É preciso desapegar

O Barcelona joga o futebol mais agradável do planeta no 4-3-3. Com quase os mesmos jogadores, e algumas mudanças, a Espanha ganhou a Copa e tem a seleção mais forte do momento no 4-2-3-1. O que isto significa? Que não há fórmula do "futebol perfeito". É preciso adaptar sistema de jogo a jogadores disponíveis. Bem mais fácil do que o caminho inverso.

Quando chegou à Seleção Brasileira, Mano Menezes assumiu o 4-2-3-1 como seu sistema de jogo. Interessante, porém engessante. Ney Franco seguiu pelo mesmo caminho, possivelmente a pedido de Mano. Seleções principais e sub-20, sofrem muitas vezes com a falta de alternativas para um sistema que não pensa nos jogadores que tem à disposição.

Na segunda partida do Mundial Sub-20, hoje, Ney Franco fez duas mudanças no time. Alex Sandro assumiu seu posto de titular na lateral esquerda (machucando-se novamente logo no início e dando lugar outra vez a Gabriel Silva). Alan Patrick perdeu a vaga na equipe para a entrada de Henrique.

A equipe que se desenhava no 4-2-2-2 com William José e Henrique no ataque não aconteceu. Ney Franco manteve o 4-2-3-1, deslocando Wlliam para a meia direita.

Assim como em outras oportunidades, o time sentiu. Faltou movimentação, fluência, naturalidade. Embora fosse muito superior tecnicamente, o Brasil tinha dificuldades para furar o bloqueio da Áustria.

Quando Oscar saiu do gesso e se aproximou de Philippe Coutinho, a tabela rápida deixou Henrique na frente do gol para abrir o placar. Simples e explorando o que a equipe tem de melhor.

Henrique melhorou a movimentação ofensiva, se apresentando bem como único atacante. William José, porém, ficou escondido, aparecendo somente quando saía da meia direita e fazia o papel que sabe fazer: de centro-avante.

O segundo gol marcado por Philippe Coutinho logo no início da etapa final deu a tranquilidade que o time precisava para jogar melhor. O meia da Inter passou a se entender melhor com Oscar e o time a se soltar. Em jogada de Coutinho, o fundamental Casemiro apareceu a frente e deu ótimo passe para William José ampliar.

A vitória convincente anima e deve tirar a pressão que a equipe de Ney Franco vinha sofrendo. Porém, é preciso perceber que as peças do momento não facilitam para o 4-2-3-1. Se não quiser o 4-2-2-2, Ney Franco tem outras possibilidades. Um 4-3-2-1, com Galhardo na lateral direita e Danilo no meio deixando Henrique como atacante também pode ser alternativa interessante.

O importante é que é preciso desapegar de alguns conceitos para seguir em frente. A seleção sub-20 tem muita qualidade e pode fazer ainda mais na competição.

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Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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