1 a 0. Eis o placar da moda no Brasileirão. Mania que começou com Muricy Ramalho e seu já famoso "Muricybol" dos tempos de São Paulo, tri-campeão brasileiro. E que virou mania entre os primeiros colocados do Brasileirão. Um gol e três pontos. Suficientes para mantê-los na briga pelo título.

A festa do placar mínimo começou em Salvador. Cruzeiro e Vitória fizeram um jogo truncado, de poucas chances. No fim, vitória dos mineiros por 1 a 0, com gol contra de Jonas (que o árbitro deu de presente para Thiago Ribeiro).
Com três zagueiros, o Cruzeiro repetiu a fórmula dos jogos mais importantes deste Brasileirão até aqui. Foi também por 1 a 0 que o time venceu Fluminense, Internacional, Flamengo, Corinthians, Goiás (2 vezes), Botafogo e Atlético-MG. Se o time sentiu a falta de um homem mais presente na área (Montillo foi mais meia que atacante e Thiago Ribeiro só apareceu bem quando caiu pelo lado direito), voltou a ter segurança defensiva, fazendo com que Fábio aparecesse apenas duas vezes com ótimas intervenções (além de uma bola na trave).
No fim, o resultado foi justo para um time que teve mais qualidade e organização do que um Vitória que depois de ótimo primeiro semestre se perdeu a parece cada vez mais candidato ao rebaixamento.
No mesmo horário, o Corinthians quase repetiu a dose. Diante do São Paulo, o time venceu por 2 a 0. O gol da tranquilidade, porém, foi marcado por Dentinho já aos 40 minutos do segundo tempo. O "1 a 0" corinthiano acabou ganhando um bônus de última hora.
Resultado importante que mostrou o quanto alguns jogadores fizeram falta ao time paulista num momento essencial da competição. Não fosse o excesso de lesões na parte aguda do Brasileirão, o Corinthians poderia estar folgado na disputa pelo título. Contra o São Paulo, não fez uma partida brilhante, mas foi seguro durante os 90 minutos e conseguiu definir a partida quando teve oportunidade. De quebra, segue na briga pela taça, mantém um longo tabu contra o rival (quase 4 anos) e praticamente impede que o São Paulo volte à Libertadores.
Por fim, mas não menos importante, o líder. O Fluminense, comandado (não por acaso) por Muricy Ramalho também venceu por 1 a 0 na rodada. Ganhou o clássico diante do Vasco e manteve a ponta da tabela.
A fórmula para o tricolor também funcionou em momentos importantes. Pelo placar mínimo o time venceu ainda Avaí, Cruzeiro, Atlético-GO e Santos. Ontem a margem poderia ser maior não fosse a fase terrível (e que parece interminável) de Washington, que não marca há 12 jogos. Mas poderia não existir, não fosse mais uma boa atuação de Ricardo Berna, aposta certeira de Muricy para a reta final. Assim como Alan, que novamente foi titular e marcou o gol decisivo da vitória.
O peso do saldo de gols existe. E com três times tão iguais faltando apenas quatro jogos, pode fazer a diferença. Fato é que o mais importante são os três pontos. E os líderes, estão conseguindo provar que 1 a 0, principalmente nesta reta final, é goleada.
O Campeonato Brasileiro de 2009 definitivamente não é o campeonato dos matemáticos. Probabilidades não servem de nada em uma competição onde o comum é o impensado. Onde o mais provável é o improvável.

