O Milan, que lidera a Série A na Itália com três pontos de vantagem para o segundo colocado (Napoli) é uma prova da decadência do futebol no país da bota. Por lá, mesmo que aos trancos e barrancos em grande parte da temporada, o time vai vencendo, somando pontos e é o principal candidato ao título (apesar da crescente da Inter desde que Leonardo assumiu o comando técnico).
Ontem, o time deu mais uma prova de que sonhar com mais do que conquistar a Itália é utópico com o que tem à disposição. Foi derrotado, em casa, pelo Tottenham por 1 a 0 e ficou distante da classificação para as quartas-de-final da Champions League. O retrospecto recente mostra não só a fraqueza do futebol italiano em relação à hoje principal liga européia como também o quão difícil será a missão do Milan em White Hart Lane: nas últimas cinco partidas contra equipes inglesas, foram quatro derrotas e um empate.
Em Milão, as duas equipes entraram em campo com desfalques importantes. Allegri mais uma vez teve que apostar em Thiago Silva como volante, por falta de opção. O meio-campo também era o principal problema do Tottenham, que não tinha Bale, o principal jogador da equipe na temporada.
No primeiro tempo, os ingleses foram melhores. Seedorf, apagado, foi engolido por Sandro que conseguia desarmar e ainda participar das ações ofensivas dos ingleses. Lennon e Pienaar levavam vantagem sobre os limitados e lentos laterais do Milan. E Thiago Silva encontrou dificuldades no posicionamento graças à boa movimentação de Van der Vaart, aparecendo ora como atacante, ora como meia.
No intervalo, com a entrada de Pato na vaga de Seedorf, o Milan reencontrou fôlego para atacar. Melhorou a movimentação ofensiva e obrigou os ingleses a recuarem. Esboçou pressão, principalmente nas bolas paradas com aproveitamento de Yepes, que parou em duas incríveis defesas de Gomes.
Depois de 15 minutos de pressão, o Milan seguiu tendo a bola mas não tinha qualidade para criar algo diferente. Com o Tottenham fechado, a equipe rossonera tocava na intermediária ofensiva sem alguém capaz de fazer algo diferente e colocar alguém na cara do gol. O nervosismo aumentava e o time se perdia na arbitragem passiva e péssima de Sthépane Lannoy (o mesmo de Brasil e Costa do Marfim na Copa), que deixou de expulsar Flamini por entrada criminosa em Corluka e ainda assistiu Gattuso distribuir pontapés e tapas se tomar atitude alguma.
A pressão pela necessidade da vitória crescia e o Milan se abria. Até que Ibrahimovic errou passe no ataque e Lennon puxou contra-ataque rápido e mortal, como no manual, passando por Yepes com facilidade e deixando o gol praticamente vazio para o gigante Crouch sacramentar a justa vitória do Tottenham.
Os ingleses, perto da vaga, fizeram partida corretíssima tática e tecnicamente. Não foi brilhante, mas soube vencer suas limitações e aproveitar os espaços que o jogo permitiu. Foi ofensivo quando tinha que ser, defensivo quando foi necessário e rápido para matar o jogo.
Já o Milan, escancara mais uma vez seus problemas: falta renovação no sistema defensivo, principalmente nas laterais. E principalmente, mais qualidade ao meio-campo, que tem bons volantes mas não tem nenhum meia capaz de ditar o ritmo e fazer a equipe jogar. Um bom trio ofensivo pode ser suficiente para a Itália. Mas é muito pouco para o continente.
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