A flecha e o título

Desde que fez o primeiro gol da decisão, em São Januário, o Vasco armou a proposta que manteve até o fim da Copa do Brasil. Marcação forte no meio e time jogando nos contra-ataques. Ainda no primeiro jogo, ficou visível que faltava algo. No segundo, não. Éder Luís foi a "flecha" que o Vasco precisava, decisivo na conquista vascaína.

Antes de mais nada, é preciso dizer duas coisas sobre a partida em Curitiba. A primeira, que foi digna de mais uma grande decisão da Copa do Brasil. Jogo aberto, com todos os ingredientes e dramático até o último minuto. O Coxa engrandeceu demais o título vascaíno. A segunda, é ressaltar a importância de Ricardo Gomes. No início do ano, após campanha bizarra na Taça Guanabara, não havia quem apostasse um real no Vasco. Reconstruído e campeão.

É fato que o Coritiba sentiu os desfalques. Com Anderson Aquino suspenso e Marcos Aurélio ainda sem as condições para suportar 90 minutos, Marcelo Oliveira se viu obrigado a desmontar o esquema que funcionou tão bem até aqui. No 4-3-2-1 "árvore de natal", o time começou com marcação adiantada tentando pressionar o adversário. Levou perigo em falta bem cobrada por Jonas e crescia no jogo. Mas bastou um descuido...

E Diego Souza foi o arco que lançou a flecha Éder Luís. O atacante disparou em velocidade e teve paciência para encontrar Alecsandro no momento certo. Sozinho, o iluminado atacante abriu o placar para o Vasco.

Demorou até que o Coritiba conseguisse se recompor do golpe. Aos poucos, o time voltou ao jogo, mas não conseguia ameaçar o adversário. Marcelo Oliveira, fez o que podia fazer. Colocou Leonardo em campo para tentar abafar o adversário. Sabia da importância de no mínimo empatar na etapa inicial. Pouco depois, antes mesmo da substituição surtir algum efeito, Bill empatou em falha da defesa do Vasco.

O roteiro sairia melhor que a encomenda. Davi, engolindo o perdido Eduardo Costa, aproveitou rebote de Fernando Prass e inaceitavelmente sozinho dentro da área fez o segundo dos donos da casa no último lance do primeiro tempo. O caldeirão formado pela torcida do Coritiba no Couto Pereira era daqueles de arrepiar qualquer um.

O segundo tempo começou com mais discussão do que futebol. Sálvio Espíndola, apaziguador em excesso, esteve perto de perder o comando do jogo. Que esfriou depois que Éder Luís, de novo, achou espaço da entrada da área e acertou uma flechada que Édson Bastos aceitou. Apesar do efeito, gol inaceitável. E que deixou o Vasco perto demais do título.

Embora novamente abatido pelo gol sofrido, o Coritiba seguiu mais organizado. Era um time que sabia o que queria e que só desfez sua organização nos minutos finais, já na base do desespero. O Vasco, errava demais na defesa. Dedé era mais emoção do que razão. Anderson Martins marcava de longe. Eduardo Costa não conseguia acompanhar ninguém.

E o Coxa pressionou, com raça incansável, até William marcar um golaço da entrada da área e deixar o jogo absolutamente aberto mais uma vez. Seguiu pressionando e teve lance duvidoso de Dedé sobre Leonardo (ao meu ver, penalti). Tentou até o último minuto, com Édson Bastos e cia na área vascaína. Mas não conseguiu o gol que lhe daria o título.

Não há motivos para tristeza no Coxa branca. Apenas para frustação. A belíssima campanha eleva o time ao lugar que merece. A reconstrução foi rápida e o trabalho precisa seguir para que o time siga brigando entre os mais importantes times do país.

O Vasco é o merecido campeão. Correu riscos desnecessários, mas fez grande jogo. Impossível dizer que o time voltou a ser grande. Nunca deixou de ser. Aliás, é preciso citar o crescimento do futebol carioca. De 2006 para cá, são 3 Copas do Brasil e 2 Campeonatos Brasileiros. Mesmo sem a estrutura ideal, mesmo desorganizados, mesmo dados como acabados. Porque são gigantes os clubes do Rio e isto faz toda a diferença.

Título justo e importante para o sensacional Roberto Dinamite.

Título justo e importante para o sereno Ricardo Gomes.

Título justo e importante para a "flecha" decisiva, Éder Luís.

Título do gigante Vasco da Gama.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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