Resolvi começar este texto pelo final por um motivo simples. Depois do empate com o Botafogo, no Rio, muitos cruzeirenses atacaram (com razão) Heber Roberto Lopes. Alguns, porém, passaram do ponto afirmando que o clube mineiro havia sido prejudicado para favorecer o Corinthians, que comemora 100 anos nesta temporada. Mas num país com a arbitragem tão ruim e defasada, tudo que vai volta. Quem é prejudicado num dia, acaba favorecido na rodada seguinte. A conta, no fim, acaba fechando.

Ontem o Cruzeiro contou com uma mãozinha de Cláudio Francisco Lima e Silva. Mas também com muita paciência e competência para vencer (merecidamente) um fechado e muito bem armado Ceará.
Os cearenses foram à Sete Lagoas para comprovar porque tinham a melhor defesa do Brasileirão. Num 3-5-2 que congestionava o meio-campo e marcava de perto as principais peças do Cruzeiro, os visitantes foram pressionados durante grande parte do jogo mas levaram poucos sustos. E ainda conseguiam ameaçar, nos raros mas muito bem organizados contra-ataques.
O Cruzeiro se portou bem. Apesar da pouca movimentação (que melhorou no segundo tempo após a saída de Roger) e de ter pouco espaço para seus principais jogadores brilharem, o time conseguia rodar a bola, tinha tranquilidade para tentar o bote e mostrou mais uma vez uma virtude fundamental para quem quer brigar pelo título: acreditou e buscou a vitória até no fim.
E ela veio, mesmo no fim. O penalti (bem marcado pela arbitragem) quando Ernandes, mesmo sem intenção e de costas, abriu os braços e impediu que a bola de Henrique chegasse ao gol foi mais uma vez bem batido por Montillo.
Pouco depois, o Ceará surpreendeu e chegou ao empate com Marcelo Nicácio. Gol mal anulado, como já dito acima. O lance era difícil e não indica má fé. Acontece e vão acontecer muitos outros ao longo do Campeonato. No fim, ainda houve tempo para o predestinado Farías marcar mais uma vez completando a festa argentina.
Festa argentina e festa do Cruzeiro. Que segue na briga pelo título sem deixar o Corinthians respirar. São nove jogos sem derrota, com sete vitórias. E um time que já passou por vitórias fáceis, viradas épicas, jogos complicados contra adversários diretos e outros desafios, segue mostrando novas facetas. A de ontem, foi a paciência.
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