Um só herói não faz milagre

A estreia do Fluminense na Libertadores acabou muito mais complicada do que imaginava-se. E por incrível que pareça, terminou melhor do que poderia, tendo em vista o que aconteceu no Engenhão.

Sem Deco, Fred e Émerson, Muricy mandou a campo um Fluminense forte, capaz de vencer os argentinos. Postado novamente no 4-2-2-2 o time começou melhor no jogo. Tinha a bola, conseguia jogar no campo de ataque e controlava a partida. Falso domínio. Bem postado num ofensivo 3-4-2-1, o Argentino Júniors bloqueava os lados do campo e congestionava a entrada da área, tirando do Flu a possibilidade de ameaçar.

O tempo passava, e o nervosismo crescia. O Fluminense queria quebrar logo a barreira argentina mas não conseguia encontrar o caminho. Willians, perdido, corria muito mas errava demais. Diguinho passou a abandonar a defesa e tentou virar mais um meia. Os laterais escancaravam as costas.

O jogo ficou como os argentinos queriam. O contra-ataque ficou fácil. E o primeiro gol viria com Niell, em bola que André Luis tirou de dentro do gol mas o árbitro e os comentaristas da Globo preferiram ignorar. O susto deveria servir de exemplo, mas os cariocas seguiram deixando espaços. Até que o baixinho Niell, de 1,62m, subiu sozinho na área para marcar de cabeça para os argentinos. Incrível.

Veio o segundo tempo e o Fluminense melhorou. A entrada de Marquinhos povoou o meio-campo e aproximou meias dos laterais. Faltava chegar mais ao fundo do campo. Mariano afunilava demais o jogo e teimava em jogar pelo meio. A alternativa passou a ser Carlinhos, pelo lado esquerdo. Participativo, o lateral fez ótima partida. Faltou apenas um pouco mais de capricho nos cruzamentos. No único que acertou, Rafael Moura, o He-Man, empatou o jogo.

Havia tempo para virar o jogo. O Flu precisava de tranquilidade. Novamente não teve. André Luís foi indolente no bote. Diego Cavalieri errou no posicionamento (jogar faz falta para os goleiros e assim como Renan em 2010, Diego deve sofrer este ano). E Niell, com o gol vazio, marcou mais um de cabeça.

Para sorte do Flu, em meio a um time ainda desorganizado e com problemas físicos evidentes, havia um super-herói. Rafael Moura re-empatou a partida e garantiu ao menos um ponto para o Fluminense.

O grupo é difícil e o início de temporada não é dos mais animadores. Apesar da ótima fase de He-Man e do grande início de Fred, o tricolor precisará de mais. Principalmente, acertar o sistema defensivo, uma lástima até aqui. Este nunca foi trabalho dos mais impossíveis para Muricy Ramalho. Portanto, é hora de trabalhar. E não esperar que os heróis salvem sempre.

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Quadro Negro

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O 4-2-3-1 do Fluminense. Pouca mobilidade do setor ofensivo é compensada com "tesão".

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