que alguns minutos de tensão ao Santos. Que vibrou com justiça após o apito final.

É inegável o mérito de Muricy Ramalho na conquista do Santos. Soube acertar o sistema defensivo do time porque sabia que na frente, havia quem resolvesse. Não é o estilo que mais me agrada e tenho ressalvas com o trabalho do técnico que são sempre repetidas aqui. Mas não há como negar que Muricy é um vencedor, que trabalha simplesmente para vencer.

O Santos tri-campeão da Libertadores tem uma geração pronta para marcar época. Venceu a Copa do Brasil ano passado e a Libertadores este ano. Poderia ter ganhado o último Campeonato Brasileiro assim como é favoritíssimo neste, desde que mantenha seus principais jogadores e que não se preocupe apenas com o Mundial.

Ganso e Neymar vão ganhar o mundo. Antes, ganharam o Brasil e a América. Eles fazem bem ao Santos e ao futebol brasileiro. E são o símbolo de um time que amadureceu e que definitivamente não tem limites para crescer.

Na América, quem dá a bola agora é o Santos.

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