Muita destruição, pouca construção

Com Grêmio e Atlético-MG vivendo momento delicado tecnicamente no Campeonato Brasileiro, seria demais exigir jogo do nível de Santos e Flamengo. No Olímpico, foi mais fácil achar deficiências do que virtudes. Gaúchos e mineiros justificaram a posição ruim na tabela com um jogo pobre tecnicamente, apesar das emoções.

Julinho Camargo escalou o Grêmio no 4-3-3. Nos números, ofensivos. Em campo, muito pobre. Com três volantes no meio-campo não havia quem articulasse as ações ofensivas do tricolor. Rochemback era o volante mais avançado e responsável pelo passe, participando muito do jogo. Para levar perigo, porém, o time dependia da (pouca) inspiração de Miralles e Escudero, avançados pelos lados.

No Atlético, Dorival manteve o 3-5-2 do jogo contra o Palmeiras. André foi a única e óbvia novidade na vaga do só esforçado Jonatas Obina. O objetivo claro era o de não errar na defesa. E embora errasse muitos passes no meio-campo, era o time mais perto do gol.

O bote do Galo estava armado, com a saída rápida de Patric às costas de Lúcio. Foi em ótimo lançamento diagonal de Eron que o lateral teve a melhor chance do primeiro tempo, driblando Victor e vendo Mário Fernandes salvar em cima da linha. Faltava um pouco mais de capricho para sair na frente, para um time que conseguia coordenar melhor suas ações ofensivas.

No intervalo, Julinho trocou Adilson por Leandro. Seguia com problemas na articulação mas ganhou presença ofensiva e mais velocidade. Foram cinco minutos de abafa enquanto o Atlético absorvia a mudança até que Leandro acertou belo chute e abriu o placar.

O gol era o que o Grêmio precisava para fazer o seu jogo. Contra-ataques em velocidade, sem articulação, contra um time que não se expunha. Porém, assim como na partida contra o Palmeiras, o Galo respondeu rápido e André em belo chute empatou minutos depois.

O Grêmio voltou à carga ofensiva. Tinha a bola, tinha muitos homens no ataque, mas não ameaçava o gol de Giovanni. O mais perto que chegou do gol foi quando Leandro acertou soco no rosto de Eron, que acabou com o nariz fraturado. Apesar da força da pancada e da grave lesão, não vi maldade do atacante gremista. Imprudência óbvia. Que deveria ter sido advertida no mínimo com cartão amarelo.

Giovanni Augusto entrou no lugar de Eron e exatamente no espaço deixado na ala esquerda atleticana, Mário Fernandes entrou na área e foi derrubado pelo meia que acabara de entrar após lindo passe de Rochemback. O capitão bateu e recolocou o Grêmio na frente.

Com Berola mais uma vez entrando com boa movimentação na frente o Atlético passou a buscar o resultado que lhe interessava. Com muitos homens de frente e sem substituições por fazer, o Grêmio se viu em apuros. A pressão do Galo resultou em gol de cabeça de Leonardo Silva em (mais uma) falha de Victor.

O empate além de justo foi ruim para os dois times. O Grêmio teve a bola e teve a vantagem por duas vezes, mas não conseguiu aproveitar. O Atlético teve as melhores oportunidades mas errou em momentos cruciais e teve que correr atrás novamente.

Os dois times precisam começar a pensar em construir. Apenas destruir é pouco para livrá-los da incômoda posição na classificação.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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