Cruzeiro não derruba clichês mas vence

No futebol brasileiro algumas coisas não podem mudar. Sob nenhuma hipótese. Os times jogam ou com três zagueiros ou no 4-4-2. Quem jogou como volante uma vez que seja, nunca mais deixará de ser da posição. E escalar um meia mais avançado, próximo ao atacante, é tirar dele o que tem de melhor. Sempre.

Celso Roth enfrentou todos estes clichês mais uma vez nesta quinta. Mandou a campo mais uma vez a equipe no seu esquema preferido, o 4-2-3-1. Mas não importa se Marcelo Oliveira ocupava a lateral direita e se Souza e Tinga jogam como meias há várias temporadas. Para boa parte dos que viram o jogo, era um Cruzeiro recheado de volantes.

Não era. Mas era um time com sérios problemas táticos e técnicos. Os volantes participavam pouco das ações ofensivas, liberando os laterais. Porém, Diego Renan e Marcelo Oliveira foram mal mais uma vez e pouco ajudaram o trio de meias, passivo e fácil de ser marcado. Com pouca movimentação, o Cruzeiro foi presa fácil, errou demais e foi mal.

O Botafogo não. Com um trio de mais incisivo e com Renato e Jádson participando bem da saída de bola, o time criava espaços na defesa celeste. Destaque para Herrera, com constante movimentação, abrindo espaço para quem vinha de trás. Principalmente Vitor Júnior, que vai se firmando no time. Foi dele a cobrança de escanteio que resultou no gol contra de Amaral e também o passe preciso para Herrera finalizar contra-ataque com gol, já no segundo tempo.

Com Fabinho depois do intervalo, o Cruzeiro conseguiu ser mais incisivo. Teve um jogador se aproximando de Wellington Paulista, se movimentando de forma vertical e partindo pra cima do Botafogo. Cresceu no jogo e já era melhor quando levou o segundo gol. Contou com a coragem de Celso Roth que abriu de vez o time e também com a sorte. Três gols relâmpagos que viraram um jogo que parecia perdido, com ótima participação de Anselmo Ramón.

O Cruzeiro vence em momento importante. Ganha moral e mostra evolução. Precisa ter mais do que o Botafogo tem de sobra e com a situação de Walyson indefinida, Fabinho pode tornar-se peça fundamental. Celso Roth ainda vai precisar encarar alguns clichês, mas somou pontos importantes para ganhar a confiança da torcida e do grupo.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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