Um tempo para cada, preocupação para ambos

8 de abril. Quatro meses depois do início da temporada, Atlético-MG e Cruzeiro tiveram o primeiro teste de verdade. Em meio a uma série de jogos nada representativos, os dois times tiveram pela primeira vez um adversário da Serie A quando ficaram frente a frente neste domingo.

O início do jogo escancarou o problema da falta de competitividade de ambos, que sobram no Campeonato Mineiro. Meios pouco participativos e distâncias abissais entre os setores. Muita bola longa e um jogo nervoso (reflexo da goleada por 6 a 1 do Cruzeiro na última rodada do Brasileirão) e franco (reflexo de dois times feitos para atacar).

Com melhor poder de marcação no meio e mais pegada, o Atlético não demorou para controlar o jogo. Pelos lados, levava ampla vantagem sobre a defesa celeste. Principalmente pela direita, onde Richarlyson e Bernard faziam 2 contra 1 contra Marcos a todo instante. Com Guilherme se movimentando de maneira inteligente e fugindo da marcação de Leandro Guerreiro, o Galo criou chances. Até Danilinho, mal no jogo e mal marcado por Diego Renan, "decidir" nas duas vezes em que apareceu na área do Cruzeiro. Na primeira, cruzamento perfeito de Richarlyson e gol de cabeça. Na segunda, tirando de Fábio após passe genial de Guilherme para André concluir para o gol vazio.

Com a vantagem no placar, o Atlético acreditou ter o jogo na mão. Os espaços que já eram oferecidos pela já tão falada falta de combatividade do meio-campo do Cruzeiro ficariam ainda mais generosos. Mancini mexeu no óbvio: Roger no meio-campo, desfazendo o 4-3-3.

Com mais gente no meio-campo, o Cruzeiro cresceu. Muito na base física. Bernard, voltando de contusão após dois meses, continuou levando vantagem sobre Diego Renan (que foi para a direita com a entrada de Éverton), mas não conseguia recompor o meio. Fillipe Soutto, outro que não vem atuando com regularidade na temporada, caiu o ritmo. Com Roger participativo (até demais, já que merecia ser expulso por cotovelada desleal em Danilinho), o Cruzeiro dominou o meio e controlou o jogo.

Mesmo sem jogar bem, o time celeste começou a encontrar espaços que o Atlético já tinha mostrado em outros jogos. Erros repetidos assim como o de Renan Ribeiro, no gol marcado por Anselmo Ramón. Quando o atacante celeste marcou o segundo, era claro que o Galo precisava reoxigenar o meio para tentar controlar novamente a partida. Não o fez, levou o empate e após a expulsão de Pierre poderia ter visto uma vitória certa tornar-se um revés doloroso.

Na primeira prova de 2012, Atlético e Cruzeiro provaram que precisam "estudar mais". Competitividade, aproximação dos setores, controle da posse de bola, serão fundamentais para que os times possam de fato evoluir. A enganação chamada Campeonato Mineiro está perto do fim. E os sustos no Campeonato Brasileiro deste ano podem ser ainda mais preocupantes para os dois.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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