Era pra ser o primeiro teste

O Campeonato Mineiro de 2012 está entre os mais fracos tecnicamente dos últimos anos. Os times do interior não conseguem chamar a atenção e mesmo com as equipes da capital enfraquecidas após a campanha ruim da última temporada, raramente conseguem fazer frente. Num desperdício de tempo e jogos, raras são as partidas que servem para avaliar os times. O clássico entre Atlético e América seria uma delas. Seria, não fosse um exagero do árbitro que prejudicou qualquer avaliação mais profunda.

Mesmo sob calor escaldante em Sete Lagoas, o Atlético começou com o ritmo acelerado que caracterizam os times de Cuca. Muita velocidade pela esquerda com Richarlyson apoiando com frequência e pela direita com Neto Berola levando vantagem na velocidade. Jogadas sempre carimbadas por Escudero, que assumiu o posto de comandante do time dentro de campo e participa de todas as ações ofensivas.

O Galo pressionou nos primeiros 15 minutos e desperdiçou chances importantes até que o América encaixasse a marcação com Rodrigo Heffner ficando mais fixo e Leandro Ferreira atuando plantado à frente da defesa. Moisés que fez grande partida tanto desarmando quando chegando ao ataque, era quem conduzia o time que equilibrou as ações. Aos poucos, o Coelho conseguia atrapalhar a saída de bola do Atlético (que tem os volantes muito distantes dos meias) e incomodar os laterais com Luciano e Ademílson bem abertos pelos lados.

A partida perdeu um pouco de velocidade mas seguia intensa e equilibrada até que Leandro Ferreira chegou atrasado e com força excessiva em Richarlyson. Lance para amarelo, mas o inexperiente juiz preferiu dar uma demonstração de força expulsando o jogador. Prejudicou o América, prejudicou o jogo, prejudicou a avaliação.

Ainda no primeiro tempo Givanildo reorganizou o América no 4-4-1 com Rodriguinho e Kaio abertos pelos lados dando velocidade e encostando em Fábio Júnior. Mesmo com um a menos, o América conseguia equilibrar o jogo. O time de Cuca tinha mais a bola mas faltava poder de decisão. Foi um time que rondou a área o tempo todo mas raramente concluiu. Sem Pierre (substituído no intervalo), ainda voltou a dar os espaços que deixavam a zaga exposta no início do ano passado. Com imenso espaço na entrada da área, Rodriguinho achou Moisés, que achou Fábio Júnior e abriu o placar.

Valente mas cansado, o América arrefeceu. Recuou as linhas e abandonou de vez o ataque. Permitiu ao Atlético assumir o controle definitivo do jogo e sufocar, ainda sofrendo com o mesmo problema. Cuca abriu o time com Guilherme no lugar de Richarlyson e o jogador que havia acabado de entrar mesmo sem ritmo era quem tentava fazer diferente. Logo no primeiro lance, definiu a jogada e quase marcou em chute de longa distância. Só no abafa, sem organização, o Atlético achou dois gols. Primeiro com Guilherme, depois com Marcos Rocha. Virada que valeu ao time a liderança, a manutenção do aproveitamento perfeito mas que deixa claro que o time ainda precisa evoluir muito para competir em alto nível.

Fica a lamentação justa para o América pelo jogo que poderia lhe oferecer sorte melhor com 11 jogadores. Fica a lamentação de todos que as equipes não puderam ser testadas como deveriam. Fica a impressão que em Minas, o Cruzeiro ainda está um passo atrás dos seus dois concorrentes.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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