Receita completa

Imagine um jogo com todos os ingredientes possíveis, daqueles capazes de fazer qualquer um se apaixonar por futebol. Se você não entende como este esporte arrasta pessoas mundo afora para assistirem "22 homens correndo atrás de uma bola", veja a semifinal da Libertadores, entre Vélez e Peñarol. Aposto que vai entender!

O José Amalfitani recebeu ótimo público e não poderia ser diferente. Torcedores argentinos e uruguaios foram um show a parte, mas nem de longe foram o que mais chamaram a atenção em Buenos Aires.

Em campo, Vélez e Peñarol fizeram um jogo tenso, emocionante, cheio de reviravoltas. Que teve momentos de nervosismo e discussões ríspidas, normais dentro da rivalidade entre os dois países. Que teve expulsão, gols, gol mal anulado, penalti perdido. Mas que também teve muito futebol.

A postura do Peñarol surpreendeu quem esperava um time acuado. Nos primeiros 20 minutos, o time saía com inteligência para o ataque e conseguia manter a posse de bola. Na defesa, tinha segurança e não permitia ao Vélez ameaçar. O baixinho Moralez, de volta ao time argentino, era a grande esperança, mas decepcionou. Com pouca movimentação, ficou preso ao lado esquerdo do campo e participou pouco do jogo. Além disso, não abria o corredor para Papa, o ótimo lateral canhoto e uma das principais armas do Vélez.

Os argentinos só entraram no jogo quando adiantaram seus volantes e passou a jogar no campo ofensivo. E justamente quando vivia seu melhor momento na partida, viu Martinuccio armar boa trama com Mier que bateu firme e abriu o placar. Gol que dava ampla vantagem aos uruguaios e deixou o Vélez atordoado.

Cinco minutos depois do golpe, o Vélez se reergueu. Pressionado pelo resultado, passou a pressionar o adversário. Teve gol mal anulado em ótima jogada de Papa e impedimento inexistente de Martinez. Mas chegou ao empate no último lance do primeiro tempo, após falha do inseguro goleiro Sosa.

Gol em ótimo momento, que trouxe um Vélez empolgado para a etapa final. Os argentinos tinham a bola e tentavam pressionar, mas não conseguiam passar pelas ótimas e compactadas linhas de quatro do Peñarol. Que armou contra-ataque fulminante com tabela entre Martinuccio e Olivera, que sozinho com o goleiro bateu para fora. O gol perdido foi um baque para os uruguaios, principalmente porque no lance seguinte o bom e brigador Santiago Silva fez o segundo do Vélez.

Precisando de mais um gol, os argentinos se empolgaram. A expulsão de Ortiz, pouco depois, esfriou um pouco os ânimos da equipe. Mas em jogada individual de Martinez, o melhor em campo, penalti bobo dos uruguaios e chance de ouro para o Vélez. Silva, porém, relembrou os tempos de Corinthians e desperdiçou a chance. Banho de água fria e resultado decidido.

O Peñarol não era o favorito no confronto. Também não era contra o Inter e nem contra a Universidad Católica. Não será contra o Santos. O que não indica que o caminho santista será fácil na decisão. Muito bem armado num 4-4-1-1 e consciente de suas limitações, o Peñarol não tem vergonha de se defender e tem qualidade no ataque para surpreender. Sem falar na tradição e na sem dúvida, inesquecível festa que deverá ser feita pela torcida.

Isto é Libertadores. E não há jogo resolvido antes de entrar em campo.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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