Durou pouco o sonho de Felipão de dirigir um grande clube europeu. Mais precisamente, 36 partidas. Nem um ano, sob o comando de um dos maiores clubes do mundo. Se os números, a princípio parecem bons (pouco mais de 65% de aproveitamento), estão muito abaixo do esperado para um clube de tal grandeza. Aja visto que Mourinho (81%) e Avram Grant (75%) tiveram aproveitamento muito superior ao brasileiro.

Sem ganhar nenhum clássico, Felipão deixa o Chelsea em baixa. Os motivos para a queda? Só o treinador pode responder. Qualquer outro motivo que colocarem, é pura especulação.

Jornais dizem que os treinos do técnico não surtiam efeitos. Eram chatos e cansativos. Na verdade, Felipão pode ter se desacostumado com o dia-a-dia de um clube. A rotina é muito diferente da seleção.

Outros falam que Felipão não soube lidar com as principais estrelas do clube. É possível, mas não é provável. Primeiro porque Felipão já está acostumado a lidar com estrelas. E também porque era um treinador respeitável. Só que, precisava e poderia ser mais político em determinados momentos, para levar com sabedoria as estrelas do time e as críticas da chata imprensa inglesa.

Por fim, pode ter pesado a barreira linguística. Para um técnico que preza muito pela parte motivacional, fazer com que o grupo o entenda é fundamental. E complicado, em uma equipe com jogadores de toda parte do mundo. Ao meu ver, esta deve ter sido a grande dificuldade de Felipão. E será, de outros brasileiros que resolverem se aventurar no futebol europeu.

Independente disto, a imagem de Felipão segue como a de um grande treinador. Segundo ele, quer ficar até o meio do ano descansando. Na verdade, quer pegar um projeto no início. E enquanto ele não acerta com ninguém, Dunga terá pesadelos. A Copa das Confederações, será fundamental para a sua permanência. E o fato de um sonho da CBF estar desempregado, só dificulta a situação para o aprendiz de treinador.