Sem Ronaldinho e sem inspiração

Na terceira rodada do Campeonato Brasileiro, Cuca ainda não pôde contar com Ronaldinho Gaúcho graças à manobra desnecessária da Federação Carioca, a qual não vou perder tempo comentando. Achei que o futebol brasileiro já havia ultrapassado esta fase. Sem ele, o Atlético-MG voltou a sofrer com os problemas que apresenta desde o início da temporada: a dificuldade de criar.

O Bahia entrou em campo com três homens avançados e muita movimentação, disposto a surpreender o então líder da competição. A partida começou quente mas não demorou para Falcão perceber que o esquema ousado causaria a morte rápida de seu time. Danilinho e Bernard levavam ampla vantagem sobre os laterais baianos e o Galo chegou pelo menos quatro vezes nos 10 primeiros minutos.

Coube ao time visitante o recuo para fechar os espaços e tentar escapar no contra-ataque. E sem espaços, o Atlético não conseguiu imprimir sua velocidade e sofreu. Abusou da bola longa buscando a referência do estreante Jô, bem pelo alto e com porte físico para fazer o pivô. Era a única jogada atleticana, que levantou quase 50 bolas na área durante o jogo, com pouco sucesso.

O gol logo no início do segundo tempo, com Jô batendo penalti a meu ver inexistente sobre Marcos Rocha, deu ao Galo o que precisava para manter o 100%: espaço. Aos poucos o Bahia se abria, principalmente após a entrada de Júnior, dando à equipe de Falcão a possibilidade de usar o mesmo expediente do Atlético para enganar a pouca criatividade. Mas a atuação indolente do trio de meias do Galo impediu que o time matasse o adversário com sua melhor arma, a velocidade. O castigo, veio com Fahel roubando bola, usando o pivô de Júnior e acertando um chutaço da intermediária. Ali, já era tarde para Cuca colocar velocidade no ataque para buscar algo diferente no Independência.

Cuca já confirmou que Ronaldinho jogará centralizado na armação do time. Com o passe qualificado, pode acionar a velocidade de Bernard e Danilinho e fazer o time jogar. Mas não o vejo em condições de participar ativamente do jogo, driblar e decidir jogando nesta posição. Se pode dar mais criatividade ao Galo, o meia poderá ser alvo fácil para a marcação num setor onde há muita gente. A tentativa é válida, e embora com o Gaúcho o time atleticano certamente melhore, corre um sério risco de seguir com pouca inspiração.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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