A 34ª rodada começou com vários times embolados na disputa pelo título. E quando empatou, na quarta-feira o São Paulo parecia ter deixado dois importantes pontos para trás. Hoje, comemora a liderança do Brasileirão. Pela primeira vez. A quatro rodadas do fim.
Isto porque o Palmeiras tropeçou mais uma vez. Novamente para um adversário da zona do rebaixamento. Houve erro de Carlos Eugênio Simon (sempre ele) e ele foi decisivo? Sim. O gol de Obina foi absolutamente legal. Alan, que havia acabado de entrar, também deu uma cabeçada clara em Armero, que abriu o supercílio do jogador, na frente do bandeira, e sequer amarelo levou. Mas ao contrário de reclamar da arbitragem (que tanto o favoreceu na competição) o Palmeiras devia atentar-se para os próprios erros. Muricy mais uma vez fez somente o óbvio. E o time nem o óbvio fez. Jogou mal, criou pouco. Quando teve que mexer, não mudou nada. E acaba perdendo mais uma.
Para o Fluminense, que segue embalado. Hoje, na temida briga contra o rebaixamento, é o meu favorito para a salvação. Não há como duvidar do Flu. Três vitórias seguidas. Sete jogos sem perder. Bateu Atlético-MG, Cruzeiro e Palmeiras. Três candidatos. E está forte. Tem variações. E muitas peças em ótima fase. Principalmente Fred, que voltou há oito jogos e marcou oito gols.
No principal jogo da rodada, o Flamengo surpreendeu o Atlético-MG. Não se abateu com o Mineirão lotado (quase 64 mil pessoas) e venceu os mineiros por 3 a 1. Destaque, mais uma vez, para a dupla decisiva: Pet e Adriano. Os dois fazem a diferença. Tem uma qualidade que poucos times tem. E por isso, o Flamengo está na briga pelo título do Brasileirão. Tem vencido os confrontos diretos, mesmo fora de casa, e no fim, esta pode ser a grande diferença.
Já o Atlético-MG, que passou toda a competição entre os primeiros, corre o risco de terminar sem nada. A sequência é muito complicada e o time saiu de campo abatido. Celso Roth precisa acordar. Ontem, tirou do time o que tinha de melhor (a velocidade na saída de bola) quando optou por jogar com dois volantes fixos. Agora, terá que buscar os pontos fora de casa, em jogo complicado contra o Coritiba.
São Paulo na liderança, pode não largar. Flamengo e Cruzeiro em ótima fase, dispostos a chegar entre os quatro primeiros. Palmeiras em queda livre. Fluminense cada vez mais perto da permanência. E Sport, o primeiro rebaixado.
Este é o cenário do Brasileirão na 34ª rodada. Até a próxima segunda-feira, tudo pode mudar.
Um surpreendente empate em um jogo cheio de mudanças no Olímpico. Que embola ainda mais a disputa da liderança do Brasileirão. E que, pelo menos até domingo, recoloca o São Paulo na ponta da tabela.

Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que sou contra a antecipação deste tipo de jogo. Se a Globo quer mostrar alguma partida na quarta-feira, que escolha o de alguma equipe que não participa diretamente da luta pelo título. Barueri e Internacional, por exemplo, seria um bom jogo para esta rodada.
Mas enfim, dentro de campo São Paulo e Grêmio fizeram um jogo brigado, lutado. E que poderia ter sido decidido até o último minuto, principalmente graças às circunstâncias.
No primeiro tempo, o São Paulo foi melhor. Teve o domínio do jogo e da bola. Mas não conseguiu converter o domínio em boas chances de gol. Viu o Grêmio, mesmo pior na partida, sair na frente. Mais uma vez, a defesa falhou na bola aérea. Mas, pouco depois, fez-se justiça no marcador com Dagoberto. 1 a 1 traduziu o que foi o primeiro tempo nas oportunidades, mas não quem foi melhor na partida.
No segundo tempo, o Grêmio adiantou o time e com Fábio Santos, cresceu no jogo. Passou a marcar a saída de bola do São Paulo e dominar o jogo. Adílson não deixava Hernanes jogar e o tricolor paulista parecia sem saída. A pressão, aos poucos, foi transformando Rogério Ceni na figura mais importante do jogo.
O São Paulo se descontrolou em campo com a pressão. Borges foi expulso, de maneira correta. Pouco depois, foi a vez de Dagoberto receber o cartão vermelho, por falta violenta no meio-campo. Virou ataque contra defesa. No fim, Jean também foi expulso, deixando o São Paulo com oito em campo. Mas, na raça, o time segurou o resultado.
Com o empate, o São Paulo assume a liderança provisória. Mas pode ser ultrapassado por Palmeiras e Atlético-MG no fim-de-semana. A rodada pode terminar parecendo ruim. Mas, o empate contra o melhor mandante do Brasileirão, com três jogadores a menos não pode ser desconsiderado. O tricolor paulista me parece forte o suficiente para brigar pelo título até o fim. E aos poucos, vai ganhando a minha condição de favorito.
PS: ótima arbitragem de Jaílson Macedo Freitas. Foi severo nos cartões como sempre. Mas comandou bem um jogo difícil e foi muito coerente nas suas decisões.