Ney Franco fez o que lhe era conveniente. Já classificado para o hexagonal final, colocou os reservas em campo no encerramento da participação da seleção brasileira sub-20 na primeira fase do Sul-Americano. Forma de poupar os jogadores fisicamente e evitar lesões e suspensões para a fase decisiva.
Oportunidade de ouro para quem não vinha atuando mostrar potencial e lutar por um espaço entre os 11 titulares, certo? Errado. Em geral, o time foi sonolento e preguiçoso. A motivação que deveria existir para conquistar vaga na equipe não apareceu. Salvo, claro, raras exceções. Aleksander fez boas defesas, mostrando mais segurança do que Gabriel. Rafael Galhardo voltou a participar bem do jogo e é alternativa válida para o lugar do até aqui apagado Danilo. Fernando provavelmente ganhará o lugar de Zé Eduardo (minha maior decepção até aqui na competição), graças a mais uma ótima partida. E Oscar, que deu passe magistral para o gol, provou o quanto pode ser útil ao time.
Mudaram os jogadores, não mudou a estrutura. Postado novamente no 4-2-3-1, a seleção demorou para encaixar seu jogo. Mas foi se soltando e mostrou desprendimento tático maior do que o time titular. Por várias vezes, Oscar e Diego Maurício deixaram os lados do campo aparecendo pela faixa central e confundindo a marcação. Numa delas, o ex-meia do Inter deu lindo passe de calcanhar para Henrique abrir o placar.
Pouco depois, o juiz exagerou ao expulsar Cazares do Equador (mesmo árbitro que expulsou dois jogadores e Ney Franco na estreia do Brasil). O que abria espaço para uma goleada e uma atuação de gala, transformou o jogo em algo arrastado, chato e moroso. O Equador com 10 jogadores não conseguia ameaçar. E o Brasil parecia satisfeito com a vitória simples e a classificação em primeiro do grupo.
No fim, o Equador assustou e não fosse a pontaria ruim de Montaño, o resultado poderia ter sido novamente decepcionante.
O Brasil se classificou sem muitas dificuldades e sem jogar tudo que era esperado. A fase final reservará jogos certamente muito mais difíceis. O time de Ney Franco precisará de mais concentração, movimentação e poder de definição. Qualidade individual, já provou que tem. Faltam cinco jogos para garantir a permanência do sonho olímpico. E daqui em diante, é proibido vacilar.
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