Futebol brasileiro tem mais uma lição

No futebol e na grande maioria dos esportes há duas maneiras de vencer. Uma delas é com organização, planejamento, estratégia. A outra, contando com brilho individual. O "país do futebol" se acostumou a ter sempre um grande craque, os melhores jogadores do planeta, sempre prontos para decidir uma partida. Foi ótimo para ganhar títulos e conquistar. Foi péssimo para avançar em outros aspectos.

Enquanto o resto do mundo tratava de procurar formas de se organizar e jogar de maneira coletiva para vencer, o Brasil conquistava com brilho individual. Ficamos para trás no momento em que os nossos jogadores deixaram de ser os melhores (o que não quer dizer que são ruins). Poucas vezes tivemos o "melhor time". Quase sempre tivemos os "melhores jogadores".

O México trabalhou esta lição. Se planejou para vencer os Jogos Olímpicos lá atrás, quando abriu mão da Copa América e mandou um time forte para o Pan-Americano. Teve organização em campo para adiantar a marcação quando necessário e pressionar a saída de bola, dificultando o jogo do Brasil. Teve humildade para se defender, fazer faltas, dar chutão. Para trocar o seu melhor jogador, machucado, por um volante para fechar o lado esquerdo forte do Brasil. Teve um time, extremamente competitivo, como exige o futebol atual.

O Brasil não foi péssimo como se pinta pela derrota. Teve um jogo apagado, muito por méritos dos mexicanos. Oscar e Neymar, de quem mais se esperava, apareceram poucos. É uma geração ainda pouco testada, pouco preparada como time. O planejamento ineficaz com os "olímpicos" não permitiu a Mano perceber que não dava para confiar em Juan, que Sandro não vivia bom momento, que os goleiros reservas precisavam de ritmo. Eles foram convocados na véspera e jogaram melhor quando houve brilho individual, que não apareceu na decisão.

Interromper o trabalho de Mano Menezes neste momento seria apostar mais uma vez que o Brasil tem os melhores jogadores, que o técnico é o único e principal culpado e que qualquer outro ganharia o ouro. Seria deixar de lado um trabalho de dois anos que já deu ao treinador testes interessantes e a possibilidade de ter algumas convicções. Nossa base para 2014, com ou sem Mano Menezes, deve fugir pouco desta de Londres. Que pelo menos, ela fique na mão de quem já iniciou o processo para transformá-la em um time. Não se faz do dia para a noite.

A prata deixa um gosto amargo mais uma vez para o torcedor brasileiro. Mas deixa também uma lição que já deveria ter sido aprendida.

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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