É um dos clichês mais básicos dos "pontos corridos": vencer em casa é obrigação, vencer fora de casa faz a diferença. E é esta diferença que separa Fluminense e Corinthians na ponta da tabela do Brasileirão. Enquanto o Flu venceu o Goiás ontem por 3 a 0 no Serra Dourada e chegou aos 17 pontos conquistados longe do Rio de Janeiro, o Corinthians perdeu mais uma e tem apenas 7 (com dois jogos a menos como visitante).

O Parque do Sabiá recebeu um ótimo público e viu os melhores 15 minutos iniciais do Campeonato até aqui. O Cruzeiro começou a partida disposto a abafar. Levou perigo em velocidade pela esquerda e faria o gol com Wellington Paulista se a zaga não cortasse. Abriu o placar pouco depois, com o argentino Montillo. Logo depois o Corinthians partiu para a resposta e teve um penalti (bem marcado) a seu favor. Bruno César bateu muito mal e Fábio defendeu (a quarta defesa em cinco penaltis no ano). Foi um belo início de jogo.
Daí em diante, o ritmo foi caindo aos poucos. O Cruzeiro, num 3-6-1 que sacrificava Wellington Paulista pela meia esquerda e deixava Robert completamente isolado na frente, se preocupava apenas em defender e não tinha velocidade para ligar os contra-ataques. O Corinthians tinha a bola (teve mais de 60% de posse durante todo o jogo) mas não conseguia fugir da ótima blitz imposta pelos mineiros na entrada da área.
Assim o jogo era disputado, bom tecnicamente, mas não tinha oportunidades de gol. O que apenas piorou na etapa final, quando o Corinthians cansou de tentar em vão e o Cruzeiro ficou mais do que satisfeito com o 1 a 0. Resultado final em Ipatinga.
Adilson Batista não encontrou "sua cria" em Minas Gerais. O Cruzeiro de Cuca já não tem quase nada do Cruzeiro de Adilson. Seis dos titulares ontem quase não jogavam ou nem estavam no elenco com o ex-técnico. Ainda que Cuca não tenha ainda um estilo de time definido, já tem sua filosofia imposta aos jogadores. É um time que tem potencial para crescer, se souber de suas limitações. Com o elenco completo, pode até brigar pelo título.
Já o Corinthians, aos poucos também deixa de ser o "do Mano" para tornar-se o time de Batista. Meio-campo leve, envolvente, rápido e que valoriza a posse de bola. Faltou porém uma alternativa já que os volantes (Elias e Jucilei) ontem não conseguiram penetrar em velocidade para surpreender a defesa mineira. Os paulistas brigarão pelo título. Mas vão precisar fazer longe do Pacaembu a diferença para chegar à taça.



Um comentário:
Concordo com o que vc diz que o cruzeiro de hoje (cuca) é diferente do cruzeiro de antes (adilson). o cruzeiro de antes tinha a tática de marcar o primeiro gol e recuar pra segurar o resultado. essa tática nem sempre deu certo. prova disso foi a final da libertadores 2009. ontem o cruzeiro jogou dessa mesma forma, marcando gol no início e recuando. porém na era cuca, a tática tem dado certo. foi assim no ex-clássico contra as frangas, foi assim ontem e parece que vai continuar sendo enquanto o cuca não tiver um time montado e definido. mas já que deu certo, continuemos assim.
e o adilson continua o mesmo: um bom técnico, mas que as vezes dá uma de professor pardal com suas alterações maculosas. quem não se lembra das alterações fracassadas do professor pardal no cruzeiro? o esquecido gerson magrão foi um exemplo. o adilson está conseguindo desfazer o projeto do mano. ele precisa aprender que em time que está ganhando, não se mexe. qualquer jornalista meia boca (como a gente) sabe disso.
valeu!
GABRIEL NOGUEIRA
VILLA NOVA SEMPRE!
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