Aprender com os erros para crescer

No futebol, assim como na vida, é preciso aprender com os erros. Olhar para o passado, é caminho natural para quem quer evoluir e crescer. Não é o que me parece acontecer com o Atlético-MG, goleado pela segunda rodada consecutiva e em queda livre no Brasileirão.

Em 2010, Luxemburgo teve carta branca da diretoria. Apesar de ter ganhado o Campeonato Mineiro, fez o time agonizar no Brasileirão. Quando tudo indicava que o Galo seria rebaixado, a diretoria resolveu trocar. Saiu Luxemburgo, entrou Dorival Júnior. A mudança foi drástica e a arrancada suficiente para fazer o time escapar da queda. E deixou a impressão que se trocasse antes, o time poderia ter ido mais longe na competição.

Antes de falar de Dorival Júnior, porém, tentarei ser breve sobre o jogo. Atlético-MG e Internacional fizeram um primeiro tempo ruim em Sete Lagoas. O Colorado teve 10 minutos de pressão e bom futebol antes de o Galo encaixar a marcação e começar a sair para o jogo. Que ficou chato e equilibrado. Ninguém conseguia levar a bola ao ataque.

No 4-3-1-2 do Atlético-MG, a bola precisava passar com qualidade por Daniel Carvalho, o único meia. Que nunca foi o "camisa 10" e nunca vai ser. É técnico, tem qualidade, mas é jogador de lado de campo, de jogar mais perto do gol. Além de tudo, está claramente acima do peso, embora se esforce. No 4-4-2 em linhas do Inter, D'Alessandro e Oscar se sacrificavam além da conta na marcação e não tinham pernas para levar a bola ao campo ofensivo. Havia um enorme abismo entre o meio-campo e o ataque do Inter.

No intervalo, Dorival tentou melhorar o Atlético-MG. A entrada do jovem Wendell fazia sentido. É meia, mas tem força física para ajudar na marcação. Melhoraria o passe e ajudaria Daniel Carvalho sem que o time perdesse terreno.

Ainda era cedo para notar qualquer mudança quando D'Alessandro bateu falta da entrada da área, Renan Ribeiro falhou e Leandro Damião abriu o placar. Gol que o Atlético sentiu. E ainda atônito, viu Zé Roberto completar ótima troca de passes do Inter, de cabeça, para o fundo do gol.

Não havia outra alternativa para Dorival, senão mudar o time. Para a entrada dos atacantes Mancini e Jonathas Obina, sacou Magno Alves (mal no jogo) e Wendell. Queimou um jovem que tem problemas, mas tem muito potencial, e que não havia nem esquentado na partida. Desnecessário e mais uma prova do quanto o treinador está perdido.

O que se viu daí em diante foi um Atlético-MG que correu de forma desordenada, uma torcida que passou a pressionar e um Inter que controlou o jogo e fez o que quis. Marcou mais dois gols, com D'Alessandro e Oscar (ótimo, mais uma vez) e se tivesse apertado poderia marcar ainda mais contra um adversário absolutamente entregue.

Em 2011, Dorival Júnior teve carta branca inclusive para demitir jogadores. Ganhou bons reforços, embora tenha perdido peças importantes no meio do caminho. Não ganhou o Campeonato Mineiro e vai mal no Brasileirão.

Dorival Júnior não é o único culpado do momento ruim do Atlético. Tãopouco deixou de ser um bom treinador. Ainda está entre os melhores da nova geração e certamente tem um futuro de muitas conquistas pela frente.

O que fica óbvio é que por mais que tente mexer (e as vezes mexe mais do que devia), o grupo não responde e o treinador já dá sinais claros de estar perdido. As escalações não fazem sentido, as mudanças ainda menos.

O Campeonato ainda está no início. Embora não tenha o melhor elenco do país, o Atlético não tem time para os vexames seguidos das últimas rodadas. Por isso, perceber que não está funcionando e trocar o técnico agora, pode ajudar o time a crescer de maneira mais rápida. O Galo pode ser melhor com outro técnico, como Dorival pode fazer trabalho melhor em outro clube.

Ou então, o Atlético-MG pode esperar passar mais um ano, agonizar em mais uma competição e se lamentar quando já for tarde demais para brigar pelo que merece.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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