Sem pressa para se acertar

A goleada impressionante sobre o rival na última rodada do Campeonato Brasileiro trouxe à diretoria do Cruzeiro uma falsa impressão de que havia pouco a mudar. A manutenção de Dimas Fonseca e Vágner Mancini no comando do futebol do clube depois de o time quase ser rebaixado não parecia decisão sensata. E não foi. O planejamento para 2012 começou tão ruim quanto foi no ano passado e o clube não empolga.

O reflexo da decisão prejudica o time dentro e fora de campo neste início de ano. Como se não bastasse, o Cruzeiro ainda passa por mudança administrativa com a chegada de Gilvan de Pinho Tavares à presidência. Hoje, antes do segundo jogo no ano, Dimas Fonseca sentiu a pressão e pediu o boné. Não é mais o diretor de futebol. Mancini, caso não dê uma reviravolta que me parece improvável, deve seguir o mesmo caminho.

Em campo, o Cruzeiro vai mal. Hoje Roger virou solução para melhorar o passe contra o Tupi. A intenção era interessante. No mesmo 4-3-1-2, o meia atuou recuado pela direita e todas as bolas passavam por seus pés na origem. O problema, é que havia uma distância enorme entre os volantes e o setor ofensivo. Sem companhia, Roger abusou da bola longa e errou demais.

Na etapa inicial, o Cruzeiro só ameaçou nas bolas paradas. Abriu o placar logo aos 3 minutos com Wellington Paulista e conseguiu chegar algumas vezes, principalmente em escanteios. Pouco produziu. E com a vantagem no placar, não permitiu ao Tupi o contra-ataque, única forma que o time de Juiz de Fora tinha para surpreender.

No segundo tempo, o Tupi adiantou a marcação e massacrou. Sem saída e com Roger só observando (a bola não chegava nele e ele não participava da marcação) o Cruzeiro sofreu. Fábio fez uma defesa monstruosa e o visitante perdeu pelo menos três boas chances. Teve um penalti ignorado. Moacir Júnior confiou que podia buscar o resultado e trocou um volante por mais um meia, abrindo um enorme buraco em sua defesa. Resultado: dois gols de Anselmo Ramón que definiram o jogo e deram a falsa impressão de que o Cruzeiro foi bem. Destaque apenas para Rudnei, que entrou dando dinâmica ao meio, chegando à frente e marcando forte.

O Cruzeiro que reformulou o time da pior maneira possível não mudou no comando quando deveria. Uma nova política de contratações e um novo treinador poderiam dar um gás que o time não tem. Sem pressa, Gilvan viu Dimas pedir demissão e parece querer esperar o mesmo de seu treinador que já começou a temporada no telhado.

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Um comentário:

Marden Soares disse...

Vamos aguardar.

Quadro Negro

Quadro Negro
O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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